Arquivos homem - Blog do Saber https://blogdosaber.com.br/tag/homem/ Cultura e Conhecimento Tue, 12 Dec 2023 17:01:56 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.4.3 Deus https://blogdosaber.com.br/2023/12/13/deus-2/ https://blogdosaber.com.br/2023/12/13/deus-2/#respond Wed, 13 Dec 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=3436 De Deepak Chopra
Na sessão DICA DE LIVRO estou indicando Deepak Chopra: “DEUS uma leitura bastante reflexiva de autoria do grande médico e escritor, é um livro”. Para crentes, não crentes, ateus ou seguidor de qualquer crença ou religião.

SINOPSE:

Sinopse: Há anos, Deepra Choprak, o guru indiano e mestre espiritual de milhões de pessoas em todo mundo, como Madonna e George Harrison, vem estudando a história e a força permanente de grandes líderes espirituais da História da Humanidade, tais como Jesus Cristo, Maomé e Buda. Lançando livros que são best-sellers internacionais, somando mais de 65 milhões de exemplares vendidos. Agora, Deepra Choprak nos apresenta o auge do seu estudo, pois ele vai nos mostrar que, desde sempre, o homem traz em si a presença de Deus:. Uma presença e uma necessidade que faz parte do homem.

Deus, de Deepra Chopra é um livro fundamental, para todos os leitores, de todas as idades e crenças religiosas. E mesmo para aqueles que não têm religião ou são ateus ou agnósticos. Pois em Deus, Deepra Choprak nos mostra, ao longo do tempo, a história desse fundamento que faz do homem o que o homem é:. Para além do corpo, da natureza, e do tempo, o homem busca conceitos perenes, como a verdade e a ética.

Sobre o autor: Guru de estrelas como Madonna e Lady Gaga, Deepak Chopra é autor de mais de 65 livros, traduzidos para mais de 80 línguas. Médico indiano radicado nos Estados Unidos, o autor é reconhecido como um dos principais tradutores do pensamento oriental para o Ocidente. Entrou mais de vinte vezes na lista de best-sellers de ficção e não ficção do jornal The New York Times.

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A experiência estética do homem-deus https://blogdosaber.com.br/2023/12/12/a-experiencia-estetica-do-homem-deus/ https://blogdosaber.com.br/2023/12/12/a-experiencia-estetica-do-homem-deus/#comments Tue, 12 Dec 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=3401 Ler mais]]> Não, não se trata de Kant…

Mas de Carboxiterapia, Striort, Corrente Russa, Kavix Avatar, Lipo Enzimatica, Gluteo Max, Jato de Plasma, Ozônio Estrias, Peeling 4D. Se você já ouviu falar nesses termos, então, é provável que você tenha contribuído para o crescimento da estética avançada no Brasil.

Segundo o artigo publicado pelo veículo de informações Metrópoles, O Brasil é o 3° no ranking da estética mundial e clínicas se destacam:

Brasil, janeiro de 2021: dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) evidenciam que a estética é um dos ramos de maior expansão no mercado brasileiro. Nos últimos anos, esse setor cresceu 567%, contando com a colaboração de mais de 480 mil profissionais envolvidos.

De acordo com a matéria, o Brasil fica atrás somente dos EUA e da China. No entanto, um outro ponto chama ainda mais a atenção: o subtítulo, que diz “A importância de cuidar do corpo e da mente vai além do que se imagina. A falta de cuidado com isso pode acarretar doenças mentais.”.

Cuidando de rejuvenescer

O cuidado com a estética pode indicar diversas questões; o cuidado compulsivo, outras tantas. Mas quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? A falta de cuidados pode levar ao adoecimento psíquico ou o adoecimento psíquico pode levar à falta de cuidados? 

Bom, poder, pode… Mas a falta de cuidados não necessariamente indica que há algo de errado. Afinal, de qual nível de cuidados ou falta deles falamos? Uma pessoa que não toma banho há dias ou um cabelo que não é pintado há meses? Bom, começamos falando sobre estética avançada, certo? Então, deixemos de lado quem não quer tomar banho. Afinal, e se, ao contrário, o adoecimento psíquico levar ao excesso de cuidados? Isso seria algo impensável? Não, mas, talvez, pouco pensado, tendo em vista que estamos vivendo a plena sociedade do consumo.

Dessa forma, os cuidados dos quais falamos aqui fazem referência ao padrão de beleza que a sociedade nos impõe, sem sequer nos questionar se faz sentido para nós. Se apreciamos com os nossos próprios olhos e percepções. Afinal, em quantos formatos a beleza pode existir? Para a ditadura da moda, apenas um.

A prestadora portuguesa de cuidados de saúde e bem-estar, FISIOGlobal – Saúde Integral, anuncia em sua página:

Atualmente, pretendem-se resultados naturais, respeitando as características do paciente. O objetivo principal não passa apenas por rejuvenescer, corrigir assimetrias ou melhorar a qualidade da pele, mas por atrasar o envelhecimento, diminuindo os sinais da idade…
Anti-aging: a fuga

Regeneração, reparação, prevenção de linhas de expressão, estímulo da produção de colágeno. Na cultura ocidental, a beleza está atrelada à juventude. Daí, o combate ao envelhecer. Seria essa toda a verdade? Para alimentar as nossas reflexões, cito alguns trechos do livro Homo Deus: uma breve história do amanhã, de Yuval Noah Harari:

(…) uma minoria crescente de cientistas e pensadores… declara que a principal empreitada da ciência moderna é derrotar a morte e garantir aos humanos a juventude eterna. Exemplos notáveis são o gerontologista Aubrey de Grey e o polímata e inventor Ray Kurzweil… Em 2012, Kurzweil foi nomeado diretor de engenharia no Google, e um ano depois o Google lançou uma sub companhia chamada Calico, cuja missão declarada é ‘resolver a morte’.

Harari continua:

Alguns especialistas acreditam que os homens vão vencer a morte por volta de 2200; outros anunciam que isso acontecerá em 2100. Kurzweil e De Grey são ainda mais confiantes: eles sustentam que qualquer pessoa que tenha um corpo saudável e uma igualmente saudável conta bancária terá em 2050 uma chance séria de imortalidade, enganando a morte uma década por vez. Segundo esses dois estudiosos, a cada dez anos aproximadamente poderemos ir até uma clínica e receber um tratamento renovador que não só irá curar doenças, como também regenerar tecidos deteriorados e aumentar a eficácia de mãos, olhos e cérebro. Antes de realizar o próximo tratamento, os médicos terão inventado uma série de novos medicamentos, atualizações e uma variedade de dispositivos.

Acredite, qualquer semelhança é mera coincidência…

Tentando sair da eterna tormenta

Então, questiono: o que será que não foi ainda superado pelo homem? A imortalidade é apenas um objetivo que nos instiga pelo tamanho do desafio? Ou poderia ser uma tentativa de aumentar as chances de encontrarmos a tal da felicidade? 

Harari vai além:

Ao buscar a felicidade e a imortalidade, os humanos estão na verdade tentando promover-se à condição de deuses. Não só porque esses atributos são divinos, mas igualmente porque, para superar a velhice e o sofrimento, terão de adquirir primeiro um controle de caráter divino sobre o próprio substrato biológico.

E faz um adendo sobre a questão divina:

Se isso não soa científico ou se parece totalmente excêntrico, é porque com frequência as pessoas entendem mal o sentido da divindade… a ideia diz mais respeito aos deuses gregos, ou aos devas hindus… seriam capazes de amar, odiar, criar e destruir numa escala muito maior do que a nossa.

Assim é o homem-deus. Aquele que combate o natural. Que cria e destrói pelo simples fato de poder. Aquele que tem projetos intermináveis, que vaga à procura da felicidade. O rejuvenescido insatisfeito num tormento eterno.

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O fim do machismo: um voo rasante https://blogdosaber.com.br/2023/11/21/o-fim-do-machismo-um-voo-rasante/ https://blogdosaber.com.br/2023/11/21/o-fim-do-machismo-um-voo-rasante/#respond Tue, 21 Nov 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=3245 Ler mais]]> O primeiro homem da minha vida

Éramos duas meninas em casa. Talvez tenhamos tido sorte pelo meu pai ser um homem menos machista que a maioria – regionalismos à parte, claro. Ou, talvez, tenhamos tido sorte pelo meu pai não ter enxergado outra saída para a sua masculinidade, tendo em vista que nenhum cromossomo Y havia sido selecionado em sua produção. Não havia um menino para ser usado de comparativo nem para o meu pai projetar nele possíveis desejos machistas. 

O fato é que tivemos sorte, eu e a minha irmã, pois não restou para nós nada além da liberdade e da fé que meu pai buscava para ele mesmo. Tratava-se de matar dois coelhos com uma única cajadada? Bom, que sorte que ele economizou na tacada. 

Liberdade através da leitura, do conhecimento. Já dizia o meu pai “o conhecimento liberta, minhas filhas”. E liberdade vivemos. Fé para acreditar que tudo é possível, inclusive, que as suas filhas eram capazes de qualquer coisa que desejassem, assim como ele. Voem! E, assim, voamos.

Meninos não choram

E, por mais longe que eu tenha ido, vinte anos depois, lá estava eu com um homem que se sentia enojado cada vez que eu chorava depois de uma discussão com ele. E ainda dizia “não confio em mulheres que choram”.  Na verdade, ele não confiava nas lágrimas. E, de fato, nunca se entregava a elas. Às lágrimas ou a qualquer atitude que o colocasse em uma posição vulnerável. 

Nana Queiroz, autora do livro Os meninos são a cura do machismo: como educar crianças para que vivam uma masculinidade da qual nos orgulhemos, diz que, para escrevê-lo, entrevistou cerca de 600 homens adultos. Ela cita:

Um número considerável deles lamentava não poder manifestar afeto por mulheres ou por outros homens sem serem tachados de “maricas.

E ainda:

32% não tinham uma única pessoa no mundo com quem se sentiriam confortáveis para chorar

Um dos homens entrevistados relatou:

Já feri muitas pessoas para provar ser homem. Traí para ser homem, briguei para ser homem. Mas, quando quis mostrar meu outro lado, só vi olhares que julgam.
Suicídio: os homens também precisam falar sobre

Em seu livro, Nana fala que:

Segundo o IBGE, um homem entre 20 e 24 anos tem onze vezes mais chances de não chegar aos 25 anos, na comparação com uma mulher da mesma idade. A mortalidade masculina é superior à feminina ao longo de toda a vida na maioria dos países, e entre jovens e jovens adultos, ela tem seu pico. (…) Mortes por causas externas, normalmente relacionadas à velocidade, à violência, à dificuldade de manifestar vulnerabilidade e à necessidade de provar coragem de maneiras imprudentes — empilham-se homicídios, suicídios, acidentes de trânsito, afogamentos, quedas acidentais, entre outros. Os homens também são os líderes no ranking de suicídios. E isso é agravado pelo mito de que depressão é frescura e terapia é “coisa de mulher”.

Na Austrália, o suicídio é considerado um fenômeno de gênero. Uma pesquisa científica de 2010 mostrou que, pelo menos, cinco homens se matam por dia e que, em 2005, 80% das mortes por suicídio foram do sexo masculino. Para mais informações sobre a pesquisa, acesse Pathways to Despair: The Social Determinants of male suicide (aged 25-44), Central Coast, NSW. Dados mais recentes publicados pela organização Beyond Blue mostram que dos nove suicídios diários na Austrália, sete são de homens. E ainda, o número de homens que se matam é praticamente o dobro da quantidade de vítimas nas estradas nacionais todos os anos. Assim, surgem diversos serviços de apoio voltadas a eles, como Men Care Too, Central Coast Community Men’s Shed, Mensline Australia, The Men’s Table, além de Beyond Blue.

A gente fala muito de feminilidade, feminismo, machismo. E esquecemos do sofrimento do homem num mundo em que o machismo é disseminado inclusive pelas mulheres. Onde o machismo é esperado pelos machos amigos, como uma senha de entrada para o clube – uma forma de se reconhecerem entre si -, e pelas fêmeas parceiras, que desejam ser salvas, protegidas e excitadas. Machismo parece, então, um requisito.

Nana provoca as ativistas de plantão:

Sinto que muitas feministas gastam energia demais com a falácia de que não temos tempo para discutir as dores masculinas, pois as violências a que as mulheres estão submetidas são mais urgentes. Mas e se justamente esse pensamento estiver nos impedindo de identificar a raiz dessa violência e dar cabo dela de vez? (…) Será que o medo, a dor e a vergonha não eram, afinal, os pais de todas as violências?
Conhecer os sentimentos liberta!

Pegando esse raciocínio, poderíamos, inclusive, pensar na culpa, na raiva, na frustração e até mesmo em todos os bons sentimentos que não somos ensinados a nomear. Muito menos os meninos. Que não somos ensinados a enfrentar. Muito menos os meninos. Que são rapidamente substituídos por outros, ou ainda por doces e brinquedos ou por violências verbal e física.  

Assim, voltamos, como de praxe, à infância. Certamente. Afinal, onde tudo tem início. Onde moram as maiores possibilidades. Insisto: de quantas formas é possível ser? De quantas formas uma menina pode ser mulher e de quantas formas um menino pode ser homem?

Por sorte, meu pai não nos criou baseado em gênero. Não nos tratava como meninas, mas como cérebros ambulantes. O céu sempre foi o limite. Para ele e para nós.

Só pra contrariar, eu diria que não só os meninos, mas todos, sem exceção, são a cura do machismo. Adultos, meninos e meninas que sejam livres para respeitar os seus próprios sentimentos e cuidar de si mesmos, que sejam capazes de voar. Seria esse o início do fim? 

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Despedaçados: a dor da perda de um filho https://blogdosaber.com.br/2023/08/15/despedacados-a-dor-da-perda-de-um-filho/ https://blogdosaber.com.br/2023/08/15/despedacados-a-dor-da-perda-de-um-filho/#respond Tue, 15 Aug 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=2153 Ler mais]]> Uma mulher aos pedaços

O filme Peaces of a Woman, de 2020, que rendeu à protagonista o Volpi Cup do Festival de Veneza e acabou sendo adquirido pela Netflix, traz o drama de uma família durante um parto caseiro e após a perda do recém-nascido. Bom, na verdade, de acordo com o título do filme, o trauma é focado na mãe que vê o filho morrer em seus braços, nessa mulher que se despedaça enquanto enfrenta o luto. 

É bem verdade que a forma de sentir dor proveniente da perda em uma mãe e em um pai é diversa. Afinal, uma carrega a criança em seu próprio útero e o outro, não. Uma sente literalmente o bebê dentro de si, todas as suas necessidades, e o outro, não. Uma vê seu corpo transformado pelo desenvolvimento de um feto e o outro, não. Uma sente as consequências da liberação de hormônios que o outro jamais sentirá. E apenas o fato de uma se tratar de uma mulher e o outro, de um homem, já supõe backgrounds completamente diferentes e, portanto, expectativas em relação a um filho provavelmente bem distintas também. Quando pensamos nas suas classes sociais, então, tão opostas: dois pesos, duas medidas.

O peso da dor

Mas, quando falamos de quantidade de dor, estamos tratando de algo extremamente subjetivo, sendo proporcional ao quanto de exposição alguém é submetido ao tema. Pela falta ou pelo excesso. Quando somos recebidos no pronto-socorro de um hospital, por exemplo, é protocolo nos questionarem o quanto de dor sentimos numa escala de um a dez. Agora, imaginemos um homem e uma mulher, ambos envolvidos na gravidez, vivendo a doce espera todos os dias daqueles nove meses. Eles acabaram de perder o seu bebê no parto. Quanto você acha que cada um vai indicar de dor se lhes perguntarem? 

Um pai segurando o seu bebê

O relacionamento do casal antes e durante a gravidez não é evidenciado, mas o filme deixa claro que existe um companheirismo entre os dois e uma entrega à maternidade/paternidade até o momento do parto. Também é possível observar que ambos sofrem e que ele segue tentando manter uma parceria com a companheira, que não consegue dar uma resposta à altura.

As formas do luto

A protagonista se fecha, não dialoga com o parceiro e acaba optando por sofrer calada, sozinha. Sem resposta, ele, cujo passado o filme vai revelando que foi um tanto quanto conturbado, acaba não conseguindo sustentar a superação do seu antigo vício. Outras problemáticas vão se desencadeando a partir daí, envolvendo agressão, traição e suborno.  Assim, vemos as diferentes formas de viver o luto. 

Apesar de uma gravidez ocorrer no corpo de uma mulher, isso não quer dizer que outras pessoas não possam se envolver e sofrer junto com essa futura mãe. A gente acaba evocando um maior respeito pela mulher nessas situações, talvez, porque ela sofra de uma maneira mais aceitável pela sociedade: calada, quieta, “deserotizada”. Mas a maneira como a mulher sofre, em geral, conta muito da sua história dentro dessa sociedade, conta da sua natureza. Da mesma forma, a maneira como o homem sofre também mostra a sua história, a sua natureza.  

Talvez seja preciso desconstruir algumas ideias, reconhecermos a importância de cada indivíduo independentemente de seu sexo ou de suas escolhas. No final das contas, estamos todos no mesmo barco, todos desesperados para acertar, para viver a vida da melhor maneira possível. 

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A fragilidade dos sexos na era do empoderamento feminino e das “machosferas” https://blogdosaber.com.br/2023/06/20/a-fragilidade-dos-sexos-na-era-do-empoderamento-feminino-e-das-machosferas/ https://blogdosaber.com.br/2023/06/20/a-fragilidade-dos-sexos-na-era-do-empoderamento-feminino-e-das-machosferas/#respond Tue, 20 Jun 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=1745 Ler mais]]> A gigante acordou

O empoderamento da mulher nas sociedades atuais tem mudado conceitos e evidenciado extremismos. Apesar dos números referentes ao feminicídio e à violência doméstica voltada para a mulher terem aumentado nos últimos anos, a valorização das conquistas do feminino segue no mesmo ritmo. Isso seria uma resposta das mulheres aos casos policiais ou os casos policiais seriam uma resposta dos homens a esse empoderamento? Ou, ainda, teriam os casos policiais apenas mudado de nomenclatura, de homicídio para feminicídio?

Enquanto as mulheres têm descoberto e exercido um poder que elas não faziam ideia que tinham dentro das sociedades patriarcais, os homens simplesmente não sabem o que fazer em relação a isso. Dentro de uma sociedade fálica, aos sexos são atribuídas tarefas, papéis e trejeitos diferentes. Quando o poder é dado ao sexo que não o possuía, existe algo de excitante. Já quando ele é retirado daquele que o possuía, existe algo de frustrante.

Sexos frágeis

As mulheres excitadas querem cada vez mais o que elas descobriram e os homens frustrados, em contrapartida, estão apavorados. Alguns, mais passivos, vão tentar entender o que se passa e, quem sabe, adaptar-se a essa nova mulher. Já outros, mais ativos e dominadores, vão entrar na negação do fato.

Mas, de fato, não é fácil ser homem ou mulher. Talvez, nunca tenha sido. Todos nós, antes de mais nada, somos seres humanos. Seres reprimidos, traumatizados, que têm dúvidas, que se contradizem. Nós somos vulneráveis, sejam os passivos sejam os ativos. O empoderamento da mulher possui pelo menos dois pontos de fragilidade:

  1. Por enquanto, em termos gerais, a mulher tem sido poderosa apenas para ela mesma. Enquanto os homens não entenderem ou se adequarem ao novo papel da mulher na sociedade contemporânea, esse papel continuará sendo negligenciado nas esferas políticas, sociais, profissionais e pessoais;
  2. Nesse novo papel, a mulher também se acha perdida, assim como os homens. É difícil definir até que ponto elas podem ou devem ir. É aquela história de quando o poder sobe à cabeça. “Posso me vestir como eu quiser!”. Mas será que é bem assim?
Direitos e deveres

Configura o crime de ato obsceno, a “manifestação de cunho sexual praticada em local público ou aberto ao público, capaz de ofender o pudor médio da sociedade”. Pudor médio da sociedade. O que isso quer dizer? Muitas coisas! A variar com a perspectiva de cada um. Mas pensando no “mediano” e que a sociedade brasileira é constituída em maior parte por pessoas educadas a partir de uma fé religiosa de natureza cristã, poderíamos dizer que o ato de andar pelas ruas despido, semidespido ou evidenciando genitálias ou zonas erógenas configuraria crime? É provável, não? Mas, na contramão disso, as mulheres vão se vestindo de forma cada vez mais erotizada. E, pasmem, elas não são penalizadas por isso.

Mas os deveres não deveriam ser iguais também? Pois é. É nesse ponto, por exemplo, que a coisa é desvirtuada. Ou melhor dizendo, distorcida. Passar a ter poder significa ter mais poder que o outro? Não deveria, certo? Não, se o discurso é “direitos iguais”. Poderíamos estar falando de abuso de poder, então?

Parece que os excessos levam ao nada

É provável que o “abuso” por parte das mulheres seja o principal fator que contribui para a formação de “machosferas” como a Red Pill, grupos de homens com pensamento conservador, que denigrem a mulher em seu novo papel, e com maioria decidida a não ter mais relacionamentos duradouros com elas. Ou seja, é a contraofensiva. Afinal, grupos reativos só surgem a partir de movimentos radicais. Da mesma forma, a alta no número de feminicídios pode também estar ligada a essa contraofensiva.

Ou não. Talvez, esse número apenas esteja aos poucos se tornando oficial. Antes do poder, as mulheres simplesmente aceitavam o que estava determinado pela sociedade para elas. Raras se separavam ou pediam o divórcio. Mas, com a criação de leis voltadas para mulheres e as redes sociais para propagar os absurdos sofridos por elas, perceberam que unidas eram mais fortes. Com os depoimentos vindo à público, outras mulheres vão se sentindo mais à vontade ou seguras para também contarem as suas próprias histórias e para se imporem.

Por um ou por outro, o fato é que todos estamos tendo que lidar com mudanças extremamente significativas: o abuso de poder das mulheres, a contraofensiva masculina, a desconstrução do masculino e do feminino e ainda o abuso de poder dos homens, nas mais diversas esferas da sociedade. É um momento confuso e cada um busca reencontrar o seu próprio papel. É como se estivéssemos, nesse momento, desrotulados e, por mais que ainda haja quem tente dar rótulos, eles simplesmente não cabem em nós. Não mais. Somos como peixes fora da água, mas à margem dela. Temos tudo e não temos nada. Somos tudo e não somos nada.

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O Sentimento é o Alter Ego do Subconsciente https://blogdosaber.com.br/2023/02/02/o-sentimento-e-o-alter-ego-do-subconsciente/ https://blogdosaber.com.br/2023/02/02/o-sentimento-e-o-alter-ego-do-subconsciente/#respond Thu, 02 Feb 2023 19:07:45 +0000 http://blogdosaber.com.br/?p=400 Ler mais]]>
Underwater view of iceberg with beautiful polar sea on background – illustration.

O SENTIMENTO E O SUBCONSCIENTE

A nossa realidade é resultado do que o consciente imprime no subconsciente que expressa tudo o que é impresso.

O subconsciente não gera ideias, apenas aceita aquelas que a mente consciente acredita serem verdadeiras e apenas o subconsciente sabe como transformar as ideias aceitas em materialidade.

Portanto, o homem tem controle sobre sua criação na medida em que utiliza seu poder de imaginar e sentir, bem como sua liberdade de escolher a ideia que alimentará.

Então, ao controlar seus sentimentos e ideias é possível controlar o subconsciente.

Desta forma, ao imprimir uma ideia no subconsciente, através do sentimento e esta ideia é sentida, seja ela boa, ruim ou indiferente, fatalmente ela é expressa pelo subconsciente.

Controlar sentimentos é fundamental para uma vida plena.

Cada sentimento causa uma impressão subconsciente e, a menos que seja combatido com um sentimento mais forte de natureza oposta, deve ser expresso.

É importante observar como lidamos com os pensamentos e palavras. Por exemplo: “Estou saudável” é um sentimento mais forte do que “Eu vou ser saudável.” Sentir “eu vou ser” é confessar que “eu não sou”.

Eu sou, é mais poderoso do que eu não sou.

Para se manifestar, o desejo deve ser sentido no presente, como um estado que é, em vem de um estado que não é ou que será.

Como sabemos, distúrbios emocionais, especialmente emoções reprimidas, são as causas de todas as doenças.

Por isso é necessário um controle reflexivo do funcionamento do subconsciente, ou seja, o controle de suas ideias e sentimentos.

O subconsciente não é seletivo , é impessoal e não diferencia as pessoas.

O sentimento é a opinião para o subconsciente do que foi declarado como verdade.

O subconsciente não é seletivo e nunca altera as crenças aceitas do homem.

Ele é impessoal, não diferencia as pessoas e não sabe o que é certo ou errado.

Ele apenas expressa o que é impresso até os últimos detalhes se são ou não benéficos.

Wagner Braga

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Um artigo para reflexão: Padrão https://blogdosaber.com.br/2022/11/30/um-artigo-para-reflexao/ https://blogdosaber.com.br/2022/11/30/um-artigo-para-reflexao/#respond Wed, 30 Nov 2022 21:26:45 +0000 http://blogdosaber.com.br/?p=102 Ler mais]]> Padrões que são definidos pela sociedade

Na coluna de ponta-cabeça desta segunda-feira, Deborah Braga faz uma reflexão sobre os padrões que são definidos pela sociedade e questiona o que é normal, em padrão. Convido o leitor a ler, refletir e tirar as suas próprias conclusões.

Toda vez que pronuncio a palavra normal, pergunto-me se era realmente isso o que eu queria dizer. Porque normal é absolutamente relativo. E, de fato, depende do seu referencial. Claro que existe todo um aspecto cultural e de legislação por trás de cada um de nós. Mas certos comportamentos saem completamente do escopo cultural ou constitucional. Ou até mesmo ético.

Por exemplo, usar uma meia diferente da outra em cada pé, simultaneamente. Alguém diria, certamente, que elas estão trocadas. Mas quem definiu que elas estão trocadas? Talvez, a indústria viu por bem fabricar meias aos pares, já que temos dois pés? Mas as meias não se diferenciam por pé, correto? E se a indústria optou por fabricar meias aos pares com o intuito de vender sempre pelo menos duas meias e, portanto, sempre faturar mais?

O que eu poderia fazer com uma única meia? Usá-la com qualquer outra que eu achasse bonita. Afinal, quem define como devo me vestir? A indústria da moda define padrões, lança-os para a sociedade e, sublinarmente, afirma que se você não se veste assim ou assado, você não está combinando ou não está em harmonia ou não está de acordo.

De fato, quando vemos o Falcão vestido daquele jeito, parece assustador. Mas vamos fingir que não existem padrões ou que os padrões, agora, são vender meia em unidade e usar cores chamativas com xadrez, listrado, tudo misturado (inclusive, um pouco disso já tem voltado como “tendência” no mundo da moda, não é mesmo?). Será que continuaríamos vendo o Falcão da mesma forma? E, mais, será que esse personagem existiria? Ou será que existiria, mas ele se vestiria segundo os padrões atuais? E o brega, na verdade, seria a forma como os “normais” se vestem hoje?

Algumas pessoas afirmam que ser heterossexual é obviamente o normal porque só o homem e a mulher juntos podem reproduzir. Partindo-se do princípio de que a Terra precisa ser povoada, até pode ser sensato pensar na heterossexualidade como normalidade. Mas digamos que as afirmações preocupantes sobre a redução dos recursos naturais e a superpopulação mundial sejam verdadeiras. Não seria sensato pensar que deveríamos reduzir as nossas procriações? E que, talvez, o homossexual, agora tenha um papel fundamental nesse freio reprodutivo? E que, talvez, o homossexual também seja uma solução para uma redução acelerada dos órfãos no mundo?

Sabe por que ficamos abasbacados com a autenticidade das crianças? Porque elas ainda não entendem de padrões. Ou, pelo menos, não completamente. Se você nunca colocar açúcar no suco de uma criança, ela vai entender que aquele é o sabor normal do suco e quando ela experimentar um suco adoçado, irá estranhá-lo e, provavelmente, reprová-lo. Se você nunca diferenciar uma pessoa negra de uma pessoa branca na frente de uma criança, ela vai entender que o branco e o negro se distinguem exatamente da mesma forma que todas as pessoas são diferentes umas das outras. Se você nunca fizer distinção entre feio e bonito na frente de uma criança, ela somente julgará a beleza pela essência.

Ah, as crianças! Não erraram ao afirmarem que as crianças são o futuro. Já, nós, adultos, estamos fadados ao padrão.

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