Arquivos instinto - Blog do Saber https://blogdosaber.com.br/tag/instinto/ Cultura e Conhecimento Mon, 31 Jul 2023 21:39:24 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.4.3 Embriaguez coletiva: uma tentativa de ‘resetar’ a humanidade? https://blogdosaber.com.br/2023/08/01/embriaguez-coletiva-uma-tentativa-de-resetar-a-humanidade/ https://blogdosaber.com.br/2023/08/01/embriaguez-coletiva-uma-tentativa-de-resetar-a-humanidade/#respond Tue, 01 Aug 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=2050 Ler mais]]> Sem Cristo e com Cristo

Os anos que antecederam Cristo foram marcados pelo que se intitulou mais tarde de pecados capitais, especialmente pela soberba, a luxúria e a gula. Em meio a tantos banquetes luxuosos, os ritos de orgia seriam uma tentativa de buscar uma “embriaguez coletiva” ou uma experiência de grupo na qual as pessoas colocassem para fora o seu lado mais instintivo, mais primitivo. Na qual elas pudessem provar as sensações de violência e de êxtase. 

A sensação de êxtase pode ser experimentada em diferentes situações, de forma leve ou acentuada. Por exemplo, quando estamos com frio e vamos para o sol; quando fazemos atividades físicas exaustivas e finalmente descansamos - esse é o princípio, inclusive, de práticas de yoga, o segredo para a meditação. Quando estamos com fome ou com vontade de comer algo específico e comemos, principalmente quando se trata de comidas gordurosas, como as frituras, e doces, como as sobremesas - para ler mais sobre os efeitos dos alimentos, acesse também Vício: quando o conforto tem efeitos colaterais. Ou quando estamos envolvidos em atividades que causam prazer, como uma massagem, uns 'amassos'; quando chegamos ao orgasmo; quando consumimos certas drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas. 

As relações entre pessoas do mesmo sexo ou da mesma família também não eram incomuns. Durante as guerras, por exemplo, onde os homens ficavam muito tempo longe de suas esposas, eles acabavam procurando um pouco de prazer entre os seus próprios companheiros. O incesto, da mesma forma, poderia ter-se originado por alguns aspectos culturais, como a rivalidade entre famílias. 

Com a chegada da Igreja Católica, muitas práticas acabaram sendo proibidas e consideradas pecados. Assim, patenteou-se a unidade familiar e as suas regras.

Um loop ou um reset?

Falar da contemporaneidade parece dizer mais sobre os tempos antes de Cristo: a unidade familiar é bastante variável – não segue mais regras -, os casos de agressão seja dentro ou fora de casa estão cada vez mais evidentes, as músicas que fazem mais sucesso são aquelas que instigam o que há de mais primitivo em nós – os nossos desejos sexuais e agressivos. Ou seja, a sensação que dá é a de que estamos vivendo num loop, numa repetição de ações de acordo com uma cronologia. 

Estaríamos apenas recomeçando e seguindo para um destino que já conhecemos? Quem faria a próxima “inquisição”, com tantas religiões à vista? Ou seria essa uma tentativa de dar um novo destino à humanidade, de ‘resetá-la’? Será essa uma indicação de que estamos buscando um meio termo, mesmo com tantos radicalismos ativos? Embora haja mais do mesmo, será uma indicação de que a psique humana estaria finalmente sofrendo uma transformação? Ou será que não se trata do ‘mesmo-mesmo’, mas de um ‘mesmo-melhor’ de alguma maneira? 

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Terror nas escolas: a iminência do ataque https://blogdosaber.com.br/2023/04/18/terror-nas-escolas-a-iminencia-do-ataque/ https://blogdosaber.com.br/2023/04/18/terror-nas-escolas-a-iminencia-do-ataque/#respond Tue, 18 Apr 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=1303 Ler mais]]> Nos últimos meses, estivemos sendo surpreendidos por ataques realizados nas escolas do Brasil. Um drama que tem acometido todas as famílias constituídas por crianças e adolescentes. “Será que meu filho corre perigo?”

Atos violentos

A gente pode tentar o que for para evitar a raiva, ou melhor, evitar transparecer a raiva. Mas, não se engane, ela está ali. É na forma como ela vai sair do seu corpo que está a questão. A gente acha errado, não quer sentir, e acabamos reprimindo-a. O fato é que a pulsão agressiva faz parte da natureza humana, do instinto de sobrevivência. E se a gente não souber como lidar com ela, em algum momento, ela vai nos dominar.

“Extravasa! Libera e joga tudo pro ar!”

Não é preciso dominá-la, mas extravasá-la. De alguma forma que, dentro de uma civilização, seja aceitável. Há várias formas de fazer isso: brincando, principalmente em jogos de disputa, praticando exercícios físicos, em especial os aeróbicos, dedicando-se a algum tipo de atividade artística, como o teatro, a música ou a pintura, ou até mesmo ocupando posições profissionais que requeiram um perfil de cobrança, como cargos de liderança ou de coach.

Existem diversas situações do dia a dia que colocam em xeque a nossa tolerância emocional. No frigir dos ovos, tudo aquilo que nos contraria está nos testando. Aí entra, então, o papel do reconhecimento bem como o da frustração na infância. Fundamentais para que o indivíduo compreenda que nem tudo na vida se tratará dele. Assim, os pais precisam entender que uma coisa é ter um ambiente controlado, que é o meio familiar. Outra coisa, totalmente diferente, é o fora da porta de casa. Lá, o indivíduo encontra todo tipo de situação e com os mais diversos tipos de pessoas. Ou seja, o sujeito fica exposto ao desconhecido, ao indeterminado.

Sim, é preciso dizer não!

Se as pessoas não entram em contato com a frustração desde a sua mais tenra idade e não sabe como extravasar a raiva proveniente daquele sentimento, será realmente difícil lidar com o que as contraria nas fases seguintes. Então, tudo pode acontecer, inclusive o inimaginável. A iminência do ataque, da explosão, do desabafo, estará sempre presente. E não só nas escolas, mas em qualquer lugar.

Porém, também é preciso reconhecer…

Toda criança precisa ser reconhecida como indivíduo. Precisa ser olhada, amparada. Ela deve se sentir importante, mas não a ponto de estar acima das outras pessoas. É uma questão de balanço.

Quando se trata de sobrevivência, tema também abordado no texto Poder e submissão: até que ponto o estado é efetivo contra a violência doméstica?, procuramos vítimas mais vulneráveis, menores que nós, mais fracas ou frágeis que nós. Por isso ataques a crianças são preferidos pelos agressores. Além disso, a escola é, muitas vezes, uma representação da nossa primeira exposição ao mundo real, onde sofremos bullying, onde somos forçados a estudar, a nos comportarmos, ou seja, onde somos contrariados constantemente. Uma planta piloto de frustrações.

E qual a saída do caos?

Se as famílias não são garantia de uma educação adequada, as escolas, necessariamente, têm que ter esse papel. Precisamos de instituições de melhor qualidade, que consigam dar atenção individual, envolvendo também as famílias. As atividades terapêuticas e o acompanhamento dos casos precisam fazer parte de uma rotina escolar. A infância é a fase de maior vulnerabilidade e de menor resistência. Se existe um momento de agir e ter êxito, é ali! E, afinal, que tipo de jovens queremos formar? E com que tipo de adultos queremos lidar?

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Por que amamos? https://blogdosaber.com.br/2023/04/03/por-que-amamos/ https://blogdosaber.com.br/2023/04/03/por-que-amamos/#respond Mon, 03 Apr 2023 11:44:01 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=1194 Ler mais]]> O meu primeiro livro do ano não poderia ter sido melhor escolhido! Por que amamos de Renato Nogueira!

Renato Nogueira passeia de maneira leve pela forma como diferentes culturas experienciam o amor: Ele se debruça sobre as mais diferentes culturas analisando sob a ótica de cada uma os mais diversos aspectos e formas de amar. Um passeio quase lírico.

A alquimia de Noguera está em mostrar como os ensinamentos de filósofos e pensadores das mais diversas eras e sociedades não se contradizem, mas complementam-se.

Definições filosóficas

Para o povo Dagara, tribo africana, a base do amor é o conhecimento de sí mesmo e o ápice é a paixão, segundo a filósofa africana Sobonfu Somé.

Com o objetivo da reprodução e manutenção da espécie, Schopenhauer, filósofo alemão, define o amor como um instinto animal.

Em Shakespeare o amor romântico é representado pela peça Romeu e Julieta, de William Shakespeare. E o ciúme, analisado à luz de Otelo.

Lendas e mitos asiáticos, indígenas e africanos, são citados por Nogueira em sua investigação sobre o amor.

Bem como a bíblia, através da passagem sobre Adão e Eva e sua expulsão do paraíso, examinando-a à luz da psicanálise.

Amar é querer aprender, ensinam-nos os gregos. A esse aprendizado, soma-se outro fundamental, desta vez proveniente de culturas afro-indígenas: amar não é uma emoção individual, mas coletiva, e pode envolver duas, três, quatro pessoas, ou mesmo uma comunidade inteira – o que é explicado também pela biologia.

Conclusões

Não teria como resumir neste espaço toda a riqueza do conteúdo da obra, mas espero ter colocado o suficiente para motivar a leitura.

Por fim eu diria que é um livro interessante, leve e que trás reflexões sobre o que nos impulsiona a navegar nesse inesperado mar de emoções: Ah, o amor…por que amamos?

Reflexões sobre o livro do autor Renato Nogueira.

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