Arquivos maternidade - Blog do Saber https://blogdosaber.com.br/tag/maternidade/ Cultura e Conhecimento Tue, 23 Jan 2024 12:13:37 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.4.3 Super-mães Que Não Tiveram Filhos https://blogdosaber.com.br/2024/02/02/super-maes-que-nao-tiveram-filhos/ https://blogdosaber.com.br/2024/02/02/super-maes-que-nao-tiveram-filhos/#respond Fri, 02 Feb 2024 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=3775 Ler mais]]> Leôncio Queiroz
Ser uma mãe sem ter filhos,
Parece um absurdo;
Mas, nem se preocupe,
Pois vou lhe tirar deste susto.

Vou lhe contar minha história,

De super mães que não tiveram filhos.
Que é bem movimentada;
É uma história de vida,
Simples, mas é bem engraçada.

Ser uma mãe sem ter filhos,
Parece um absurdo;
Mas, nem se preocupe,
Pois vou lhe tirar deste susto.

Quando eu era pequenina,
Com cinco anos de idade;
Fui mãe das minhas bonecas,
Hoje morro de saudades.

Brincando com meus amigos,
De casamento real;
Tinha casa, móveis e tudo,
Era um conto de fadas legal.

Fui crescendo, ficando moça,
Abrindo os olhos pra vida;
Fui enxergando a pobreza,
Como uma grande ferida.

Fui mãe dos meninos de rua,
Dando a eles, educação;
Juntava todos na calçada,
aprendendo de pé no chão.

Sempre saiam sorrindo,
Com algum conhecimento;
Na cabeça o aprendizado,
No estômago o alimento.

Quando eles iam embora,
Eu sentia satisfação;
De ter ensinado tudo,
Cumpri a minha missão

Super-mães Que Não Tiveram Filhos

Ser mãe dos meninos de rua;
É grande realização;
Eles se sentem felizes,
Por pouca que seja a atenção.

Quero dizer a você,
Que sou mãe lá no orfanato;
Levo leite pra todos,
Se alimentarem de fato.

No orfanato tudo é simples,
A garotada é feliz;
sou mãe dos abandonados,
São criancinhas gentis.

No primeiro domingo do mês,
Me dedico aos apenados;
Levo pra eles o melhor alimento,
A palavra de Deus Sagrado.

É lá na penitenciária,
Que sou mãe dos presos;
Mãe dos esquecidos,
Sou a mãe dos condenados.

Na casa de São Francisco,
Chamam «Toca do Assis»;
Levo o meu curativo,
Ajudo a apagar cicatriz.

Para estes sacrificados,
faço o momento feliz;
sou a mãe dos rejeitados,
Este sentimento eu aprendi.

Imitando madre Tereza,
Lá na Índia, em Calcutá;
Que socorria os leprosos,
Só com carinho que os fazia curar.

Meus filhos mais numerosos,
São sobrinhos e sobrinhas;
Meus olhos estão sempre neles,
Sou sua estrela guia.

Estou hoje em minha casa;
Com grande felicidade;
Sou a mãe de duas pessoas,
Que tem o dobro da minha idade.

Sou mãe do meu pai, da minha mãe,
Essa é uma bela verdade;
peço a Deus que cubra de bênçãos,
Essa minha maternidade.

De super mães que não tiveram filhos.
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Amanhecer https://blogdosaber.com.br/2024/01/23/amanhecer-vida-paris-viagem-sol-mensagem-ensinamentos-pessoa-taxi-metro/ https://blogdosaber.com.br/2024/01/23/amanhecer-vida-paris-viagem-sol-mensagem-ensinamentos-pessoa-taxi-metro/#comments Tue, 23 Jan 2024 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=3877 Ler mais]]>

Amanhecendo nas alturas

O amanhecer é uma das coisas mais mágicas que já pude contemplar. O mundo tem muita magia, basta darmos pequenas pausas, para a percebermos em todo lugar: É a flor que desabrocha em cores que só Deus tem capacidade de matizar, é o canto dos pássaros, o riso cristalino de uma criança, o som da chuva….

São tantas coisas, mas para mim, a magia mais extraordinária de todas, é o amanhecer.

Infelizmente, nossa vida cheia de urgências e coisas inadiáveis não nos dá tempo para apreciar o que temos ao redor. Nosso amanhecer já começa cheio de responsabilidades, de compromissos e correrias.

Certa feita, estava indo de avião para Paris. Como não durmo bem nessas latas de sardinhas voadoras, estava olhando pela janela quando flagrei o surgimento de um facho de luz no horizonte, quebrando a escuridão da noite.

Era o sol, nascendo “lá embaixo” trazendo tons dourados numa faixa luminosa, como se dividisse o horizonte em dois. Depois, as cores foram se espalhando lentamente, como se estivessem com preguiça e antes do astro aparecer completamente, o avião pousou.

Nunca vi outra cena igual, por isso ela é para mim, inesquecível, especial. Foi um amanhecer, “nas alturas”, contudo, um amanhecer.

Enquanto esperava, pacientemente, as malas na esteira, no aeroporto Charles de Gaulle, pensava na simbologia daquele momento tão lindo e nas reflexões ele tem: Amanheceres são recomeços. Um novo dia sempre será uma nova oportunidade para iniciarmos nossos projetos, fazermos o que não conseguimos no dia anterior ou consertar algo que “quebramos.”

Amanheceres

Então, comecei a pensar nos diferentes amanheceres que vivenciei. Lembrei de um amanhecer numa maternidade, como acompanhante de minha prima, na ocasião em que ela teve bebê. A criança chorava tanto, acredito que de alegria por ter vindo ao mundo, que cogitei naquele momento nunca ser mãe.

Também recordo de alguns amanheceres abençoados nas vigílias das igrejas, cuja animação era tamanha, que nos deixava acordados com muita alegria.

Pegando o sol com a mão

Não. Nunca tive um amanhecer naquelas festas carnavalescas ou de grandes cantores com aquelas super produções, onde as pessoas, cansadas, mas felizes (acredito) postam “pegando o sol com a mão.”

E para esse tipo de festa, “não me convide, passe longe de mim num raio de dez mil metros,” como diz a humorista Julinha Joia, pois eu não tenho idade, nem paciência para tal.

Um outro momento peculiar foi há muitos anos, na minha fase universitária, onde tive um amanhecer “On the Wings of Love” (nas asas do amor), como diz a música de Jeffrey Osborne, mas não vou entrar em detalhes, pois aqui não é Whattpad, onde predominam os contos hots.

E o que dizer de meus produtivos amanheceres do “saber” quando via o dia clarear estudando para a prova da Ordem… Quantas memórias!

Quando o amanhecer é difícil…

Mas, convenhamos, nem todo amanhecer é assim, agradável. Como qualquer pessoa comum, tive amanheceres difíceis, que são também memoráveis: o amanhecer da aflição, quando minha irmã foi ter bebê e o parto parecia que não tinha fim; o amanhecer da incerteza, quando acordava com um problema que não conseguia resolver. O amanhecer do luto, quando recebi a notícia que meu pai havia falecido e o amanhecer do adeus, quando passei a noite com familiares, velando o corpo de minha mãe.

Ainda assim, em todas essas ocasiões, o sol nasceu, brilhante, irradiando luz, como se me acalentasse ou segurasse minha mão, me dando apoio e forças para continuar.

E é essa, a magia da vida! Sempre desejamos que nosso amanhecer seja feliz, mas temos que ter sabedoria e resiliência para atravessar os que não são e prosseguir na caminhada.

Amanhecendo com a cidade de Paris

Ainda no aeroporto, muito bem decorado com relógios patrocinados pela Rolex, pegamos as malas e fomos para o local dos taxis, que tinham amanhecido esperando por nós, seus passageiros. Demos o endereço do hotel e fomos enfrentando o engarrafamento das primeiras horas do dia.

Ao adentrar no centro de Paris, nos famosos “arrondissements,” a cidade amanhecia conosco: os comerciantes abrindo os Cafés e boulangeries, colocando as cadeirinhas nas calçadas, gente apressada para pegar o metrô, jogando a fumaça de seus cigarros para cima, antes de desaparecerem numa das muitas entradas em art noveau. O cheiro do café e de baguete no ar, que nos saudava naquele frenesi de uma cidade acordando.

Antes de chegarmos, ainda tive tempo agradecer a Deus por cada amanhecer que tive, que me fizeram a pessoa que sou (e continuará me transformando até o último momento). Enfim, ainda tentei imaginar “de quantos amanheceres serão minha vida?”

E você, já teve um amanhecer memorável? Se puder, conte para mim.

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Maternidade https://blogdosaber.com.br/2023/11/08/maternidade/ https://blogdosaber.com.br/2023/11/08/maternidade/#respond Wed, 08 Nov 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=3001 Ler mais]]> Sheila Heti
Os ganhos e as perdas para uma mulher que decide pela maternidade.

Eu não quero ser uma passagem”. Na coluna DICA DE LIVRO desta quarta-feira, falaremos um pouco sobre um tema muito importante, A Maternidade. Tratado na obra da escritora canadense, Sheila Heti, a respeito do seu livro Maternidade. Que nos leva para uma REFLEXÃO profunda sobre a opção de não ter filhos. Em Maternidade, Sheila Heti reflete sobre os ganhos e as perdas para uma mulher que decide se tornar mãe. No entanto, tratando a decisão que mais traz consequências na vida adulta com a franqueza, a originalidade e o humor que lhe renderam reconhecimento internacional por seu livro anterior, How Should a Person Be? Heti dá voz a um tipo de mulher que até agora não tinha sido representada: a que decide não ter filhos

Idade para maternidade

Ao se aproximar dos quarenta anos, numa fase em que todas as suas amigas se perguntam quando irão ter filhos. A narradora do romance intimista e urgente de Heti. ― No limiar entre a ficção e autorreflexão ― questiona se aquela é uma experiência que ela quer ter. Numa narrativa que se estende ao longo de muitos anos. Moldada a partir de conversas com seus pares e seu parceiro e de sua relação com os pais. Ela se vê em um embate para fazer uma escolha sábia e coerente. Depois de buscar ajuda na filosofia, no próprio corpo, no misticismo e no acaso, ela descobre a resposta num lugar bem mais familiar do que imaginaria.

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A maternidade e as escolhas femininas https://blogdosaber.com.br/2023/11/07/a-maternidade-e-as-escolhas-femininas/ https://blogdosaber.com.br/2023/11/07/a-maternidade-e-as-escolhas-femininas/#comments Tue, 07 Nov 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=3094 Ler mais]]> Escolhas da natureza

O que é uma escolha feminina? E por que tem que ser propriamente feminina? Por que não pode ser uma escolha puramente humana? Por que somos estigmatizadas pela sociedade, inclusive pelas nossas próprias mães?

Somos crianças mais calmas e doces. Temos instinto materno, somos mais benevolentes, preocupamo-nos mais com os nossos filhos, cuidamos mais, somos mais afetivas. Mais neuróticas, também? Mais frágeis? A única capacidade natural e efetivamente comprovada da mulher é a de ser mãe?

Bom, parece que esse discurso está um pouco ultrapassado, não?

Talvez, em alguma época ou épocas, essa narrativa representasse mais fielmente o feminino. Mas, o fato é que a humanidade mudou. E, junto com ela, a mulher, claro. Ela tem outras percepções e, portanto, necessidades outras. A maternidade já não pertence mais a todas. Enquanto que o trabalho remunerado, esse sim. 

Hoje, a humanidade tem soluções para quase tudo. E por que não aplicá-las às questões femininas também? Atualmente, as técnicas de reprodução assistida ganham espaço entre os novos papais e mamães. Amanhã, a gestação poderá ser apenas uma forma de reprodução da espécie Homo sapiens. Por que não? Por que tudo pode evoluir, divergir de seu aspecto natural, exceto a maternidade? 

Maternidade

Apesar de existir um discurso psicanalítico de que a maternidade e a feminilidade são coisas divergentes, elas só o são quando de fato ocorre a maternidade. No entanto, antes dela, toda mulher, em sua idade fértil, está teoricamente na iminência da maternidade. Isso quer dizer que, a partir do momento em que se espera que a mulher engravide, supõe-se que a sua feminilidade esteja investida naquele propósito, ou seja: no jogo da conquista, no casamento e, por fim, na procriação.

Bom, toda essa teoria passada de mãe para filha ao longo das gerações e que, de tão repetida, tornou-se a verdade do feminino, nas necessidades da atualidade, traz-nos, a nós mulheres, dilemas, sentimentos de culpa e estados paranoides. Desde situações mais simples, como a falta de vaidade, a falta de atração por homens ou mesmo de libido, a falta de desejo pela maternidade. Até situações mais complexas, como a laqueadura, a histerectomia, o aborto ou cirurgias corretivas e preventivas

Manutenção da feminilidade

O tratamento do câncer, por exemplo, é algo que acaba tendo peso em dobro para a mulher, por inferir diretamente na sua aparente feminilidade (perda de curvas, perda de cabelo, de brilho, de vitalidade). 

Em 2013, a atriz Angelina Jolie anunciou ter realizado mastectomia por prevenção, após a descoberta de uma mutação genética em seu genoma, que estimava em 87% as chances de desenvolver câncer de mama. Em 2015, ela removeu também os ovários, pois os médicos apontavam 50% de chance para câncer naqueles órgãos. 

Apesar de outros estudos científicos virem um pouco na contramão e chamarem a atenção para um certo reducionismo na avaliação da mutação genética no caso Jolie, já que afirmam ser baseada em populações e não no indivíduo em si, a cirurgia profilática não deveria deixar de ser considerada. Saiba mais no texto do livro científico Sporum O ‘efeito Angelina Jolie’ e o determinismo genético.

Opção do feminino

Da mesma forma, nenhuma grande decisão deveria tender a uma única opção em função de uma verdade imposta. Quem sabe grandes decisões nem fossem tão grandes assim. 

Afinal, a feminilidade deveria estar acima da humanidade de uma mulher? A vontade de viver, de existir, de executar projetos, deveriam valer menos do que o feminino? Deveriam valer menos se não estiverem no formato que conhecemos do feminino? Afinal, de quantas formas é possível ser mulher? Ou melhor, de quantas formas é possível ser?

Como diria Gerda Lerner em A Criação do Patriarcado, “(…) anatomia já foi destino. Essa declaração é precisa e leva em consideração o contexto histórico. O que já foi não é mais; não precisa nem deve mais sê-lo.”

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Tradução de violência: uma reflexão https://blogdosaber.com.br/2023/10/31/traducao-de-violencia-uma-reflexao/ https://blogdosaber.com.br/2023/10/31/traducao-de-violencia-uma-reflexao/#respond Tue, 31 Oct 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=3043 Ler mais]]> História

Conhecer a história da nossa civilização é o primeiro passo para tentar entender a violência. Pensando a partir da teoria evolucionista, podemos analisar o primórdio do homem como um ser muito próximo a qualquer outro animal selvagem, certo? Disputa pelo alimento, pelo território, pela sobrevivência. Ou seja, barbárie. 

O jurista e antropólogo J. J. Bachofen é precursor das teorias sobre o matriarcado. Segundo ele, a maternidade seria a fonte das culturas, ou melhor, o que teria possibilitado a eliminação do barbarismo e, portanto, a criação das sociedades. Desse ponto de vista, evidenciamos um perfil mais benevolente da mulher em relação ao homem?

Bom, estudos mostram que as primeiras sociedades não eram nem matriarcais nem patriarcais, mas apresentavam tendências que ora tangenciavam os primeiros ora, os últimos. E que, apesar das mulheres terem sido mais dominantes e terem tido mais influência na esfera econômica nas sociedades de horticultura, elas acabavam caminhando em direção ao assentamento residencial e à agricultura de arado, que eram dominados pelos homens. Seria uma dificuldade das mulheres se adaptar a sistemas competitivos, exploradores e técnico-econômicos, típicos das sociedades “patrilineares”? Talvez.

Propriedade e domínio

O filósofo, sociólogo e antropólogo, Friedrich Engels, teoriza que à medida que se institui a propriedade privada e a ideia de garantia de repasse aos herdeiros, institui-se também o casamento monogâmico, assim como, segundo o antropólogo Claude Lévi-Strauss, o tabu do incesto. Dessa forma, inicia-se o controle da sexualidade feminina. Assim, inicia-se a submissão e a passividade feminina?

Trecho extraído da obra de Gerda Lerner, A Criação do Patriarcado:

“A primeira oposição de classes a aparecer na história coincide com o desenvolvimento do antagonismo entre homem e mulher em casamento monogâmico, e a primeira opressão de classes coincide com a do sexo feminino pelo sexo masculino.”

Demonstrar domínio sobre alguém: seria essa a tradução para qualquer tipo de violência praticada? Teria sido a redução do papel da mulher, dentro de uma sociedade, à maternidade a forma primeva de violência? Justamente ao papel que seria aquele o mais digno e essencial para a criação de uma sociedade?

Mas, então, como se mantém uma civilização onde todos querem dominar alguém? Ter mais que alguém, ser mais que alguém. Trata-se de uma sociedade sustentável ou de uma pirâmide? Será que é nesse ponto que ela se fragmenta?

Aproveite para ler também A unidade fragmentada: de Freud a Butler.

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