{"id":4408,"date":"2024-03-19T06:30:00","date_gmt":"2024-03-19T09:30:00","guid":{"rendered":"https:\/\/blogdosaber.com.br\/?p=4408"},"modified":"2024-03-18T11:00:37","modified_gmt":"2024-03-18T14:00:37","slug":"o-avesso-da-pele-de-tenorio-a-calligaris","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/blogdosaber.com.br\/2024\/03\/19\/o-avesso-da-pele-de-tenorio-a-calligaris\/","title":{"rendered":"O Avesso da Pele: de Ten\u00f3rio a Calligaris"},"content":{"rendered":"\n
O avesso do que \u00e9 vis\u00edvel e palp\u00e1vel <\/h5>\n\n\n\n

A grosso modo, essa seria a tradu\u00e7\u00e3o livre do tema central abordado no livro do escritor e colunista da Folha de S\u00e3o Paulo Jeferson Ten\u00f3rio, ‘O Avesso da Pele’. <\/p>\n\n\n\n

Cita\u00e7\u00e3o do livro (J. Ten\u00f3rio, p. 61):<\/p>\n\n\n\n

\n

<\/p>\nVoc\u00ea sempre dizia que os negros tinham de lutar, <\/em>
pois o mundo branco havia nos tirado quase tudo <\/em>
e que pensar era o que nos restava. \u00c9 necess\u00e1rio preservar o avesso,<\/em>
voc\u00ea me disse. Preservar aquilo que ningu\u00e9m v\u00ea. <\/em>
[…] Pois entre m\u00fasculos, \u00f3rg\u00e3os e veias existe um lugar s\u00f3 seu, isolado e \u00fanico.<\/em>
E \u00e9 nesse lugar que est\u00e3o os afetos. E s\u00e3o esses afetos que nos mant\u00eam vivos.<\/em><\/cite><\/blockquote>\n\n\n\n

Depois de atravessarmos uma mar\u00e9 de esc\u00e2ndalos iniciada pela diretora de uma escola estadual em Santa Cruz do Sul, que quase baniu a obra em escolas de 18 munic\u00edpios do Rio Grande do Sul e que, de fato, tiraram-na de circula\u00e7\u00e3o em outros estados para \u201cavalia\u00e7\u00e3o\u201d, restam ainda as pol\u00eamicas.<\/p>\n\n\n\n

Perfil do livro<\/h5>\n\n\n\n

‘O Avesso da Pele’ \u00e9 uma fic\u00e7\u00e3o contempor\u00e2nea que aborda o racismo no Brasil. Conta a hist\u00f3ria de um jovem que teve seu pai morto em uma abordagem policial. Pedro \u00e9 um jovem negro da periferia, que tenta buscar as suas origens e o sentido das vidas daqueles que o cercam, inclusive, dele mesmo. Trata das rela\u00e7\u00f5es familiares dentro de um car\u00e1ter existencial.<\/p>\n\n\n\n

Cita\u00e7\u00e3o do artigo de opini\u00e3o da Brasil de Fato RS<\/a>:<\/p>\n\n\n\n

\n

<\/p>\nO protagonista nos vai levando da inf\u00e2ncia \u00e0 vida adulta na sua busca pela hist\u00f3ria e a vida do pai brutalmente assassinado por um policial perverso que julgou ser senhor sobre a vida de um professor pacato que lutou a vida inteira para dar um pouco de dignidade \u00e0 fam\u00edlia, ao filho que agora dever\u00e1 buscar seu corpo e a si mesmo.<\/cite><\/blockquote>\n\n\n\n

Vencedor do Pr\u00eamio Jabuti – o mais tradicional pr\u00eamio liter\u00e1rio do Brasil, concedido pela C\u00e2mara Brasileira do Livro (CBL) – em 2021, a obra de Jeferson Ten\u00f3rio passou por uma sele\u00e7\u00e3o em 2019 e foi aprovada e inserida no Programa Nacional do Livro Did\u00e1tico (PNLD) em 2022. A estadual Ernesto Alves foi uma das escolas que escolheu o livro para ser usado em 2024, conta mat\u00e9ria da Brasil de Fato RS<\/a>. <\/p>\n\n\n\n

Debate e polariza\u00e7\u00e3o<\/h5>\n\n\n\n

Ten\u00f3rio se manifestou na sua p\u00e1gina do Instagram:<\/p>\n\n\n\n

\n

<\/p>\nO Avesso da Pele j\u00e1 foi adotado em centenas de escolas pelo Brasil, venceu o pr\u00eamio Jabuti, foi finalista de outros pr\u00eamios, teve direitos de publica\u00e7\u00e3o vendidos para mais de 10 pa\u00edses, foi adaptado para o teatro. Al\u00e9m disso, o livro foi avaliado pelo PNLD, em 2021, ainda no governo Bolsonaro. A pr\u00f3pria diretora assinou a ata de escolha do livro.<\/cite><\/blockquote>\n\n\n\n

A diretora da escola Ernesto Alves, Janaina Venzon, teria publicado um v\u00eddeo nas redes sociais, onde denuncia a obra de Ten\u00f3rio, categorizando-a como inadequada e tendo como argumento a explicita\u00e7\u00e3o de cenas de sexo. No entanto, o livro traz outras diversas quest\u00f5es que na nossa sociedade ainda caem em pol\u00eamica, como a religi\u00e3o candombl\u00e9, a cr\u00edtica \u00e0s escolas porto alegrenses e ao sistema educacional brasileiro, al\u00e9m da exposi\u00e7\u00e3o da viol\u00eancia policial. Veja mais em Censura a O Avesso da Pele de Jeferson Ten\u00f3rio<\/a>. <\/p>\n\n\n\n

Bom, esse assunto acabou, pra variar, polarizando o pa\u00eds. Dividindo a popula\u00e7\u00e3o entre conservadores, que acabaram sendo chamados de \u201cgrupos bolsonaristas\u201d, e progressistas, conhecidos tamb\u00e9m por \u201cpetistas\u201d. Um lado acusa o outro de \u201cdistor\u00e7\u00f5es e fake news\u201d, enquanto o outro acusa um de ser \u201cs\u00f3 uma quest\u00e3o ideol\u00f3gica, sem solu\u00e7\u00f5es concretas\u201d. Ou seja, um acusa o outro, em ambos os sentidos, de pura pantomima.<\/p>\n\n\n\n

Inclusive, discuss\u00f5es entre os chamados \u201cgrupos bolsonaristas\u201d acrescentam nas cr\u00edticas ao livro a exposi\u00e7\u00e3o ao uso de drogas e a palavr\u00f5es. Veja mais em Qual \u00e9 o papel dos pais na educa\u00e7\u00e3o dos seus filhos na sala de aula? Bancada debate<\/a>.<\/p>\n\n\n\n

Sobre digerir um assunto…<\/h5>\n\n\n\n

Mesmo que restasse a d\u00favida se Jana\u00edna Venzon teria aprovado ou n\u00e3o o livro de Jeferson Ten\u00f3rio em sua escola, h\u00e1 algo que fica muito claro, desde a den\u00fancia at\u00e9 a sua entrevista pelo portal Gaz<\/a>, que \u00e9 o fato da diretora e sua equipe n\u00e3o saber como trabalhar a obra com os seus alunos.<\/p>\n\n\n\n

N\u00e3o saber trabalhar um conte\u00fado revela problemas na digest\u00e3o desse assunto. Um cel\u00edaco, por exemplo, n\u00e3o consegue digerir o gl\u00faten. Se ele o ingere, v\u00e1rios sintomas se manifestam em dire\u00e7\u00e3o ao desconforto. No caso dos psicanalistas e outros psicoterapeutas, se eles n\u00e3o s\u00e3o acompanhados terapeuticamente, ocorrem entraves nas sess\u00f5es dos seus pacientes. Eles s\u00f3 poder\u00e3o ir com um paciente at\u00e9 onde eles foram em suas pr\u00f3prias an\u00e1lises pessoais. Por isso \u00e9 t\u00e3o comum pessoas reclamarem que suas psicoterapias n\u00e3o avan\u00e7am e at\u00e9 mesmo da sensa\u00e7\u00e3o de que, em algum momento, elas acabam sendo analistas de seus pr\u00f3prios terapeutas. <\/p>\n\n\n\n

Ent\u00e3o, apesar de muitos profissionais precisarem atuar de forma imparcial em suas atividades, est\u00e3o vulner\u00e1veis \u00e0s suas cren\u00e7as, fraquezas e incompreens\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n

O real est\u00e1 velado?<\/h5>\n\n\n\n

\u00c9 interessante, nessa discuss\u00e3o, chegarmos \u00e0 seguinte conclus\u00e3o: que enquanto um grupo quer escancarar, o outro prefere velar. Mas estamos falando da verdade, do real? \u00c9 isso que est\u00e1 para ser escancarado ou velado?<\/p>\n\n\n\n

\"\"
Crian\u00e7a por tr\u00e1s de uma cortina que impede uma vis\u00e3o clara das coisas<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

<\/p>\n\n\n\n

A fala do jornalista Roberto Motta no programa ‘Os pingos nos is’<\/a> \u00e9, no m\u00ednimo, curiosa. Ele diz que o que est\u00e1 presente no livro de Ten\u00f3rio \u00e9 algo que seus filhos n\u00e3o t\u00eam conhecimento. Digamos que seus filhos n\u00e3o acessem esse tipo de conte\u00fado de forma alguma atrav\u00e9s da internet, de fato, muitas fam\u00edlias de classe m\u00e9dia desconhecem a vida na periferia. Afinal, \u00e9 fato que a cultura de uma para outra difere absurdamente. Mas, tendo em vista que boa parte da popula\u00e7\u00e3o brasileira – segundo o site do Ipea<\/a>, 29% – se encontra nas favelas, n\u00e3o seria plaus\u00edvel que todos os brasileiros tomassem conhecimento dessa realidade, de forma a evitarem uma aliena\u00e7\u00e3o sobre o seu pr\u00f3prio pa\u00eds? <\/p>\n\n\n\n

Em termos de real, n\u00e3o seria o mesmo que assistir aos cl\u00e1ssicos ‘Hotel Rwanda’ e ‘Diamante de Sangue’ e ao mais recente sucesso dos cinemas, ‘Som da Liberdade’?<\/p>\n\n\n\n

A inf\u00e2ncia moderna no Brasil<\/h5>\n\n\n\n

Conforme j\u00e1 abordado no artigo O jovem contempor\u00e2neo: um sujeito sem lei?<\/a>, resgatando essa inten\u00e7\u00e3o de proteger os jovens contra, digamos, a realidade nua e crua, em seu ‘Hello, Brasil!’, Contardo Calligaris critica a inf\u00e2ncia moderna, colocando-a como uma extens\u00e3o da demanda dos pais:<\/p>\n\n\n\n

Cita\u00e7\u00e3o do livro (C. Calligaris, p. 237):<\/p>\n\n\n\n

\n

<\/p>\n… a inf\u00e2ncia moderna – esse prolongado limbo social – foi inventada para satisfazer as novas necessidades da subjetividade adulta: particularmente, a necessidade de conquistar status pelas vias do sucesso e, portanto, de projetar em suas crian\u00e7as um sonho de felicidade social nem sempre realiz\u00e1vel ou realizado na vida do adulto.<\/cite><\/blockquote>\n\n\n\n

E, trazendo as diferentes experi\u00eancias sociais no Brasil, critica tamb\u00e9m a \u201cestratifica\u00e7\u00e3o social radical\u201d bem como a \u201cfraca representa\u00e7\u00e3o comunit\u00e1ria\u201d no pa\u00eds, que dividem o jovem moderno em:<\/p>\n\n\n\n

Cita\u00e7\u00e3o do livro (C. Calligaris, p. 238):<\/p>\n\n\n\n

\n

<\/p>\n\u2026 filhos\/as de exclu\u00eddos sociais para quem, de qualquer forma, o fundamento comunit\u00e1rio da lei n\u00e3o tem valor. Eles veem na exclus\u00e3o de seus pais o fracasso da comunidade\u2026 \u201cN\u00e3o reconhe\u00e7o a lei, mas tenho que ser feliz; ent\u00e3o vale tudo\u201d;
\u2026 filhos\/as das classes m\u00e9dias que frequentemente verificam em seus pais um desprezo c\u00ednico pela comunidade\u2026 os sonhos parentais de sucesso e ascens\u00e3o social est\u00e1 acima da lei\u2026 Ent\u00e3o vale quase tudo;
\u2026 filhos\/as das ditas elites para quem a obriga\u00e7\u00e3o de ser feliz pode ser acompanhada pela convic\u00e7\u00e3o de que os pais – e a sua classe – seriam os \u00fanicos e arbitr\u00e1rios donos da lei. Ent\u00e3o vale tudo mesmo.<\/cite><\/blockquote>\n\n\n\n

Exclus\u00e3o e viol\u00eancia<\/h5>\n\n\n\n

Calligaris entende que, em vez de uma rela\u00e7\u00e3o direta entre pobreza e criminalidade, o que existiria \u00e9 a liga\u00e7\u00e3o entre criminalidade e exclus\u00e3o. Ele afirma que, no Brasil, \u201cn\u00e3o se sabe bem sobre que base construir uma comunidade\u201d e questiona se \u00e9 poss\u00edvel \u201cfundar – na representa\u00e7\u00e3o de todos ou quase todos – a autoridade da lei.\u201d<\/p>\n\n\n\n

Ao final de seu livro, Calligaris faz algumas propostas que poderiam ser adotadas pelo governo, no intuito de trazer solu\u00e7\u00f5es para os problemas por ele levantados, entre eles: \u201ca aboli\u00e7\u00e3o de qualquer tipo de regime de pris\u00e3o especial\u201d, que a corrup\u00e7\u00e3o de dinheiro p\u00fablico seja considerada crime hediondo – “desbanalizando” essa \u201cviol\u00eancia criminosa da elite\u201d -, \u201ca\u00e7\u00e3o de policiamento de toler\u00e2ncia zero contra a deteriora\u00e7\u00e3o do espa\u00e7o p\u00fablico\u201d, o aumento dos sal\u00e1rios de policiais e educadores e \u201cum eventual plano \u201cterap\u00eautico\u201d, por assim dizer, da autoimagem da pol\u00edcia\u201d. E vai mais a fundo:<\/p>\n\n\n\n

Cita\u00e7\u00e3o do livro (C. Calligaris, p. 245-246 e 249):<\/p>\n\n\n\n

\n

<\/p>\nPROPOSTA 1
\u2026 proponho que sejam impostos, como disciplina obrigat\u00f3ria em todo o ensino superior do pa\u00eds, no m\u00ednimo dois semestres de servi\u00e7o comunit\u00e1rio\u2026 O que importa \u00e9 que o contato prolongado com as margens exclu\u00eddas da sociedade brasileira fa\u00e7a parte obrigat\u00f3ria da educa\u00e7\u00e3o dos rebentos das elites. Ou seja, que n\u00e3o seja poss\u00edvel passar dos Jardins para um arranha-c\u00e9u da Paulista via universidade americana sem ter passado algum tempo na zona sul profunda de S\u00e3o Paulo, por exemplo.
(…)
PROPOSTA 5
Estudos experimentais mostram um aumento vertiginoso dos \u00edndices de marginalidade e de criminalidade quando, em um bairro pobre, a porcentagem de habitantes de classe m\u00e9dia \u00e9 reduzida abaixo de um definido \u00edndice (5%…)… Uma comunidade fortemente estratificada deve combater a segrega\u00e7\u00e3o habitacional para oferecer sempre a representa\u00e7\u00e3o da mobilidade social\u2026
Um programa deveria ser estabelecido contra a segrega\u00e7\u00e3o do habitat.<\/cite><\/blockquote>\n\n\n\n

Do conhecimento ao reconhecimento<\/h5>\n\n\n\n

Em suma, Calligaris defende o conhecimento em primeiro lugar. E quando se fala de conhecimento, tratamos da ci\u00eancia, ou melhor, da consci\u00eancia. Consci\u00eancia do que existe por a\u00ed e, at\u00e9 mesmo, ao lado de nossas casas. Com que pessoas estou lidando? Qual \u00e9 a sua realidade? Afinal, se os pol\u00edticos saem da elite, como poder\u00e3o saber a necessidade da popula\u00e7\u00e3o mais carente? E todos n\u00f3s somos pol\u00edticos em potencial, certo? Ou melhor, todos somos pol\u00edticos, pois participamos de uma sociedade, temos direito de voto e possu\u00edmos vozes.<\/p>\n\n\n\n

O problema \u00e9 que em qualquer sociedade nem todos ter\u00e3o as mesmas oportunidades de se fazerem ouvir. N\u00e3o falo apenas daqueles mais desfavorecidos economicamente falando, mas de todos aqueles que se sentem invis\u00edveis ou subestimados, seja por aparentarem ou pensarem diferente, seja por constitu\u00edrem grupos socialmente constru\u00eddos em cima de estere\u00f3tipos: negro burro, mulher fraca, nordestino pregui\u00e7oso. ‘O Avesso da Pele’ prop\u00f5e olharmos para o que est\u00e1 por tr\u00e1s da carca\u00e7a do burro, do fraco, do pregui\u00e7oso; prop\u00f5e um olhar para o invis\u00edvel. Afinal, todos os indiv\u00edduos sentem necessidade de reconhecimento, para que a sua exist\u00eancia seja validada.<\/p>\n\n\n\n

Conven\u00e7\u00f5es e o livro enquanto formador<\/h5>\n\n\n\n

No mais, os tais livros proibidos sempre existiram. Eles eram proibidos conforme as conven\u00e7\u00f5es das sociedades. Mas nunca deixaram de ser lidos se havia oportunidade. Hoje, o mesmo ocorre com blogs, v\u00eddeos, canais, filmes etc. Ficando a cargo dos pais controlar o conte\u00fado que seus filhos acessam, atrav\u00e9s de senhas, que os jovens acabam dando um jeito de decifrar. Assim, os pais fingem que controlam seus filhos, enquanto os filhos fingem que s\u00e3o controlados. <\/p>\n\n\n\n

Embora os livros fa\u00e7am parte da forma\u00e7\u00e3o, aumentando a capacidade cognitiva e cr\u00edtica dos indiv\u00edduos, j\u00e1 que trazem conhecimento, n\u00e3o importando se \u00e9 \u201ccerto\u201d ou \u201cerrado\u201d, n\u00e3o s\u00e3o eles que definem o sujeito. Pelo contr\u00e1rio, os conte\u00fados dos livros s\u00f3 poder\u00e3o ser classificados como \u201ccerto\u201d, \u201cerrado\u201d, \u201capropriado\u201d, \u201cinapropriado\u201d, \u201crelevante\u201d ou \u201cirrelevante\u201d a partir da forma\u00e7\u00e3o do sujeito que, por sua vez, depende das figuras maternas, paternas e do meio em que foi criado.  <\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

O avesso do que \u00e9 vis\u00edvel e palp\u00e1vel  A grosso modo, essa seria a tradu\u00e7\u00e3o livre do tema central abordado no livro do escritor e colunista da Folha de S\u00e3o Paulo Jeferson Ten\u00f3rio, ‘O Avesso da Pele’.  Cita\u00e7\u00e3o do livro (J. 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