Arquivos diferenças - Blog do Saber http://blogdosaber.com.br/tag/diferencas/ Cultura e Conhecimento Mon, 24 Jul 2023 14:18:56 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.4.3 Felicidade: segredo, capital ou conhecimento? https://blogdosaber.com.br/2023/07/25/felicidade-segredo-capital-ou-conhecimento/ https://blogdosaber.com.br/2023/07/25/felicidade-segredo-capital-ou-conhecimento/#respond Tue, 25 Jul 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=2002 Ler mais]]> Filosofia de vida

Alguns chamam de lagom, outros de niksen, sendo a sua maioria de origem nórdica. As filosofias de vida para a felicidade vão ganhando espaço na mídia, à medida que o cansaço e os transtornos vão somando vítimas em todo o mundo. A grosso modo, o segredo da felicidade nesses países desenvolvidos é o equilíbrio das atividades diárias: trabalho, lazer, alimentação, atividades físicas. Bom, nada que, no fundo, já não saibamos, certo? Nada que Immanuel Kant já não nos tivesse prevenido em sua obra ‘Crítica da Razão Pura’, ao dar dicas de como evitar pensamentos mórbidos.

Então, a questão é: por que não praticamos as filosofias de vida de lugares como esses em que grande parte das populações afirma ser feliz? Parece tão palpável…

Diferenças de capital
As diferentes camadas da sociedade e os seus segredos para a felicidade
As diferentes camadas da sociedade e as suas escolhas

Bom, pensando que estamos no Brasil, cuja jornada de trabalho é uma das maiores do mundo e a produtividade, em contrapartida, é umas das menores, e, para completar, possui políticas públicas que não contribuem com a qualidade de vida do cidadão, essas já poderiam ser justificativas suficientes. Pelo menos, para a maioria da população.

O grande problema em países como o Brasil é que, de um lado temos as camadas mais baixas da sociedade, lutando para pagar as suas contas e sair das dívidas, do outro temos pessoas em desejo constante por ascensão social. Dinheiro nunca é suficiente. Assim, o trabalho não só é mandatório como é excessivo, pungente.

Não é só sobre saber parar, mas conseguir parar. É possível? Para quem é possível? Em qual circunstância?

Viver o niksen, o lagom ou mesmo o dolce far niente é sobre ter tempo. Às vezes, é sobre o quanto de tempo você consegue comprar, mas, às vezes, é sobre se permitir ter tempo. É sobre prioridades, sobre sentir-se à vontade ou não. É sobre escolhas, é sobre abrir mão. Pois é, ninguém falou que seria fácil. Talvez, em alguns países seja mais acessível que em outros. 

Mas se eu estou munido de tempo, como faço para viver uma filosofia como essa?

Vivendo uma filosofia

Bom, se estamos falando de filosofia, estamos falando de conhecimento, certo? E como viver um conhecimento que não temos? Nos países nórdicos, esses são conhecimentos vividos e passados de geração para geração. As pessoas nascem e crescem nesse sistema. Essa não é a nossa cultura. Não de nós brasileiros. 

Quando a gente nasce na cultura, normalmente, a gente só repete o que os outros fazem ao nosso redor. A gente não costuma parar para analisar o que estamos fazendo ou por que estamos fazendo determinada coisa. Para quem não é parte de uma cultura e anseia por vivê-la mesmo assim, não se trata tanto de entendê-la, mas de entender quem é você dentro dela. Afinal, a felicidade é algo de subjetivo.

Para concluir, cito uma passagem de Sigmund Freud em ‘O mal-estar na civilização’:

No sentido moderado em que é admitida como possível, a felicidade constitui um problema da economia libidinal do indivíduo. Não há, aqui, um conselho válido para todos; cada um tem que descobrir a sua maneira particular de ser feliz. Fatores os mais variados atuarão para influir em sua escolha. Depende de quanta satisfação real ele pode esperar do mundo exterior e de até que ponto é levado a fazer-se independente dele; e também, afinal, de quanta força ele se atribui para modificá-lo conforme seus desejos.

Já dizia Jacques Lacan: que queres?

]]>
https://blogdosaber.com.br/2023/07/25/felicidade-segredo-capital-ou-conhecimento/feed/ 0
Somos seres espirituais https://blogdosaber.com.br/2023/05/09/somos-seres-espirituais/ https://blogdosaber.com.br/2023/05/09/somos-seres-espirituais/#respond Tue, 09 May 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=1459 Ler mais]]> Nossas almas escolhem o nosso destino

A descriminação e o preconceito está única e exclusivamente na nossa cabeça. Somos nós que criamos o racismo e o preconceito na medida que observamos diferenças físicas e estéticas nas pessoas. Se as pessoas parassem para refletir e chegassem a conclusão de que, antes de mais nada, somos seres espirituais. E que, nesta dimensão, a dimensão da ilusão, apenas estamos habitando corpos materiais emprestados. Que a nossa permanência aqui é passageira e nossas almas não têm cor, sexo ou idade, não apontaríamos o dedo para ninguém rotulando disso e daquilo outro.

A Lei Universal da Unidade

Se faz necessário lembrarmos da Lei universal da Unidade. Antes de mais nada, o Universo é feito de partículas de energia. A Lei da Unidade nos diz que tudo está interligado. O que pensamos, fazemos, dizemos ou acreditamos tem um efeito correspondente nos outros e no universo. Não há separação. A ideia de que somos seres individuais é apenas uma ilusão. Podemos sentir que estamos sozinhos enquanto vivemos a nossa experiência de vida, mas quando morremos, a energia do nosso ser é devolvida ao Todo.

Não julgueis para que não sejais julgados

Reflita e lembre-se de que nas nossas muitas experiências nessa 3ª dimensão podemos ter encarnado negro, amarelo, branco, mulato, índio, mameluco, homem, mulher, gay, pobre, rico, aleijado, ladrão, assassino e todo tipo de forma humana que possa existir na face da terra. Então, se isso é possível e muito provável, pois somos seres espirituais, eu não posso e não tenho o direito de julgar, nem rotular ninguém.

A partir do momento que não julgo ou rotulo o meu próximo e o aceito como ele é, dou a senha para que ele também me trate da mesma forma. Pense bem, se um casal branco que tem um filho branco resolve adotar um menino negro e, desde sempre nunca comenta ou toca no assunto cor e consegue educar essas duas criaturas dessa forma certamente elas crescerão e se tornarão adultos sem perceber essa diferença. Eles nunca saberão o que é racismo.

O amor incondicional

Portanto, sejamos humildes, tenhamos a consciência de que somos seres espirituais e aceitemos os outros da forma como eles são. Tenhamos a consciência de que viemos para essa dimensão com o objetivo de aprendermos a amar, mas o amor Incondicional. Esqueçamos o amor carnal de marido e mulher, o amor de pai para filho, de filho para mãe ou o amor entre irmãos. Mas, simplesmente o amor incondicional. Aquele que transcende laços afetivos ou de sangue e sendo assim não pode haver obstáculos como preconceito ou racismo.

Pense nisso!

]]>
https://blogdosaber.com.br/2023/05/09/somos-seres-espirituais/feed/ 0
Bom senso: uma doce ilusão ou uma boa desculpa? https://blogdosaber.com.br/2023/04/11/bom-senso-uma-doce-ilusao-ou-uma-boa-desculpa/ https://blogdosaber.com.br/2023/04/11/bom-senso-uma-doce-ilusao-ou-uma-boa-desculpa/#respond Tue, 11 Apr 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=1242 Ler mais]]> Tudo é bom senso!

Quem não adora enfiar o bom senso no meio das sentenças que atire a primeira pedra! A gente mete o bom senso em cada situação… Mas é que o bom senso, a princípio, parece justificar um monte de coisas. O problema é que, analisando minuciosamente, ele diz muito sobre quem fala, mas não sobre de quem se fala. E, no final das contas, não se chega a solução alguma. 

Onde não há regras, não há bom senso

O fato é que o bom senso não existe sem regras, educação ou orientação. A gente não para pra pensar que o bom senso é sempre em relação a alguma coisa. Algo que já existe e que, conforme padronização, estudos ou indicação, é feito ou dito de determinada maneira. Convido-lhe a lembrar do menino Mogli, criado por animais em meio à selva. Imaginemos que ele venha para o centro urbano, pergunto: o que será bom senso para Mogli? Percebe?

Certo, agora, voltemos aos humanos criados por outros seres humanos. Se pensarmos no homem e na mulher, já conseguimos visualizar diferenças significativas de comportamento, provenientes da forma como um menino e uma menina são criados dentro de uma sociedade. Em geral, nos estados patriarcais, as mulheres são mais higiênicas, organizadas e cuidadosas do que eles. Afinal, desde pequenas, elas brincam com bonecas, tratando-as como se fossem suas próprias filhas, são orientadas dentro da cozinha e ajudam suas mães com as atividades domésticas.  

Lidando com as diferenças

Enquanto isso, os meninos são normalmente atraídos para um outro universo: de brincar de carrinho, de auxiliar o pai nos trabalhos domésticos, que incluem manutenção e limpeza do carro, bricolagem, manutenção predial ou, em muitos casos, apenas brincar de carrinho mesmo. Então, pergunto: o bom senso para a mulher vai ser o mesmo bom senso para o homem? Quando se casam e começam as discussões, um acusa o outro de falta de bom senso. Interessante, não? 

O mesmo ocorre quando estamos no mundo corporativo. O que é uma organização empresarial? É um ambiente contendo pessoas de diversos backgrounds e, portanto, de pontos de vista diferentes. Não dá pra esperar que essas pessoas tenham bom senso se bom senso é relativo. É preciso orientá-las, educa-las e supervisiona-las, como os nossos pais fizeram conosco um dia.  

Alguns dizem que educação vem de casa, outros jogam a responsabilidade para as escolas. Mas a realidade é que vivemos num país onde tanto a educação em casa quanto na escola é precária. O que esperar, então, das pessoas? Nada. Assim, se você está tendo dificuldades em transformar a cultura na sua empresa, comece tentando mudar a sua própria.  

]]>
https://blogdosaber.com.br/2023/04/11/bom-senso-uma-doce-ilusao-ou-uma-boa-desculpa/feed/ 0
O escancaramento do regime escravista no Brasil https://blogdosaber.com.br/2023/03/07/o-escancaramento-do-regime-escravista-no-brasil/ https://blogdosaber.com.br/2023/03/07/o-escancaramento-do-regime-escravista-no-brasil/#respond Tue, 07 Mar 2023 11:00:00 +0000 http://blogdosaber.com.br/?p=867 Ler mais]]> E o afloramento dos sentimentos de ódio

Extra extra!

A cada notícia que surge na imprensa, revelam-se sentimentos: reações que nós temos baseadas em referências que acumulamos ao longo das nossas vidas. Essas referências podem fazer jus a fatos, boatos ou a sentimentos exaltados por alguém que admiramos. Este último caso é evidenciado quando não há argumentos: a gente simplesmente se sente indignado, mas não sabe por que.

Eu costumo dizer que nada acontece por acaso. Ou seja, há um porquê para todas as coisas. Todas. Até para a uva-passa na farofa de natal! Mas o fato é que, se pararmos para analisar, todo mundo tem razão até certo ponto. 

Nos últimos dias, nós fomos bombardeados com a noticia dos trabalhadores resgatados em regime de escravidão no Rio Grande do Sul. Como eu moro em Bento Gonçalves, minha caixa de entrada do Whatsapp lotou. Todos queriam entender melhor o que estava acontecendo. E cada um com a sua reação. De brinde, recebi o vídeo do vereador Sandro Fantinel, de Caxias do Sul, que acabou sendo acusado de xenofobia. Bom, entre as mensagens que recebi, surgiu também o termo racismo.

Destilando o ódio
Ânimos exaltados em reação a notícia de trabalhadores em regime análogo ao de escravidão no RS

Se, por um lado, meus amigos de fora do estado do Rio Grande do Sul revelavam seu ódio pelas vinícolas envolvidas, do outro, meus amigos e demais Bento Gonçalvenses revelavam seu ódio pela proporção que a situação tomava e alguns, como o vereador, pelo povo que vem de fora “difamar a cidade” ou “fazer corpo mole”. Por um ou por outro, os ânimos seguem exaltados.

Darwin tinha razão?

O mais interessante é que quem menos se destacou nos bombardeios de informações foi a contratante direta Oliveira e Santana, da Bahia. Quando se fala em racismo e escravidão no Rio Grande do Sul, nos lembramos imediatamente do racismo, escravidão colonial e de afloramento dos sentimentos de ódio, certo? Mas tem um ponto crucial que não costumamos lembrar: a oferta do escravo negro ao patrão branco é sempre feita por alguém do seu próprio povo, que, inclusive, é negro. A questão aqui não é cor, mas poder. E sempre foi poder: quem tem mais bens ou ambições. Não é à toa que dizem que “só sobrevivem os mais espertos”. Na verdade, hoje, eu diria “vivem os mais espertos e sobrevivem os demais”.

Num mundo em que a competitividade cresce a cada hora que passa e a redução de custo é incentivada constantemente, quem não barganha, não é rei. E como sabe barganhar o colono italiano! Capitalismo selvagem? Pode ser. 

A teoria da relatividade
A equação quântica de Einstein

Quanto ao discurso do vereador, questionaram-me com bastante indignação “mas como é que eles pensam que o baiano não trabalha se o PIB da Bahia é maior que o do Brasil? E tão pensando que planejar festa também não é uma logística desgraçada?”. A minha resposta para a primeira sentença foi “o colono italiano poderia dizer que qualquer outro povo é preguiçoso”.

Cada um tem as suas referências, certo? O colono italiano trabalha de manhã, de tarde, de noite, feriado, não importa. A cultura que se desenvolveu na serra gaúcha e em grande parte do Rio Grande do Sul é de ter mais de um emprego, além das atividades domésticas. é um povo que trabalha muito, guarda muito e curte pouco. Os serviços oferecidos em casas são caríssimos, simplesmente porque todo mundo faz tudo. Eles se viram com tudo. Então, a demanda para a contratação desses tipos de serviço cai e o preço sobe.

A organização também é muito evidente para quem vem de fora. Até as áreas mais pobres parecem ter uma certa disciplina. E o que eu quero dizer com tudo isso? Que essa é a cultura do colono italiano e seus descendentes. Essa é a referência desse povo e tudo o que for diferente disso será criticado, inclusive, entre eles mesmos. Claro que, como eu disse anteriormente, nada surge do nada. O colono italiano é extremamente religioso. E o que vem com a religião? Culpa, sacrifício, purificação (limpeza). Mas isso seria assunto para outro artigo, certo?

Tudo farinha do mesmo saco!

Na contramão, vem o nordestino, indignado, sentindo-se humilhado, cansado da exploração. Mas não era baiano? Pois é, mas convenhamos: já ouvi de muitas pessoas daqui do sul que da Bahia para cima, é tudo baiano. Tudo bem, porque nós também dizemos que do Paraná para baixo é tudo “gente do sul”, como se não houvesse diferença entre os estados. Estamos quites. A generalização faz parte. Afinal, tudo o que é diferente daquilo que conhecemos é o estranho. 

Sobre ser ignorante

A exploração do nordeste começa, claro, com o tipo de colonização e segue com a politicagem. Sim, porque na política também é importante manter pessoas pobres e ignorantes, de preferência uma boa fatia, que serão mais facilmente manipuladas. E segue a lei do mais forte. Não que o sul esteja livre da ignorância, mas digamos que se tratam de ignorâncias diferentes. Na ignorância, fazemos não importa que tipo de negócio na intenção de garantirmos o que entendemos como a “nossa sobrevivência”. A essência da ignorância é essa: não importa o que. É como aprendemos que deve ser. Veja bem “como aprendemos”, não significa que seja o correto, o justo ou o ético. 

Resolvendo as diferenças?

Diversos outros temas que contribuem para as diferenças entre os povos poderiam ser abordados aqui, como por exemplo a disponibilidade de terras férteis, a manutenção dos dialetos e costumes, a qualidade do ensino nas escolas, a necessidade ou não de estudos para sobreviver, o clima etc. A questão que eu gostaria de propor aqui é “por que?”. Por que alguém é assim ou assado? O nordestino age assim por que? O sulista faz assado por qual motivo? E o fato é: não por acaso. Nunca é por acaso. A resposta pode ser rasa, como “é um preguiçoso!” ou “é um xenófobo babaca!”. Pode. Mas é importante termos em mente que análises superficiais nunca solucionam problemas e o afloramento dos sentimentos de ódio continua a existir, infelizmente!

]]>
https://blogdosaber.com.br/2023/03/07/o-escancaramento-do-regime-escravista-no-brasil/feed/ 0