Arquivos memórias - Blog do Saber https://blogdosaber.com.br/tag/memorias/ Cultura e Conhecimento Wed, 13 Mar 2024 23:31:59 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.4.3 Caixa de Recordações https://blogdosaber.com.br/2024/03/12/caixa-de-recordacoes-memorias-vida-lembrancas/ https://blogdosaber.com.br/2024/03/12/caixa-de-recordacoes-memorias-vida-lembrancas/#comments Tue, 12 Mar 2024 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=4377 Ler mais]]>

Recordações – A caixa da vovó!

Quando crianças, entrava minha irmã Vitória e eu no quarto de nossa avó materna, como se estivéssemos numa ilha do tesouro. Abríamos uma enorme mala-baú, que mais parecia um ataúde e, dentro dela, encontrávamos o objeto de nossa curiosidade – uma pequena caixa contendo diferentes miudezas, que encantavam nossos olhos: Eram botões coloridos, moedas antigas, uma pequena boneca de pano preta, um lenço puído, mas imaculadamente branco, com três flores pequenas bordadas em uma das pontas, um frasco vazio de perfume que outrora fora uma escultura de uma imagem católica, dentre outras coisas.

Analisávamos um a um, como arqueólogas experientes, tentando decifrar a origem, data e importância de cada item, mas não conseguíamos.

De repente, a dona do curioso acervo, nossa avó, chegava e ralhava conosco, guardando os importantes achados e nos mandando ir para a sala, onde poderia ficar de olho nas duas curiosas. Ela guardava sua caixinha de tesouros, digo, recordações, e nos conduzia, como um guarda leva os prisioneiros, para o pátio.

As caixas de recordações são coisas muito particulares. Cada um pode ter a sua, onde deposita pequenos tesouros pessoais, acumulados ao longo do tempo. Alguns, são para sempre, outros, vamos nos desprendendo, sem perceber.

O valor que damos às nossas recordações depende muito de nossa criação, cultura, visão pessoal de mundo e, principalmente, experiências. O que é importante para mim, pode não ser para vocês e vice-versa.

Essas recordações podem ser coisas preciosas, como joias, armas, quadros de família ou bugigangas supérfluas, sem valor monetário, mas de incalculável valor emocional. Somos pessoas emotivas e adoramos nos “agarrar” às coisas que nos remetem a tempos bons, boas lembranças e lugares seguros, como a casa dos nossos pais, por exemplo.

Coisa de criança?

Não precisa ter idade certa para ter uma caixa de recordações ou segredos. Como narrei, vovó tinha uma caixinha dessas, cheias de artigos interessantes.

Por bem da verdade, não compreendíamos o que significavam. Para nós, eram apenas objetos de curiosidade, mas tenho certeza que ela tinha seus motivos para manter consigo tais prendas.

Na adolescência, comecei a juntar meus “tesouros,” pessoais que consistiam numa embalagem vermelha de um bombom, fotos de Brad Pitt, um ingresso de cinema e uns cartõezinhos que estavam super na moda, estilo “pop-up”, que poderiam ser de amigos ou namorados. Eram coisas que, para mim, eram muito importantes (naquela época). Depois, nem sei como desapareceram. Mamãe deve ter pensado que era lixo e jogado fora, como costumava fazer com tudo que via pela frente. Coisas de mães.

Já adulta, me pego guardando tickets do metrô de Paris, cartões postais, moedas estrangeiras, cadernos de anotações que compro e tenho pena de usar, marca-páginas tão elaborados, que parecem obra de arte. Enfim, itens que me despertam boas memórias. Quanto tempo irei mantê-los em minha caixa de recordações, não sei. Talvez passe para meus sobrinhos, num futuro não tão distante.

Caixinhas de recordações sentimentais

Entretanto, nossas caixas de recordações não precisam ser apenas materiais. Eu sei, que no fundo do coração de cada um de vocês, há uma caixinha repleta de bons momentos que a vida lhes ofertou, algum dia: o primeiro beijo, a primeira vez, uma conquista importante, uma aprovação, um gesto de carinho de uma pessoa especial (seja um familiar ou um amor), uma coisa estupenda que aconteceu e que você guardou como um tesouro.

Ah, eu tenho tantas coisas boas guardadas… Uma delas, que é inesquecível, foi um abraço que recebi do pároco de minha cidade natal, Padre Vicente, quando eu tinha nove anos. Eu entrei correndo na Igreja para a minha primeira eucaristia e ele estava bem no meio do corredor e, em vez de ralhar, me abraçou (ele era famoso por ter um temperamento difícil). Foi algo tão singelo que mantenho a memória até hoje.

O Beijo – De Gustav Klimt

Recentemente, guardei mais um momento marcante em minha caixa de recordações: A visita ao Palácio Belvedere, em Viena, onde hoje funciona um museu. Pois bem, o museu abriga uma grande coleção de obras do pintor austríaco Gustav Klimt. Dentre elas, o quadro intitulado O Beijo, uma obra que eu admiro há muito tempo. Já sonhei com ela, já me inspirei e escrevi poemas sobre ela, e me pego pensando nela, quando quero desligar-me de tudo. É um caso de amor de longas datas.

No momento que eu vi aquela tela em minha frente, não acreditei. Parecia um sonho. Foi algo surreal mesmo. Fiquei horas examinando cada detalhe. Emocionada, agradeci muito ao meu marido por ter me levado àquele museu. Dentre essas lembranças, há muitas outras ao longo dessa minha breve vida e sei que vocês também guardam as suas.

O tempo, sábio como é, aqui, acolá, faz as vezes de mamãe e leva algumas embora, sem que eu perceba. Acontecimentos que em algum momento eu pensava serem grandiosos, mas depois de certo período, com mais maturidade, vejo que não eram tão importantes assim.

Essas caixas de recordações nos ajudam a viver. Sabe, naqueles dias maus ou em que a gente esquece que é feliz? Nesses dias, extraia uma lembrança boa de sua caixinha e sorria para a vida.

A lixeira

Também temos nossa lixeira pessoal, onde jogamos as recordações desagradáveis. Nelas estão nossas decepções, nossas dores, os momentos em que duvidamos de nós mesmas, e aqueles em que fomos duramente golpeadas… Em síntese, as coisas mais terríveis que passamos.

Mais do que jogar essas memórias nessa lixeira interior, devemos também jogar no triturador do tempo. Esquecer para sempre. Apagar de nossas vidas. Definitivamente, há coisas que não dá para guardar, pois nos envenenam e sem querer, embaçam as coisas boas de nossas caixinhas de recordações.

É isso, amigos leitores. Tenho as minhas caixinhas de recordações materiais e sentimentais e cuido, com zelo, de cada uma.

E vocês, também pensam assim e gostam de guardar coisinhas especiais? Se puder, comente um objeto que vocês mantem pelo valor sentimental que possuem ou até mesmo uma lembrança boa, importante para vocês!

Um abraço apertado daqui do mar!

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Então é Natal! https://blogdosaber.com.br/2023/12/12/natal-cristo-confraternizar-memorias-familia-celebracao-reuniao-presentes-compras-saudades-afeto/ https://blogdosaber.com.br/2023/12/12/natal-cristo-confraternizar-memorias-familia-celebracao-reuniao-presentes-compras-saudades-afeto/#comments Tue, 12 Dec 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=3429 Ler mais]]>

Não vou continuar com a canção de Simone (que na verdade, é de John Lennon), mas com um clássico natalino “Esta é a época mais maravilhosa do ano”, do lendário Andy Williams, um dos mais populares cantores americanos. Sim, aquele que cantou Moon River, música tema do filme “Bonequinha de Luxo”, para dizer, caros amigos, que já estamos no Natal!

Como sou “das antigas,” não gosto muito dessa coisa de Deezer, Spotify, Pandora (as mais conhecidas), até uso, mas gosto mesmo de ouvir a boa e velha rádio: amo sintonizar, ouvir a previsão do tempo, como está o trânsito, e os locutores falando com vozes apressadas sobre tudo. Aqui nos EUA, nessa época, as rádios tocam sucessos musicais e alternam com canções natalinas, cada uma mais linda que a outra. Aprendi muitas, posso dizer que sou uma expert.

Mas não é somente pelas músicas tocando que identificamos que o Natal chegou: as lojas completas de artigos natalinos, os supermercados com aqueles itens comuns a esse período, como frutas cristalizadas, panettone, biscoitos decorados, etc, batem em nosso rosto como se dissessem “o fim do ano se aproxima.”

Espírito Natalino?

Além de tudo isso, não sei se vocês sentem o mesmo, mas eu sinto que algo de maravilhoso mesmo paira no ar: Seria o famoso espírito natalino? Sei que as pessoas parecem mais felizes. Muitas começam a decorar a casa, a organizar a confraternização familiar ou do trabalho, alguns planejam viagens, e as férias, que para muitos, estão chegando. Aí vem a escolha cartões de boas festas, os presentes, enfim, é a época em que a alegria surge sem pedir licença.

Entretanto, sejamos honestos, o Natal não é só flores. Sei que pode ser também uma época estressante, com filas enormes, correrias de última hora, a distância dos entes queridos, dentre outras coisas que enfrentamos.

É época também de recordar àqueles que partiram e não estão mais conosco. Muitas vezes, eram essas pessoas que tinham o dom de reunir todo mundo, de fazer a magia do Natal acontecer. Agora, os espaços vazios na mesa nos causam saudades, mas a semente do amor, da partilha, foi plantada e cada Natal, é uma ocasião para repetir o que aprendemos, de estar com a família, os amigos e juntos, comemorarmos o nascimento de Cristo.

Ofereça seu bem mais precioso!

Dúvidas quanto aos presentes: ofereça atenção, amor, tempo mesmo, que é nosso bem mais precioso, às pessoas queridas. E se você faz questão de dar uma lembrancinha, opte por produtos artesanais, que possuem mais valor que preço.

Aproveitem essa maravilhosa época! Confraternizem-se, reúnam-se e criem muitas memórias afetivas. Posso dizer, com segurança, que as minhas melhores recordações são dessa época: das reuniões familiares, da algazarra, dos risos por coisas simples… E enquanto viver, vou criando mais, pois foi assim aprendi.

Espalhem gentilezas por onde for, não somente por ser Natal. O mundo atravessa um momento difícil, pós-pandemia e ainda, por uma guerra.  A nível local, quem não passa por suas próprias batalhas? Então, vamos olhar com carinho para o mais próximo e se, pudermos fazer o natal de alguém mais feliz, mais leve, vamos fazer. Assim podemos sentir o verdadeiro espírito natalino!

É Natal! É tempo de celebrar!!!

Ainda que todos não comemorem essa data especial, atribuída ao nascimento de jesus Cristo, vamos mantendo as tradições, e pedindo em nossas preces e orações para que o mundo se encha de paz.

Agora me conte, você gosta dessa época natalina?

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O tempo do amor https://blogdosaber.com.br/2023/10/02/o-tempo-do-amor/ https://blogdosaber.com.br/2023/10/02/o-tempo-do-amor/#respond Mon, 02 Oct 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=2681 Ler mais]]> Um tempo que não cabe em calendário

O tempo do amor é uma dimensão única, onde as emoções se entrelaçam com o passar dos dias, meses e anos. É um fluxo constante que percorre o coração, trazendo consigo momentos de alegria, vulnerabilidade, aprendizado e transformação.

No tempo do amor, cada jornada é única. Alguns relacionamentos florescem em um instante, como uma chama avassaladora que acende a paixão e a conexão entre duas almas. É como se o tempo se dilatasse, permitindo que esses momentos de intensidade e felicidade durem para sempre. No entanto, sabemos que o tempo é fugaz, e é necessário cultivar o amor para que ele possa resistir às adversidades que a vida nos reserva.

O tempo do amor é uma dimensão única.

O amor merece cuidados

É comum utilizar a metáfora do cultivo de uma planta com os cuidados com um amor. Quem já cuidou ou cuida de uma planta sabe que é necessário equilíbrio e dosagem para manter a planta viva. A mesma água que a nutri, se não for bem dosada poderá encharcá-la. Assim é o amor, o mesmo carinho e presença que o nutri, se não for dosados também poderá sufocá-lo.

Por isso é importante atenção ao processo do amor, e se necessário dar um descanso para esse amor se firmar, se nutrir de si e fortalecer e é nesse processo que ‘o tempo’ torna-se um detalhe.

De marcas profundas a eternas memórias

O tempo do amor pode ser breve. É como um relâmpago que ilumina o céu por alguns segundos e, mesmo assim, deixa uma marca indelével em nossas vidas. Essas paixões arrebatadoras nos mostram que o amor não conhece cronologia, nem espera o momento “certo” para acontecer. Ele simplesmente acontece e nos transforma profundamente, mesmo que sua duração seja efêmera.

No entanto, o tempo do amor também pode ser eternizado nas memórias. Mesmo que os relacionamentos terminem, as emoções vividas ficam gravadas em nossos corações. O tempo do amor deixa marcas profundas, lembranças de momentos de riso, lágrimas, cumplicidade e aprendizado. São essas lembranças que nos moldam e nos ajudam a amadurecer, mesmo após o fim de uma história.

Finalizo a reflexão trazendo uma frase escrita por Leandro Karnal: ” Não use calendário para demarcar felicidade. Apenas viva”!

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