{"id":4062,"date":"2024-02-13T06:30:00","date_gmt":"2024-02-13T09:30:00","guid":{"rendered":"https:\/\/blogdosaber.com.br\/?p=4062"},"modified":"2024-02-13T02:02:43","modified_gmt":"2024-02-13T05:02:43","slug":"carnaval-festa-popular-blocos-samba-alegria-euforia-brasil-musica-brasileiros-escoladesamba","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/blogdosaber.com.br\/2024\/02\/13\/carnaval-festa-popular-blocos-samba-alegria-euforia-brasil-musica-brasileiros-escoladesamba\/","title":{"rendered":"Carnaval"},"content":{"rendered":"\n
\"\"<\/figure>\n\n\n\n

Carnaval, a festa mais brasileira.<\/h4>\n\n\n\n

N\u00e3o tem uma festa que mais retrate o povo brasileiro que o carnaval. \u00c9 poss\u00edvel sentir a intensidade dos foli\u00f5es aproveitando cada minuto, como se n\u00e3o houvesse amanh\u00e3, nas cinco regi\u00f5es do Brasil.<\/p>\n\n\n\n

Mas afinal, o que h\u00e1 de t\u00e3o especial no carnaval para movimentar um pa\u00eds inteiro? Ser\u00e1 que \u00e9 o glamour das escolas de samba, a euforia dos trios el\u00e9tricos e blocos carnavalescos ou a ilus\u00e3o de uma alegria infinita que dura apenas cinco dias?<\/p>\n\n\n\n

N\u00e3o \u00e9 preciso fazer nenhum curso de ci\u00eancias sociais para entender nosso povo, basta observar. \u00c9 no carnaval que a maioria dos brasileiros d\u00e3o uma pausa em suas rotinas para se alegrar, viajar, se retirar em medita\u00e7\u00e3o e ora\u00e7\u00f5es ou apenas, descansar.<\/p>\n\n\n\n

Sobretudo, me refiro \u00e0quela turma que levanta cedo, pega um \u00f4nibus lotado, que quando n\u00e3o quebra, chega atrasado e por isso, leva uma bronca, bem como aqueles que vivem se equilibrando entre o que ganham e as despesas das quais n\u00e3o se pode fugir (\u00e1gua, g\u00e1s, eletricidade), rem\u00e9dios, algo que precisa de um conserto inadi\u00e1vel. E ainda, \u00e0quele que vive coberto de d\u00edvidas, recebendo liga\u00e7\u00f5es de cobran\u00e7as.<\/p>\n\n\n\n

Para estes, o carnaval vem como escape. O povo, j\u00e1 come\u00e7a o ano no vermelho, com impostos que cortam na carne, por exemplo, IPTU, IPVA, IRRS (onde voc\u00ea paga pelo que adquiriu trabalhando). Some-se a isso, o material escolar das crian\u00e7as, uma consulta m\u00e9dica ou exame que precisa fazer e que o SUS demora para agendar, imprevistos… S\u00e3o alguns exemplos que me vieram agora. Meus amigos, a vida do brasileiro n\u00e3o \u00e9 f\u00e1cil. O carnaval, portanto, \u00e9 uma pausa nesses incont\u00e1veis dias de \u201cc\u00e3o.\u201d<\/p>\n\n\n\n

Algumas mem\u00f3rias do Carnaval:<\/h4>\n\n\n\n

Como sabem, moro nos Estados Unidos, onde n\u00e3o tem carnaval. Apenas algumas cidades realizam um festival similar, sendo o mais famoso deles, o Mardi Gras<\/em>, em New Orleans, Louisiana. L\u00e1 as pessoas desfilam com fantasias pelas ruas ao som de bandas, tal qual no Brasil.<\/p>\n\n\n\n

Bem, mesmo nunca tendo sido uma pessoa carnavalesca, quando esse per\u00edodo se aproxima, minha alma brasileira me faz recordar alguns epis\u00f3dios vivenciados durante o carnaval, na ocasi\u00e3o em que passava as f\u00e9rias em Natal, quando adolescente:<\/p>\n\n\n\n

Estava na casa de minha tia, na Praia do Meio, quando um bloquinho improvisado invadiu a rua, com toda aquela euforia peculiar. \u00c0 frente, ia um senhor negro, estampando a cara feliz e cheia de maisena. Ele tocava um surdo, marcando a sintonia dos demais. Seguia-o, dentre outros, um rapaz magro, queimado pelo sol da praia, com os olhos vermelhos, n\u00e3o sei se do \u00e1lcool ou de lol\u00f3, cujos cabelos estavam empanados de farinha. Este, manuseava um tamborim.<\/p>\n\n\n\n

Os demais, que compunham a banda, trajavam bermudas e aqueles chinelos Rider, que teve seu tempo de vida na moda. Eram batuques de pandeiros, cu\u00edcas, enfim, todos aqueles instrumentos que produzem o samba. Seguia aquele cortejo, uma penca de moleques, descal\u00e7os, que se alegravam com o ritmo dos carnavalescos.<\/p>\n\n\n\n

Madalena, Madalena<\/h4>\n\n\n\n

O senhor, de faces castigadas pela lida, era tamb\u00e9m quem regia o coral. Ele puxava o ar dos pulm\u00f5es e escancarava sua boca desdentada gritando: \u201cMadalena, Madalena\u201d. Um outro respondia: \u201cOh Madalena!\u201d Ele continuava: \u201cVoc\u00ea \u00e9 meu bem-querer. E todos juntos cantavam: \u201cEu vou falar para todo mundo, vou falar para todo mundo que eu s\u00f3 quero voc\u00ea\u201d.<\/p>\n\n\n\n

E seguiam em transe, nesse refr\u00e3o. Essa m\u00fasica, \u201cMadalena de Jocu,\u201d eu conheci na voz de Simone (que foi jogadora de v\u00f4lei e n\u00e3o a coleguinha, da atualidade). Seu compositor foi o Mestre do Congo, Z\u00e9 Maria, pai de Madalena. Depois, Martinho da Vila gravou e foi um tremendo sucesso. Jocu \u00e9 um dos bairros hist\u00f3ricos e mais bonitos de Vila Velha\/ES. Deixo o link para quem desejar ouvir a m\u00fasica.https:\/\/www.youtube.com\/watch?v=Q1Sm5Ypj2gk<\/a><\/p>\n\n\n\n

O pequeno bloco, depois de nos arrancar da TV, desapareceu no beco seguinte arrebanhando foli\u00f5es por onde passava (assim como os enterros, nas cidades do interior). E n\u00e3o foi o \u00fanico que vimos!<\/p>\n\n\n\n

As escolas de samba de Natal<\/h4>\n\n\n\n
\"\"<\/figure>\n\n\n\n

Durante e noite, \u00edamos ver os desfiles das escolas de samba do RN, no bairro Ribeira, o mais cultural e antigo da cidade, que infelizmente, est\u00e1 caindo aos peda\u00e7os.<\/p>\n\n\n\n

As escolas de samba de Natal eram muito pequenas e quase sem patroc\u00ednio. Era uma op\u00e7\u00e3o a mais para quem ficara na cidade durante o carnaval e n\u00e3o fugira para o litoral, como muitos.<\/p>\n\n\n\n

Tinham um enredo, as alas, a bateria, as passistas, os cantores, alguns carros -aleg\u00f3ricos, o mestre-sala e porta-bandeira, tudo como manda o figurino. S\u00f3 que o figurino dessas escolas era muito simples, feito mais com carinho do que com recursos.<\/p>\n\n\n\n

A primeira ala era a das tribos dos \u00edndios. H\u00e1 poucas comunidades ind\u00edgenas potiguares. Apenas cinco, salvo engano. Ent\u00e3o, se contava os povos origin\u00e1rios, originais mesmo. O jeito era complementar a ala com moradores do morro, que colocavam uma fantasia de penas, pintavam o rosto e tocavam os instrumentos. Alguns, animados pelo \u00e1lcool, se arriscavam ao performarem o n\u00famero de soprar fogo. Assim, um deles, n\u00e3o calculando bem o momento de cuspir gasolina para cima, acabou chamuscando os bra\u00e7os, mas foi acudido pelos demais.<\/p>\n\n\n\n

Os gays, ainda buscando seus espa\u00e7os, aproveitavam os momentos para se travestirem de lindas e espalhafatosas damas, cobertas de plumas e paet\u00eas, perucas, muito glitter e glamour. Sambavam naquela avenida esburacada com seus saltos altos de plataformas. Contudo, as panturrilhas, musculosas, ajudavam no equil\u00edbrio. Era fant\u00e1stico ver tudo aquilo.<\/p>\n\n\n\n

E assim, as pequenas comunidades se agremiavam e desfilavam. Comentava-se que investiam tudo o que tinham na feitura das fantasias. Muitas, fabricadas nos fundos de quintais, manualmente, cheias de fil\u00f3 e cetim.<\/p>\n\n\n\n

Criatividade e simplicidade no carnaval<\/h4>\n\n\n\n

N\u00e3o. N\u00e3o tinha essa hist\u00f3ria de ter corpo bonito para desfilar. As passistas eram jovens, ou m\u00e3es que moravam nas comunidades, que passavam o ano lutando por seus filhos, trabalhando em empregos assalariados. ent\u00e3o, a maquiagem era apenas a alegria no rosto e isso bastava.<\/p>\n\n\n\n

Era uma gente simples e interessante. A criatividade e a boa vontade faziam tudo acontecer, afinal, era carnaval e a alegria precisava reinar.<\/p>\n\n\n\n

Depois, a viol\u00eancia come\u00e7ou a tomar conta da capital e foi nos afastando da conviv\u00eancia das ruas, das pessoas. Sa\u00edmos, hoje, com medo.<\/p>\n\n\n\n

Seguran\u00e7a e Carnaval<\/h4>\n\n\n\n

Nesse carnaval, vi que a cervejaria Brahma lan\u00e7ou o \u201cBrahma phone\u201d, um celular mais popular, para que voc\u00ea deixe o seu em casa, pois \u00e9 mais seguro. O slogan \u201cperder, perdeu\u201d (para n\u00e3o dizer, se roubar, roubou). \u00c9 a sociedade se curvando ao crime, nos obrigando a se adaptar a algo, que infelizmente, faz parte de nosso dia a dia, a criminalidade.<\/p>\n\n\n\n

Mas \u00e9 carnaval. Definitivamente, n\u00e3o vamos falar em coisas tristes e depressivas. Vamos esquecer, por um momento, as coisas ruins que nos cercam.<\/p>\n\n\n\n

Grandes Carnavais<\/h4>\n\n\n\n
\"\"<\/figure>\n\n\n\n

Atualmente, nosso pa\u00eds recebe milhares de turistas vindos do mundo todo para ver essa festa que mexe com o imagin\u00e1rio das pessoas.<\/p>\n\n\n\n

Vamos falar do Rio de Janeiro, da Sapuca\u00ed. Se tem uma coisa que os cariocas sabem fazer \u00e9 o carnaval (e o jogo do bicho). Sabe-se que as grandes escolas de samba s\u00e3o patrocinadas pelos bicheiros mais poderosos.<\/p>\n\n\n\n

\u00c9 muito luxo, \u00e9 muito samba, \u00e9 muito dinheiro envolvido para que tudo seja apote\u00f3tico como os desfiles das escolas de samba do grupo especial. Como bem dizia Joaozinho Trinta, \u201cquem gosta de mis\u00e9ria \u00e9 intelectual, pobre gosta de luxo\u201d e talvez por isso, haja tanto capricho e glamour em cada detalhe desses desfiles. Em suma, \u00e9 o momento de encantar, de vender alegria.<\/p>\n\n\n\n

Carnaval no Nordeste arrasta multid\u00f5es<\/h4>\n\n\n\n

No Nordeste, os grandes carnavais acontecem principalmente em Recife e Salvador, onde multid\u00f5es seguem os trios como cegos, dan\u00e7ando freneticamente ao som das marchinhas e m\u00fasicas ax\u00e9.<\/p>\n\n\n\n

O carnaval tem uma for\u00e7a que a gente desconhece. \u00c9 a energia de um povo, que quando quer, faz acontecer.<\/p>\n\n\n\n

E dessa forma, como o pr\u00f3prio Jo\u00e3ozinho trinta sugeriu, que bom seria se canalizassem tal for\u00e7a para alcan\u00e7ar os objetivos de vida, claro, sem deixar a alegria de lado, sempre acreditando que amanh\u00e3 o dia ser\u00e1 bem melhor!<\/p>\n\n\n\n

\u201cMas \u00e9 carnaval!  N\u00e3o me diga mais quem \u00e9 voc\u00ea! Amanh\u00e3 tudo volta ao normal. Deixa a festa acabar, deixa o barco correr.\u201d (trecho da m\u00fasica Noite dos Mascarados, de Chico Buarque).<\/p>\n\n\n\n

Agora, me conte! Como est\u00e1 sendo seu carnaval?<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

O texto trata do carnaval, como a festa mais popular do Brasil, onde as pessoas pausam suas rotinas e se entregam de corpo inteiro na folia.<\/p>\n","protected":false},"author":13,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[6],"tags":[2324,437,2317,2325,2320,2321,2319,2318,2322,2323],"yoast_head":"\nCarnaval no Brasil<\/title>\n<meta name=\"description\" content=\"O texto fala da festa mais brasileira de todas, o carnaval. 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