Arquivos fragilidade - Blog do Saber https://blogdosaber.com.br/tag/fragilidade/ Cultura e Conhecimento Sun, 02 Jul 2023 14:14:14 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.4.3 A vida é para frente! https://blogdosaber.com.br/2023/07/03/a-vida-e-para-frente/ https://blogdosaber.com.br/2023/07/03/a-vida-e-para-frente/#respond Mon, 03 Jul 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=1854 Ler mais]]> Os desafios de assumir as próprias escolhas e seguir na vida.

Assumir as próprias escolhas não é uma atitude muito fácil para a maioria de nós por causas diversas mas, citarei, ao meu ver, duas principais: medo do julgamento e fragilidade no nosso ego. Mas por quê será que isso acontece? Te convido a pensar junto comigo e talvez reconhecer os benefícios psicológicos em nosso comportamento quando assumimos verdadeiramente que a vida é para frente!

Medo do julgamento:

Mostrar as nossas fragilidades sempre foi algo muito delicado em nosso comportamento porque, de certa forma, nos deixa vulneráveis as críticas. No mundo competitivo no qual estamos inseridos, principalmente com a atuação das redes sociais em nossas vidas, a vulnerabilidade passa ser interpretada como fraqueza. Porém na verdade ela pode representar um importante sinal da nossa capacidade de resiliência e superação.

Existe um conceito muito interessante na psicologia trazido pelo psicólogo Lev Vigotsky chamado de Desenvolvimento Proximal (ZP), “define aquelas funções que ainda não amadureceram, mas que estão em processo de maturação, funções que amadurecerão, mas que estão, presentemente, em estado embrionário.” (wikpédia). Este conceito é muito utilizado na área do desenvolvimento infantil, mas pode ser adaptado para a nossa compreensão do medo do julgamento e da capacidade que podemos desenvolver em superá-lo. Ou seja, se considerarmos as nossas falhas como algo que nos sinaliza um ponto de melhoria e que precisará ser trabalhado por nós. Certamente o impacto do julgamento será transformado pelo impulso para a melhoria necessária ao nosso amadurecimento.

Fragilidade no nosso Ego

O conceito de Ego é bastante utilizado na psicologia analítica, a palavra vêm do alemão e significa “eu”. Seria parte da nossa estrutura psíquica e desenvolve-se na medida em que vamos tomando consciência da nossa própria identidade. É um importante constituinte da nossa psiquê e nos acompanha por toda a nossa existência.

Uma vez que vamos desenvolvendo a nossa personalidade o Ego vai tomando lugar em nosso comportamento, muitas vezes ditando as nossas atitudes. Uma delas pode ser a de defensiva, quando temos dificuldades em reconhecer os nossos erros terceirizando as nossas culpas porque o nosso Ego não consegue admitir qualquer tipo de frustração.

Como assumir as nossas escolhas e seguir em frente?

Essa pode ser considerada a “pergunta de milhões”!! Isso porque ao meu ver, não existe uma resposta e sim um caminho que passa pelo autoconhecimento: reconhecer as razões para o medo do julgamento e o nível de importância que o seu Ego ocupa em seu comportamento.

Por meio desta reflexão certamente as chances de melhorarmos a qualidade dos nossos relacionamentos aumenta consideravelmente e a maturidade, certamente, poderá ser uma fase muito apropriada para esse reconhecimento devido as nossas experiências de vida.

Desejo fortemente que esse texto possa te ajudar a transformar as desculpas em responsabilidades e seguir em frente! Porque simplesmente a vida é para frente!

Paz e bem!

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A fragilidade dos sexos na era do empoderamento feminino e das “machosferas” https://blogdosaber.com.br/2023/06/20/a-fragilidade-dos-sexos-na-era-do-empoderamento-feminino-e-das-machosferas/ https://blogdosaber.com.br/2023/06/20/a-fragilidade-dos-sexos-na-era-do-empoderamento-feminino-e-das-machosferas/#respond Tue, 20 Jun 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=1745 Ler mais]]> A gigante acordou

O empoderamento da mulher nas sociedades atuais tem mudado conceitos e evidenciado extremismos. Apesar dos números referentes ao feminicídio e à violência doméstica voltada para a mulher terem aumentado nos últimos anos, a valorização das conquistas do feminino segue no mesmo ritmo. Isso seria uma resposta das mulheres aos casos policiais ou os casos policiais seriam uma resposta dos homens a esse empoderamento? Ou, ainda, teriam os casos policiais apenas mudado de nomenclatura, de homicídio para feminicídio?

Enquanto as mulheres têm descoberto e exercido um poder que elas não faziam ideia que tinham dentro das sociedades patriarcais, os homens simplesmente não sabem o que fazer em relação a isso. Dentro de uma sociedade fálica, aos sexos são atribuídas tarefas, papéis e trejeitos diferentes. Quando o poder é dado ao sexo que não o possuía, existe algo de excitante. Já quando ele é retirado daquele que o possuía, existe algo de frustrante.

Sexos frágeis

As mulheres excitadas querem cada vez mais o que elas descobriram e os homens frustrados, em contrapartida, estão apavorados. Alguns, mais passivos, vão tentar entender o que se passa e, quem sabe, adaptar-se a essa nova mulher. Já outros, mais ativos e dominadores, vão entrar na negação do fato.

Mas, de fato, não é fácil ser homem ou mulher. Talvez, nunca tenha sido. Todos nós, antes de mais nada, somos seres humanos. Seres reprimidos, traumatizados, que têm dúvidas, que se contradizem. Nós somos vulneráveis, sejam os passivos sejam os ativos. O empoderamento da mulher possui pelo menos dois pontos de fragilidade:

  1. Por enquanto, em termos gerais, a mulher tem sido poderosa apenas para ela mesma. Enquanto os homens não entenderem ou se adequarem ao novo papel da mulher na sociedade contemporânea, esse papel continuará sendo negligenciado nas esferas políticas, sociais, profissionais e pessoais;
  2. Nesse novo papel, a mulher também se acha perdida, assim como os homens. É difícil definir até que ponto elas podem ou devem ir. É aquela história de quando o poder sobe à cabeça. “Posso me vestir como eu quiser!”. Mas será que é bem assim?
Direitos e deveres

Configura o crime de ato obsceno, a “manifestação de cunho sexual praticada em local público ou aberto ao público, capaz de ofender o pudor médio da sociedade”. Pudor médio da sociedade. O que isso quer dizer? Muitas coisas! A variar com a perspectiva de cada um. Mas pensando no “mediano” e que a sociedade brasileira é constituída em maior parte por pessoas educadas a partir de uma fé religiosa de natureza cristã, poderíamos dizer que o ato de andar pelas ruas despido, semidespido ou evidenciando genitálias ou zonas erógenas configuraria crime? É provável, não? Mas, na contramão disso, as mulheres vão se vestindo de forma cada vez mais erotizada. E, pasmem, elas não são penalizadas por isso.

Mas os deveres não deveriam ser iguais também? Pois é. É nesse ponto, por exemplo, que a coisa é desvirtuada. Ou melhor dizendo, distorcida. Passar a ter poder significa ter mais poder que o outro? Não deveria, certo? Não, se o discurso é “direitos iguais”. Poderíamos estar falando de abuso de poder, então?

Parece que os excessos levam ao nada

É provável que o “abuso” por parte das mulheres seja o principal fator que contribui para a formação de “machosferas” como a Red Pill, grupos de homens com pensamento conservador, que denigrem a mulher em seu novo papel, e com maioria decidida a não ter mais relacionamentos duradouros com elas. Ou seja, é a contraofensiva. Afinal, grupos reativos só surgem a partir de movimentos radicais. Da mesma forma, a alta no número de feminicídios pode também estar ligada a essa contraofensiva.

Ou não. Talvez, esse número apenas esteja aos poucos se tornando oficial. Antes do poder, as mulheres simplesmente aceitavam o que estava determinado pela sociedade para elas. Raras se separavam ou pediam o divórcio. Mas, com a criação de leis voltadas para mulheres e as redes sociais para propagar os absurdos sofridos por elas, perceberam que unidas eram mais fortes. Com os depoimentos vindo à público, outras mulheres vão se sentindo mais à vontade ou seguras para também contarem as suas próprias histórias e para se imporem.

Por um ou por outro, o fato é que todos estamos tendo que lidar com mudanças extremamente significativas: o abuso de poder das mulheres, a contraofensiva masculina, a desconstrução do masculino e do feminino e ainda o abuso de poder dos homens, nas mais diversas esferas da sociedade. É um momento confuso e cada um busca reencontrar o seu próprio papel. É como se estivéssemos, nesse momento, desrotulados e, por mais que ainda haja quem tente dar rótulos, eles simplesmente não cabem em nós. Não mais. Somos como peixes fora da água, mas à margem dela. Temos tudo e não temos nada. Somos tudo e não somos nada.

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O perverso e a Alegoria da Caverna de Platão: por que tantas pessoas se submetem a atos religiosos macabros? https://blogdosaber.com.br/2023/05/09/o-perverso-e-a-alegoria-da-caverna-de-platao-por-que-tantas-pessoas-se-submetem-a-atos-religiosos-macabros/ https://blogdosaber.com.br/2023/05/09/o-perverso-e-a-alegoria-da-caverna-de-platao-por-que-tantas-pessoas-se-submetem-a-atos-religiosos-macabros/#respond Tue, 09 May 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=1475 Ler mais]]> No Quênia, seguem as investigações a respeito da quase uma centena de corpos encontrados e de outras dezenas de pessoas resgatadas, membros da Good News International Church. O líder da igreja teria induzido os fiéis a passarem fome para que pudessem “encontrar Jesus”.

Essa é apenas mais uma de tantas outras histórias conhecidas de atos macabros praticados pela própria humanidade dentro de cultos religiosos. Podemos citar aqui: o Templo do Povo – Jonestown, o Ramo Davidiano, Heaven’s Gate, a Igreja dos Mórmons que não abandonou a poligamia de Warren Jeffs, entre outros.

O que se espera de uma religião?

Conforto? Motivos para continuarmos seguindo a nossa caminhada? Seja na busca de amigos, respostas ou de sensação de paz ou de utilidade, a religião, não importa qual seja a linha, tem um papel muito importante na civilização. Ela controla o que hoje chamamos de barbárie e traz esperança para a espécie humana.

Independente do motivo, muitos líderes religiosos creem piamente naquilo que pregam, outros nem tanto. Normalmente, estes últimos, mesmo se dizendo profetas, não se colocam na lista de sacrifícios. Eles se satisfazem com o poder que têm sobre os outros.

O que querem os perversos?

Querem satisfazer os seus desejos. Assim, como qualquer outro indivíduo, o perverso é movido por instintos. Raiva e inveja são os principais sentimentos. Mas, nesse caso, não existe o recalque, aquele fornecido pelas religiões e que barram o sujeito da passagem ao ato. O perverso passa por cima da lei bem como do desejo dos outros.

Por que caímos na lábia do perverso?

Todos nós temos experiências completamente diferentes. Nascemos diferentes, nos lugares mais diversos e com mais ou menos oportunidades. Dizem que até um ateu chama pelo “meu deus” em momento de desespero! Pois é, todos sabemos que, em algum momento, a procura por uma religião também pode ser uma forma de pedir socorro. Já que não dou conta sozinho, alguma outra coisa pode me ajudar.

Quando estamos angustiados, dificilmente conseguimos parar para raciocinar. Queremos um resultado imediato: uma palavra que conforte, uma saída para o nosso sofrimento. Tornamo-nos frágeis, vulneráveis às perversões. Aqui, tudo parece impossível, embora, ao mesmo tempo, tudo o que aparece seja possível.

Escultura do rosto de Platão
E o que Platão tem a ver com isso?

Por outro lado, há também aqueles que só conhecem uma única realidade, uma única verdade. Aqueles que nunca saíram da caverna, como na Alegoria da Caverna, de Platão. Para quem não conhece, o mito conta a história de um grupo de pessoas que viviam acorrentadas em uma grande caverna. As suas sombras projetadas na parede a partir da luz da fogueira eram a única paisagem que elas podiam enxergar.

Um dia, uma dessas pessoas consegue se libertar das correntes e sai da caverna. Em contato com a luz do sol e todas as cores refletidas pela natureza, o ex-prisioneiro se sente assustado e pensa em retornar à caverna. Mas ele logo percebe a preciosidade de suas descobertas e resolve voltar apenas para contar aos demais sobre a novidade. Os outros não acreditam nas histórias que conta o ex-prisioneiro, chamam-no de louco e o matam a fim de evitar que suas ideias os atraiam para os “perigos da insanidade”.

Quanto ao templo de Warren Jeffs, por exemplo, a grande maioria das mulheres que vivia na pequena comunidade não tinha vivência fora daquele ambiente nem acesso aos estudos. Eram disciplinadas a rezar, obedecer aos seus maridos, conviver com suas outras esposas e reproduzir.

Da mesma forma, podemos pensar na religião mulçumana, quando as mulheres têm o seu órgão genital mutilado ainda enquanto crianças. Ou quando as suas penas, em relação ao homem, são muito mais severas em caso de adultério ou seus direitos são ínfimos frente aos deveres. Apesar da dor, como se trata de algo cultural, naturalmente, não se pensa em outras possibilidades. O proibido é proibido e ponto final. Questionar “por que não posso mostrar o meu cabelo?” seria, na cultura ocidental, como perguntar “por que não posso roubar?”.

Bom, por um ou por outro motivo, a submissão tem sempre um porquê que nem sempre é acompanhado de argumentos racionais, mas são o suficiente para fazer sentido a algumas pessoas em determinados estados de espírito ou de determinada formação.

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