Arquivos história - Blog do Saber https://blogdosaber.com.br/tag/historia-2/ Cultura e Conhecimento Fri, 03 May 2024 22:08:57 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.4.3 O que o caso Jujuba pode nos ensinar? https://blogdosaber.com.br/2024/05/07/o-que-o-caso-jujuba-pode-nos-ensinar/ https://blogdosaber.com.br/2024/05/07/o-que-o-caso-jujuba-pode-nos-ensinar/#respond Tue, 07 May 2024 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=4927 Ler mais]]> Relato sobre Jujuba

O caso Jujuba é um relato psicoterapêutico real dessa criança sob o carinhoso pseudônimo Jujuba. Talvez, fazendo referência aos seus cabelos, elemento central nessa trama existencial.  Jujuba é uma menina negra de 9 anos de idade, de classe média, residente do estado do Rio de Janeiro. Sua avó materna a leva até à nova psicóloga, depois de alguns episódios que findaram em internações hospitalares.

Jujuba comeu pasta de dente, jogou água sanitária em seu próprio corpo, bebeu álcool e ansiava por produtos de limpeza no intuito de remover a cor de sua pele. Nas sessões de terapia, ela alegava que alguns colegas de classe “implicavam com o seu cabelo, com seu nariz, boca, tom de pele e outros aspectos físicos de seu corpo”. Quando reclamava para a professora, Jujuba era negligenciada em seu sofrimento, pois ela nada fazia.

Assim, para sobreviver, Jujuba precisou encontrar maneiras de lidar com esse sofrimento. Uma delas eram as tentativas de reparar características físicas que nada tinham para ser reparadas. A outra delas era a prática da violência contra aqueles que a faziam sentir-se humilhada. Rebaixada a uma posição a que Jujuba sabia que não pertencia. Dessa forma, ela se tornava agressiva e ao pedir ajuda, a professora retrucava: “se continuar batendo nas coleguinhas assim, não vai poder reclamar quando for xingada. O que você quer, menina? Você é preta mesmo.”

Preta sinônimo de feia?

Mesmo em meio àqueles de seu próprio sangue, Jujuba não experienciava situações muito diferentes daquelas na escola. Uma vez, por acidente, ela deixou cair suco no tapete da tia, que, tomada de cólera, respondeu: “você já é preta, nem parece minha sobrinha, e ainda fica assim, com essa falta de educação”. Ao que o caso indica, Jujuba nasceu em uma família multirracial. Tendo perdido recentemente a sua mãe negra – talvez sua maior referência da cultura afro entre os familiares de sua convivência – e sendo bombardeada de desagradáveis comentários sobre a sua própria aparência, a percepção de Jujuba sobre si mesma não poderia ser das melhores.

Jujuba, então, “se achava feia porque era negra e de cabelo crespo”. Frequentando lugares de maioria branca e livres de diversidades culturais, a referência de Jujuba era a Europa e, portanto, a única saída possível até então era se tornar branca. Mas eis que uma identificação e um manejo sensível de sua nova psicóloga negra e crespa mudam aquele destino tão lamentavelmente branco.

O delírio do submundo

Sendo negra e tendo abraçado, de fato, a cultura afro, a nova psicóloga de Jujuba tinha não somente psique como ferramentas para sustentar a transferência com a pequena. Jujuba foi finalmente apresentada às histórias do submundo, à cultura africana, que a sociedade brasileira faz questão de apagar, esconder, como se fosse pecado ou irrelevante. No entanto, numa sociedade em que mais da metade da população é composta por pardos e negros declarados, quantas Jujubas serão necessárias se internarem ou transformarem seus cabelos e narizes, apenas para que todos finjamos que a supremacia é branca?

O que o caso Jujuba pode nos ensinar? Que professores e psicoterapeutas precisam ser urgentemente reciclados? Que a educação necessita de sérias reformas para que novos pais e políticos sejam formados cidadãos atuantes em uma democracia mais representativa? Ou que apenas semelhantes podem se ajudar? E que o racismo não passa de uma fábula, ou melhor, um delírio?

A lei

Para os desavisados, a pluralidade étnica, cultural e religiosa no Brasil, hoje é garantida pela Lei 10.639/03, alterada pela Lei 11.645/08, “que torna obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena em todas as escolas publicas e particulares do Ensino Fundamental até o Ensino Médio”.

Eis o parágrafo primeiro:

O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.

Bem como o parágrafo segundo:

Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras.” (NR)
O fantasma da lei

Embora já possua mais de 16 anos, muitos são os desafios na implementação dessa lei: falta de formação adequada – professores que “não possuem conhecimento suficiente nas culturas indígena e afro-brasileira” -, “resistência e preconceito por parte de alguns segmentos da sociedade” e a falta de materiais didáticos.

Palavras da psicóloga de Jujuba:

A falta de materiais didáticos que tragam imagens positivas do negro e do índio e que não demonizem a suas heranças religiosas demonstra de maneira consistente a discriminação sofrida por essas crianças na escola.

Apesar dos desafios, todos sabemos que é possível. E não só possível, é necessário e constitucional. Em artigo da IMAP, alguns pontos são levantados para facilitar a adequação das escolas à Lei 11.645/2008. São elas:

  • “Formação continuada: é necessário incentivar e promover a formação continuada dos professores, oferecendo cursos e capacitações que abordem as temáticas indígena e afro-brasileira.”
  • “Parcerias com a comunidade: as escolas também devem buscar parcerias com comunidades indígenas, quilombolas e africanas, envolvendo-as no processo educativo. Essa troca de experiências e conhecimentos enriquece o aprendizado dos alunos e fortalece os laços com as diferentes culturas presentes no país.”
  • “Recursos tecnológicos: os recursos tecnológicos digitais permitem a pesquisa em diferentes fontes e disponibilizam materiais ricos e adequados à lei. Esses recursos devem estar disponíveis para os professores e alunos, facilitando a sua utilização em sala de aula.”

Além dessas, podemos pensar na aquisição de livros que tragam a criança negra como protagonista, como Bruna e a galinha D’angola; Contos Africanos; Adamastor, o Pangaré; Menina bonita do laço de fita; A semente que veio da África; Chuva de manga. Bem como na adoção de referências a intelectuais negros que trazem tanta contribuição à humanidade: Frantz Fanon, Grada Kilomba, Neusa Santos Souza, Cida Bento, Bell Hooks, Isildinha Baptista Nogueira, Ignacio Augusto Paim Filho, Augusto Maschke Paim.

História, verdade, escolha

Conhecer a história do Brasil na integra não se trata apenas de inclusão. Não se trata de ser bom ou de deixar de ser mau. Não é sobre ser ou não ser supremo, ser ou não ser ativista. Trata-se, sim, de tomar consciência da verdade, de nos conhecermos e reconhecermos. De gerar a possibilidade de escolha. Porque a escolha só é possível a partir do conhecimento. Fora disso, estamos reduzidos e presos à crença da certeza.

O caso Jujuba foi escrito pela especialista em Psicologia Clínica, Marta Velasque Ribeiro. Está no livro Casos Clínicos 2: Infantil, organizado pela professora do Instituto de Psicologia Fenomenológico-Existencial do Rio de Janeiro, Ana Maria Lopez Calvo de Feijoo, a partir da supervisão do atendimento clínico.

Aproveite para ler também O negro e o branco no prevalecer-se da moral.

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Baby Reindeer: a vida como ela é https://blogdosaber.com.br/2024/04/30/baby-reindeer-a-vida-como-ela-e/ https://blogdosaber.com.br/2024/04/30/baby-reindeer-a-vida-como-ela-e/#respond Tue, 30 Apr 2024 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=4851 Ler mais]]> A minissérie

A minissérie da Netflix, ‘Baby Reindeer’ (no português, ‘Bebê Rena’), alcançou o primeiro lugar no streaming após uma semana do seu lançamento. O que era para ser uma simples história de perseguição com tom de comédia logo se transforma em um thriller complexo e angustiante. Cuidado, aqui, contém muitos spoilers!

‘Baby Reindeer’ conta a história do próprio Richard Gadd, protagonista e criador da série, começando e terminando pela perseguição de uma mulher obcecada por ele. Gadd expõe a sua vida, família e intimidades que normalmente lutamos para encarcerar. E, talvez, essa seja a maior surpresa: a exposição de traumas e conflitos internos de um homem. Tudo para justificar o tempo que ele levou para denunciar a sua perseguidora, sob o codinome Martha.

Seis meses que só foram interrompidos pela denúncia porque os problemas provenientes da perseguição alcançaram e colocavam em risco outras pessoas do seu círculo social. Gadd se pegou em uma relação de dependência com Martha, que o admirava e o incentivava a seguir com a sua carreira tão desejada de comediante. Finalmente, Gadd era reconhecido por alguém, o que o remete, mais tarde, a um homem de seu passado, sob o codinome Darrien, que também teria visto algo de especial nele.

A revelação

Martha e Darrien não apenas adoravam Gadd, eles queriam algo em troca: a sua atenção, o seu corpo, o seu sexo. Ambos sedutores, com as suas armas, ambos abusadores. Gadd, abusado por um homem e por uma mulher, tendo a sua sexualidade violada, remexida, virada do avesso, questiona-se quanto às suas preferências sexuais, procurando, inclusive, uma resposta no envolvimento com uma mulher trans.

O mais interessante de toda essa história é que Gadd é só mais um no meio de tantos homens e mulheres que são abusados e se deixam abusar, com questões que não conseguem sanar. ‘Baby Reindeer’ expõe a crueza da vida e incita em nós uma tentativa de revelação: das nossas fragilidades, tendências, desejos mais íntimos. Masoquistas, sádicos, obsessivos, perversos, narcisistas. São diversos os traços de caráter que nos circundam e ameaçam a nossa integridade. Integridade no sentido de inteiro, de manter-se no eixo.

A série não tem um final feliz. Nem triste. O final segue fiel à retratação da vida real, a vida como ela é: cheia de desafios, alegrias e frustrações. A vida como ela é: de dúvidas e eternas insatisfações.

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Fotografia https://blogdosaber.com.br/2024/03/19/fotografia-historia-documentacao-momento-vida-eternidade-imagens/ https://blogdosaber.com.br/2024/03/19/fotografia-historia-documentacao-momento-vida-eternidade-imagens/#comments Tue, 19 Mar 2024 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=4438

“Na fotografia estamos felizes.”

Inicio nossa crônica de hoje com um trecho da música “Anos Dourados” de Tom e Chico, que ouço na voz de Gal, para falar que sim, que preferimos nossas fotografias sorrindo, para que o momento de felicidade seja registrado. Este, ficará ali, numa tela de celular, em nossas mãos, ou em um porta-retrato, na mesinha da sala.

Fotografia – Um pouco da história.

Essas coisas mágicas chamadas fotografias foram inventadas em 1826, por um francês curioso, chamado Joseph Niépce. Depois, Louis Jacques Mandé Daguerre criou a primeira máquina de fotografia, o daguerreótipo. Imediatamente, Dom Pedro II, sempre antenado nas tecnologias, trouxe um daguerreótipo para o Brasil, logo após seu lançamento.

No início do século XX, a Kodak popularizou a fotografia, mas foram os japoneses que criaram o primeiro aparelho celular com câmera, em 1999. De lá para cá, bilhões de fotos são tiradas diariamente. Somos uma sociedade predominantemente visual. Em outras palavras, vemos fotos a todo instante, em todo lugar e tiramos as nossas também, claro.

Analisando a etimologia da palavra fotografia, temos que foto significa luz e grafia, registro ou escrita. Em suma, fotografia é escrever com a luz. Eu me encantei com essa descrição, pois as fotos nos contam histórias, documentam, nos faz viajar no tempo e nos causam diferentes emoções.

As fotografias como parte do dia a dia

Como viajante, registro tudo que vejo, até para inspirar minha escrita. Meu marido chama de “fotos bobas,” mas eu não me importo, pois não sou uma profissional. Meu objetivo é registrar cores, momentos, pessoas em seu cotidiano, que representam materiais ricos demais para serem descartados.

Faço isso com muito cuidado, pois não é todo mundo que gosta de ser fotografado e precisamos respeitar cada um. As fotografias não deixam de ser uma “invasão de privacidade” mesmo sendo algo tão comum nos dias de hoje.

No verão passado, quando estava em Civitavecchia, uma cidade litorânea na Itália, tínhamos acabado de jantar e voltávamos a pé para o hotel. Foi quando vi um vendedor de flores tomando um espresso (um café curto, bem forte, bem italiano). Não resisti e o fotografei. Revendo a foto, meses depois, pensei “isso aqui é a alma da Itália.” Só pude constatar essa afirmação revendo um registro meu, feito “do nada”, pois as fotos têm essa magia de falar conosco, retratar um ambiente, uma pessoa, um modo de vida.

A fotografia como documentação histórica:

Além de congelar momentos, aplacar as saudades de pessoas e tempos que não voltam, uma das principais funções das fotografias é nos contar histórias.

Abaixo, comento rapidamente algumas fotos que marcaram a humanidade e que possuem uma importância histórica para todos nós. Elas trazem reflexões e, de certa forma, nos dão um norte para o que devemos buscar ou evitar a todo custo, como cidadãos do mundo:

Em primeiro ligar, trago as fotografias dos prisioneiros (a maioria, judeus) libertados dos campos de concentração nazistas. Essas fotos conversam conosco até os dias de hoje, nos mostrando um passado que não queremos nunca mais.

Concomitantemente, temos a famosa fotografia do beijo, do soldado americano e da enfermeira, na Times Square, Nova York, marcando o final da Segunda Guerra Mundial. Num mundo de tantos conflitos, a começar pelos nossos, internos, não precisamos mais de nenhuma guerra.

Logo após, a foto dos primeiros astronautas na lua – Mostra o poder de realização do homem.

Registros fotográficos que marcaram a humanidade

Não menos importante, a famosa fotografia da menina correndo nua, durante a guerra do Vietnã. Sempre quem paga o preço mais alto são os inocentes, os mais frágeis, os que não decidem fazer guerra.

Quem não lembra da icônica foto de um rapaz que, no ano de 1989, durante um protesto contra o regime comunista em Pequim, parou um comboio de tanque de guerra? A fotografia ganhou o mundo como um símbolo pela paz.

Sequencialmente, a foto da criança africana e o abutre, no Sudão, que denunciava a fome naquele continente.

Uma fotografia menos dolorosa, que acho bacana, é o almoço no arranha-céu, onde funcionários, sem se importar com os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) almoçavam tranquilamente, como se estivessem num boteco. A foto serviu para mostrar ao mundo que, em meio a uma grande recessão/crise financeira, os Estados Unidos continuava produzindo, construindo. O que também se vê nos dias de hoje.

São muitas fotos transmitindo mensagens e também um registro de tempo, uma história. Vou deixar aqui o link, para quem tiver curiosidade de mergulhar um pouco mais na história mundial através delas.

Algumas fotografias icônicas de nosso país:

No Brasil, separei algumas fotografias legais que marcaram nossa história. São poucas, para não alongar o texto. Ei-las:

Em primeiro lugar, o Bis de Santos Dumont – O mineiro colocou seu protótipo para voar em solo parisiense, em 12 de novembro de 1906.

Em seguida, temos o Cristo Redentor, logo após sua inauguração. É o nosso maior cartão-postal.

Sequencialmente, na Itália, um soldado brasileiro segurando um artefato explosivo com os dizeres “a cobra está fumando” direcionado aos nazistas. O jornalista designado para cobrir a participação do Brasil foi nada mais, nada menos que nosso maior cronista, Rubem Braga. Ele escreveu muito sobre isso, com sua inteligência peculiar.

Logo depois, temos Pelé, em 1958, quando o Brasil ganhou a Copa do Mundo pela primeira vez, na Suécia.

Juscelino Kubitschek inaugurando Brasília. Ah Brasília, cansada de guerra!

Em seguida, temos a foto do garimpo em Serra Pelada, do famoso fotógrafo Sebastião Salgado (creio ser o fotógrafo brasileiro mais premiado e conhecido mundialmente). Ele ficou famoso por fotografar/documentar a tentativa de assassinato de Ronald Regan, então Presidente dos Estados Unidos.

Uma fotografia nordestina que correu o mundo:

Finalmente, para nós, nordestinos, existem várias fotografias históricas, mas a que mais chama a atenção é a icônica foto da cabeça dos cangaceiros, capturados e mortos pela Volante (Polícia Militar), na escadaria do Palácio Dom Pedro II (atual sede da Prefeitura de Piranhas), em Alagoas. Além de documentar, a foto passa uma mensagem.

Das fotos históricas às pessoais

Da mesma forma que agências de notícias e profissionais documentam a história através das fotos, nossos familiares também têm o mesmo cuidado e tratam do assunto com maior importância. Eles documentam nossas vidas desde a infância. São registros fotográficos considerados “obrigatórios” tais quais as imagens de aniversários, casamentos, formaturas, etc. É a nossa vida passando através da fotografia.

Atualmente, com os celulares, o processo é mais rápido e podemos fotografar várias vezes, aleatoriamente e reciclar as que gostamos para a posteridade.

Constantemente, eu posto qualquer coisa que acho interessante, porque sei que com o passar dos anos, as redes sociais me lembrarão o que postei. Dessa forma, quando vejo as imagens de meus pais, de pessoas próximas que já se foram, no íntimo, agradeço por tê-los fotografado, mesmo que de qualquer forma.

Então, não se acanhem. Fotografem muito, registrem suas vidas. Mais adiante, você vai gostar de ter feito isso.

Era visual, era da fotografia digital.

Definitivamente, estamos na era das redes sociais, do visual. “Quem não é visto não é lembrado” não é assim que falam? Entretanto, respeito e admiro quem vive em off.

Por fim, a fotografia, é a oitava arte. Então, meus amores, somos todos artistas, pois atire a primeira pedra quem nunca tirou uma “fotinha” na vida!

Agora, quero lhe ouvir. Você gosta de registrar tudo ou prefere viver com mais privacidade?

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Os órfãos e as vicissitudes da infância https://blogdosaber.com.br/2024/02/27/os-orfaos-e-as-vicissitudes-da-infancia/ https://blogdosaber.com.br/2024/02/27/os-orfaos-e-as-vicissitudes-da-infancia/#respond Tue, 27 Feb 2024 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=4184 Ler mais]]> As guerras geram órfãos

As notícias de crianças órfãs durante as últimas guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza vêm comovendo as nações e causando fervorosas discussões em diferentes partes, embora o assunto não seja novidade em diversas outras localidades do mundo por anos a fio. 

O Movimento Ashinaga é uma organização japonesa sem fins lucrativos que prevê educar e apoiar estudantes órfãos em todo o mundo. Eles apontam que “a África Subsaariana tem a maior proporção de crianças órfãs em todo o mundo, com mais de um em cada 10 jovens tendo perdido um ou ambos os pais.”. A Ashinaga apoia, hoje, 46 países da África Subsaariana, possuindo escritórios em Uganda e no Senegal, entre outros territórios pelo mundo.

As grandes guerras são, normalmente, as primeiras a nos darem notícias dos impressionantes números de órfãos resultantes delas. Assim foi com o Holocausto, por exemplo, que gerou órfãos alemães, enviados em seguida para a África do Sul. Segundo Sandrine Bessora, autora de “Os Órfãos”, “para irrigar com ‘sangue puro’ a sociedade separatista do país” durante o apartheid. Para maiores informações sobre, acesse matéria do Estado de Minas

As problemáticas de uma África esquecida

No entanto, os conflitos internos, a violência e as doenças são elementos que  contribuem constantemente para o crescimento do número de jovens abandonados. 

Em 2011, o site das Nações Unidas publicou que das 16,6 milhões das crianças órfãs de pais infectados pelo vírus da Aids, 14,9 milhões vivem na África Subsaariana. Em 2000, um artigo da Folha de São Paulo revela que o continente chegou a registrar 60% das mortes a nível mundial.

Das 94 mil mortes em conflitos armados em todo o mundo no último ano, 56 mil, ou cerca de 60%, ocorreram na África negra. Dois terços do continente africano estão em guerra.
Crianças em campo de refugiados

Há quatro anos, o site da RFI publicou Dos 10 conflitos mais preocupantes em 2020, três são na África: região do Sahel, que envolve Mali, Burkina Faso e Niger, além de Somalia e Etiópia. Mais recentemente, matéria da UOL mostrou que a África é “o continente com maior número de conflitos duradouros em todo o planeta”. E mais: “De um total de 54 países que compõem a África, 24 encontram-se atualmente em guerra civil ou em conflitos armados…”, sendo Congo, Ruanda e Darfur os países onde ocorreram os maiores massacres.

Em termos de refugiados, os países asiáticos Afeganistão e Iraque apresentam o maior número, precedidos da Somália e do Congo. Já, o “maior campo de refugiados no mundo fica no Quênia”.

A história da infância

Bom, tudo isso pra dizer que em diversos países, a infância, como nós entendemos que deve se cumprir, simplesmente não existe e, talvez, nunca tenha existido – pelo menos, para boa parte das gerações. Crianças privadas de itens básicos, como escola, alimento, cuidados pessoais, segurança. 

Afinal, onde existe, a infância sempre foi assim como a entendemos? 

Gerda Lerner traz em sua obra ‘A Criação do Patriarcado’ uma visão da infância que muitos denominariam perturbadora. Mas, para quem costuma ler livros e assistir filmes de época ou de escravidão, provavelmente, não seria uma grande surpresa. 

Lerner reúne informações de historiadores para rever como se deu a construção da civilização. Desde a pré-história, com as sociedades de caçadores coletores, até o advento do capitalismo, e o papel da mulher durante essa transformação. Função esta necessariamente implicada a das crianças, afinal, explorava-se a sua capacidade de reproduzir cada vez mais escravos ou mão de obra.

Veja trecho do livro:

Durante um longo período, talvez séculos, enquanto homens inimigos eram mortos pelos captores, gravemente mutilados ou levados para áreas distantes e isoladas, mulheres e crianças tornavam-se prisioneiras e se incorporavam a casas e à sociedade dos captores.

Lerner cita Tucídides, em sua obra ‘História da Guerra do Peloponeso’:

Os atenienses reduziram os cioneus sitiando-os, mataram os homens adultos e fizeram mulheres e crianças de escravas…

Na China, “uma criança filha de uma pessoa livre com uma pessoa escrava era sempre considerada escrava.” Lerner ainda acrescenta que, segundo o historiador E. G. Pulleyblank, “Um escravo era um membro inferior da família de seu senhor e sujeito às mesmas obrigações […] que uma criança ou uma concubina”. Ou seja, aqui, ela introduz uma ideia do papel da criança não escrava na sociedade. 

As vicissitudes da infância

Na obra de Ana Laura Prates, ‘Da fantasia de infância ao infantil na fantasia’, ela destaca que essa ideia da criança enquanto ser social só começa a se construir a partir da Idade Média. 

A infância… era vista como um período de transição logo ultrapassado, não havendo, assim, a consciência da particularidade infantil. Tampouco havia as ideias de inocência e candura, posteriormente encontradas nas modernas fantasias de infância.

E cita, inclusive, que “Na Idade Média, era bastante comum os adultos tomarem liberdades com os órgãos sexuais das crianças”. Prates traz os estudos do historiador francês Phillipe Ariès, que atribuía essa ideia de “ausência de infância” ao alto índice de mortalidade “devido às precárias condições higiênicas e sanitárias”.

“O processo que Ariès denomina ‘descoberta da infância’ foi, portanto, bastante longo. Iniciou-se por volta do século XIII e pode ser acompanhado pelos séculos XV e XVI.”, que é quando, segundo Ariès, a mortalidade infantil começa a diminuir. Observa-se, inclusive, nesse período, “o aparecimento de nomes de crianças nas efígies funerárias, revelando um apego maior” a elas.

As concepções cristãs teriam contribuído para que a criança se transformasse em “um indivíduo possuidor de personalidade própria”, através, por exemplo, da ideia propagada da imortalidade da alma. Porém, com “uma razão ainda frágil”, a criança deveria ser submetida à instituição educacional, que até então se restringia à formação clerical.

…o início do surgimento deste “sentimento” deu-se exatamente na passagem do fim da Idade Média para o Renascimento, que corresponde a um grande movimento em direção ao que posteriormente seriam chamados “valores burgueses”… Neste sentido, pode-se constatar que a ideia moderna de infância é tributária da constelação familiar burguesa e do advento capitalista.
Fantasiando o infantil

Apesar da infância estar bem estabelecida em boa parte do mundo hoje, não significa que as crianças sejam tratadas da mesma forma nessa porção do globo. Contardo Calligaris, psicanalista e dramaturgo italiano, radicado em “terra brasilis”, investiga a cultura brasileira, trazendo seus estranhamentos, inclusive, em relação aos jovens, no seu livro ‘Hello, Brasil!’. 

Já mencionado aqui no blog, em O jovem contemporâneo: um sujeito sem lei?,  Calligaris mostra a sua indignação quanto ao comportamento das crianças de classe média no Brasil e observa que, aqui, existe um contraste curioso na forma como elas são tratadas: ou são majestades ou são dejetos.

Menina de classe média manifestando o narcisismo de forma intensa

O adulto brasileiro parece constantemente preocupado com o prazer das suas crianças. Para ser breve: no Brasil, a criança é rei. Curioso, tanto mais em um país cuja reputação no estrangeiro está comprometida com legiões de crianças abandonadas na rua.

A grosso modo, a teoria que Calligaris constrói ao longo de sua obra é a de que tanto os colonizadores quanto os colonos no Brasil acabaram se decepcionando com o país, pois não teriam encontrado aqui o que vieram procurar. Esses pais, então, sonhariam para os seus filhos aquilo que não conquistaram, tornando-se, assim, permissivos.

O lugar de majestade que a criança parece ocupar talvez não indique uma excelência simbólica, mas algum tipo de incondicional exaltação fantasmática da criança. O que, aliás, explicaria por que, quando essa exaltação fantasmática não sustenta a criança, ela passe a ser simples dejeto. É como se a sociedade, em razão de sua impotência para garantir o paraíso a cada criança, devesse escolher deixar impunes as tentativas criminais das crianças para ter acesso, justamente, ao paraíso.
Narciso sobrevive

Bom, tudo isso pra dizer que as vicissitudes da infância se dão conforme as necessidades. Ou melhor, conforme os desejos do ser humano, independentemente da época, mas que sempre é sustentado pelo narcisismo. Seja por domínio de território, seja por mão de obra barata, seja pelo paraíso ou pelo poder.

Finalizo, aqui, com a citação de Ana Laura Prates, na obra já mencionada, à Neil Postman, no seu ‘O desaparecimento da infância’:

uma cultura pode existir sem uma ideia social de infância. Passado o primeiro ano de vida, a infância é um artefato social, não uma categoria biológica. Nossos genes não contêm instruções claras sobre quem é e quem não é criança, e as leis de sobrevivência não exigem que se faça uma distinção entre o mundo adulto e o da criança.
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Ao Seu Comando https://blogdosaber.com.br/2024/01/03/ao-seu-comando/ https://blogdosaber.com.br/2024/01/03/ao-seu-comando/#respond Wed, 03 Jan 2024 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=3472 Neville Goddard
Ao Seu Comando é um livro que irá lhe dar uma nova visão sobre quem você é,.

Ao Seu Comando (livro também traduzido para o português com o título Às Suas Ordens) é o primeiro livro escrito por Neville Goddard. E também o melhor livro para você iniciar a sua jornada de estudo e conhecimento sobre o poder da consciência humana, o poder do EU SOU. Contudo, Ao Seu Comando é um divisor de águas que irá permitir que você se reconheça como uma fonte de poder capaz de obter tudo aquilo o que puder conceber. Por exemplo: Felicidade, relacionamentos, sucesso, prosperidade, riqueza, paz, saúde, fé e tudo o que for necessário para se tornar uma pessoa cada vez melhor.

Ao Seu Comando é um livro que irá lhe dar uma nova visão sobre quem você é, e poderá lhe desvendar e desmistificar muitos mistérios da bíblia e da história de humana, que talvez até hoje você não entenda. Porém, é um livro que nos aproxima da resposta à eterna pergunta: Quem somos nós?

Este livro guarda a chave do tesouro perdido dentro de você. Chegou a hora de você encontrar este tesouro e usar esta chave para reivindicar a sua herança divina.

Portanto, pergunte a si mesmo. O que você gostaria de realizar se todas as coisas obedecessem às suas ordens?

Dessa forma, assuma a sua herança divina usando o poder do EU SOU e proclame a sua sabedoria, amor e poder. Saiba de uma vez por todas que o mundo verdadeiramente está Ao Seu Comando!

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Tradução de violência: uma reflexão https://blogdosaber.com.br/2023/10/31/traducao-de-violencia-uma-reflexao/ https://blogdosaber.com.br/2023/10/31/traducao-de-violencia-uma-reflexao/#respond Tue, 31 Oct 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=3043 Ler mais]]> História

Conhecer a história da nossa civilização é o primeiro passo para tentar entender a violência. Pensando a partir da teoria evolucionista, podemos analisar o primórdio do homem como um ser muito próximo a qualquer outro animal selvagem, certo? Disputa pelo alimento, pelo território, pela sobrevivência. Ou seja, barbárie. 

O jurista e antropólogo J. J. Bachofen é precursor das teorias sobre o matriarcado. Segundo ele, a maternidade seria a fonte das culturas, ou melhor, o que teria possibilitado a eliminação do barbarismo e, portanto, a criação das sociedades. Desse ponto de vista, evidenciamos um perfil mais benevolente da mulher em relação ao homem?

Bom, estudos mostram que as primeiras sociedades não eram nem matriarcais nem patriarcais, mas apresentavam tendências que ora tangenciavam os primeiros ora, os últimos. E que, apesar das mulheres terem sido mais dominantes e terem tido mais influência na esfera econômica nas sociedades de horticultura, elas acabavam caminhando em direção ao assentamento residencial e à agricultura de arado, que eram dominados pelos homens. Seria uma dificuldade das mulheres se adaptar a sistemas competitivos, exploradores e técnico-econômicos, típicos das sociedades “patrilineares”? Talvez.

Propriedade e domínio

O filósofo, sociólogo e antropólogo, Friedrich Engels, teoriza que à medida que se institui a propriedade privada e a ideia de garantia de repasse aos herdeiros, institui-se também o casamento monogâmico, assim como, segundo o antropólogo Claude Lévi-Strauss, o tabu do incesto. Dessa forma, inicia-se o controle da sexualidade feminina. Assim, inicia-se a submissão e a passividade feminina?

Trecho extraído da obra de Gerda Lerner, A Criação do Patriarcado:

“A primeira oposição de classes a aparecer na história coincide com o desenvolvimento do antagonismo entre homem e mulher em casamento monogâmico, e a primeira opressão de classes coincide com a do sexo feminino pelo sexo masculino.”

Demonstrar domínio sobre alguém: seria essa a tradução para qualquer tipo de violência praticada? Teria sido a redução do papel da mulher, dentro de uma sociedade, à maternidade a forma primeva de violência? Justamente ao papel que seria aquele o mais digno e essencial para a criação de uma sociedade?

Mas, então, como se mantém uma civilização onde todos querem dominar alguém? Ter mais que alguém, ser mais que alguém. Trata-se de uma sociedade sustentável ou de uma pirâmide? Será que é nesse ponto que ela se fragmenta?

Aproveite para ler também A unidade fragmentada: de Freud a Butler.

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A taxação sobre os super-ricos e o jeitinho brasileiro https://blogdosaber.com.br/2023/09/05/a-taxacao-sobre-os-super-ricos-e-o-jeitinho-brasileiro/ https://blogdosaber.com.br/2023/09/05/a-taxacao-sobre-os-super-ricos-e-o-jeitinho-brasileiro/#comments Tue, 05 Sep 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=2360 Ler mais]]> Uma ideia da esquerda?

Na semana passada, a BBC Brasil postou o seguinte artigo ‘Taxar super-ricos não é mais ideia só da esquerda’: os argumentos de milionário americano que quer pagar mais imposto. Segundo Morris Pearl, ex-diretor da BlackRock e presidente da organização Patriotic Millionaires, o sistema de tributação nos Estados Unidos acaba favorecendo os mais ricos, já que os impostos em cima de bens e investimentos são mais baixos que aqueles cobrados sobre os próprios salários. 

Pearl acrescenta que os ricos costumam deixar o dinheiro parado, em contas bancárias, por exemplo, em vez de aplicado na economia. O artigo mostra ainda os seguintes dados: entre 2010 e 2018, famílias bilionárias norte-americanas teriam pago em média 8,2% de seus ganhos em imposto de renda, enquanto que, em 2022, um trabalhador solteiro de renda média pagou 30%. É o famoso dito “o rico cada vez fica mais rico e o pobre cada vez fica mais pobre”. 

Morris Pearl compartilhou as suas teorias no Brasil, na ocasião do Fórum Internacional Tributário, no final do mês passado. E, no dia 1° de setembro, o governo começou a explicar nas redes sociais como funcionará a taxação de super-ricos no Brasil. 

O abismo social e suas origens

Esse sistema não costuma funcionar de maneira muito diferente em outros países capitalistas. Inclusive, quando falamos de nações subdesenvolvidas ou emergentes, dentro desse mesmo regime, normalmente ainda nos deparamos com situações agravantes, como um sistema de corrupção altamente irrigado. Algo que não acomete apenas a esfera pública, mas que faz parte da educação, da essência, de todas aquelas pessoas que compõem determinada nação. 

Em seu Hello, Brasil!, o psicanalista e escritor Contardo Calligaris traz a análise da civilização brasileira. Uma sociedade construída a partir de uma colonização extrativista, ou seja, a partir de colonizadores que exploram e de colonos e escravos africanos que são explorados. Um Brasil que, em fantasia, faz uma promessa de acolhimento, mas que acaba decepcionando, uma vez que não atende a expectativa daqueles que ali chegam. Então, geram-se os slogans: “esse país não presta”, “o país do futuro” – tendo nas entrelinhas: um futuro que nunca chega – e o famigerado “jeitinho brasileiro”.

Chegada de exploradores a um novo território

Calligaris faz uma reflexão sobre as possíveis origens dessas expressões que estão constantemente saindo da boca do próprio brasileiro. Expressões de revolta, de esperança e de recalque. Mas que, no fim das contas, traduzem o desespero por um reconhecimento. O reconhecimento do colono como brasileiro, um branco escravizado por seus semelhantes; daqueles que trabalham e querem ser gratificados dignamente. O reconhecimento “em uma sociedade em que é fácil ser insignificante”, em que “um privilégio indevido pode servir para restituir a qualquer um, por um instante, uma necessária dimensão de dignidade.”. Novamente, o tal do reconhecimento, tema também abordado aqui em Expressões: a arte e a coragem, Apocalipse Zumbi: uma solução para a selvageria e Por que fazem corpo mole? Entendendo a dialética do reconhecimento.

A história e seus sinais

Lembre-se: um povo conta a sua história a partir do que tem. Não que não seja possível mudar. Mas toda mudança requer um entendimento, uma compreensão sobre a fundação do problema. Da mesma forma que em um tratamento psicanalítico é preciso retornar à infância, em uma mudança estrutural, é preciso voltar ao passado e simular a construção de uma sociedade. Afinal, o buraco é sempre mais embaixo. E, pra variar, não existe receita de bolo. Cada país terá que descobrir a fórmula eficaz de fazer a sua economia girar de maneira salutar tanto para o dinheiro quanto para as pessoas. 

Afinal, Morris Pearl demonstra uma angústia plausível “Estamos preocupados com a perspectiva de que muito em breve, em algum momento, as pessoas não aguentem mais isso.”. E um sinal disso é que os transtornos mentais são a terceira maior causa de afastamento do trabalho no Brasil.

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