{"id":3731,"date":"2024-01-09T06:30:00","date_gmt":"2024-01-09T09:30:00","guid":{"rendered":"https:\/\/blogdosaber.com.br\/?p=3731"},"modified":"2024-03-11T01:14:08","modified_gmt":"2024-03-11T04:14:08","slug":"aves-marinhas-fabulas-reflexoes-viagens-porto-mar-vida","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/blogdosaber.com.br\/2024\/01\/09\/aves-marinhas-fabulas-reflexoes-viagens-porto-mar-vida\/","title":{"rendered":"As Aves Marinhas"},"content":{"rendered":"\n
\"\"<\/figure>\n\n\n\n

O que as aves marinhas podem nos ensinar?<\/h4>\n\n\n\n

A cr\u00f4nica hoje \u00e9 bem leve, como as aves pescadoras que vejo durante o caminho mar\u00edtimo para o Caribe. Elas, com grande desenvoltura, passam bem perto do navio em voos rasantes, em dire\u00e7\u00e3o ao mar, onde mergulham para capturarem seus alimentos.<\/p>\n\n\n\n

A m\u00e1gica de aprendermos com os animais \u00e9 muito antiga. Remonta dos tempos antes de Cristo, quando os ass\u00edrios, sum\u00e9rios e babil\u00f4nicos, utilizavam f\u00e1bulas, para que, atrav\u00e9s das historinhas com os animais, pud\u00e9ssemos nos compreender melhor.  <\/p>\n\n\n\n

F\u00e1bulas e aves.<\/h4>\n\n\n\n

Quem n\u00e3o lembra da \u201craposa e as uvas, da cigarra e a formiga, o corvo e o jarro,” dentre outras? Recordo que meu pai nos contava f\u00e1bulas ou \u201chist\u00f3rias de trancoso\u201d, depois do jantar, como forma de entretenimento. Com muito humor, que lhe era peculiar, ele narrava hist\u00f3rias divertidas sempre com uma li\u00e7\u00e3o de vida embutida. Estudiosos, depois, vieram dizer que \u00e9 uma t\u00e9cnica de aprendizado.<\/p>\n\n\n\n

Pois bem, andando por esse mundo fant\u00e1stico que Deus criou, presencio as f\u00e1bulas desenrolando-se em minha frente, tais quais as que ouvia, quando crian\u00e7a. Como tenho viajado bastante pelo mar, as aves marinhas s\u00e3o as personagens principais.<\/p>\n\n\n\n

Percebi que, sempre que estamos nos aproximamos das Bahamas, centenas de aves, geralmente, martim-pescadores ou andorinhas-do-mar (trinta-r\u00e9is-escuros) seguem o navio. S\u00e3o aves pequenas, alegres e que adoram uma algazarra. Voam baixo, mergulham ferozmente para apanhar os peixes. Quando n\u00e3o obt\u00e9m sucesso, preparam novos mergulhos at\u00e9 conseguirem. Umas, mais atrevidas, tomam o peixe da outra, sem nenhuma cerim\u00f4nia. Deve ser a conhecida \u201clei do mais forte\u201d.<\/p>\n\n\n\n

N\u00e3o sei se elas t\u00eam algum tribunal judicial, para que a queixa de crime de roubo seja processada e julgada. Como boa brasileira, fico imaginando se nesse tribunal tamb\u00e9m teria algum \u201carrumadinho\u201d, algo que burlasse a lei e, por conseguinte, a aplica\u00e7\u00e3o da pena, como vemos acontecer em nossa sociedade.<\/p>\n\n\n\n

Ih, vejo que minha cr\u00f4nica est\u00e1 ficando pesada, vamos respirar e recome\u00e7ar.<\/p>\n\n\n\n

\"\"<\/figure>\n\n\n\n

A import\u00e2ncia das aves.<\/h4>\n\n\n\n

As aves t\u00eam sua import\u00e2ncia desde os tempos do Antigo Testamento, quando No\u00e9 soltou algumas para averiguar se havia terra \u00e0 vista. Dizem que eram pombas, mas poderiam ter sido gaivotas (quem vai saber).<\/p>\n\n\n\n

Como elas n\u00e3o voltaram, deduziu-se que as aves encontraram um local para pousar, se alimentar, etc. Eu tamb\u00e9m teria feito o mesmo depois de 40 dias, presa, ouvindo alarido de todo tipo de animal, incluindo a risada mal\u00e9fica das hienas, os urros de elefantes, os rugidos dos le\u00f5es, al\u00e9m de suportar as perip\u00e9cias dos macacos brincalh\u00f5es, mexendo com todos.<\/p>\n\n\n\n

Bem, quando vejo aves passeando perto do navio, assim como No\u00e9, acredito que estamos perto de algum peda\u00e7o de terra, o que me deixa, ao mesmo tempo, feliz e curiosa: ser\u00e1 que por l\u00e1 habita algu\u00e9m, que tipo de flora e fauna existe, ou se a ilha esconde algum tesouro do tempo dos piratas. (Desde que n\u00e3o seja o tesouro dos gatos). Como estamos constantemente nas imedia\u00e7\u00f5es do Caribe, h\u00e1 ilhas inexploradas ainda, mesmo tendo sido descobertas e catalogadas nas cartas n\u00e1uticas.<\/p>\n\n\n\n

Pauso minhas divaga\u00e7\u00f5es e fico observando o comportamento das aves: primeiro, aprendem a voar, algo que \u00e9 da natureza delas e me questiono que, assim como as aves, temos consci\u00eancia de tudo que \u00e9 de nossa natureza? E por que tememos tanto certas coisas, inerentes a n\u00f3s, seres humanos, como exemplo, a ca\u00e7a, a sobreviv\u00eancia, a morte…? (Pergunta para os universit\u00e1rios da vida).<\/p>\n\n\n\n

Depois que aprendem a voar, as aves deslocam de onde vivem e v\u00e3o \u00e0 luta, em busca de alimento. Se arriscam, mergulham com a cara e a coragem \u00e0 procura de seus objetivos. N\u00e3o conseguem, se decepcionam e tentam de novo. N\u00e3o desistem.  S\u00e3o admir\u00e1veis. \u00c9 a vida e disso, depende sua sobreviv\u00eancia. E n\u00e3o somos todos assim?<\/p>\n\n\n\n

\"\"<\/figure>\n\n\n\n

As aves de Marselha, Fran\u00e7a.<\/h4>\n\n\n\n

Outro dia estava num porto, em Marselha, Le Vieux Port (O Porto Velho), que \u00e9 um ponto tur\u00edstico, onde os pescadores ainda trazem suas pescarias, tratam e vendem os peixes. Nesse porto fica uma linda marina, e \u00e9 todo margeado de restaurantes, caf\u00e9s-bares, hot\u00e9is e a Igreja de Saint-Laurent, do s\u00e9culo XII, tida como a par\u00f3quia dos pescadores. Tais estabelecimentos, sempre lotados de elegantes franceses e turistas do mundo todo.<\/p>\n\n\n\n

Se tem algo que aprecio ver mesmo \u00e9 a vida como ela \u00e9, como diria Nelson Rodrigues. Ent\u00e3o, quando chego em locais de forte apelo tur\u00edstico, tenho cuidado em identificar o que \u00e9 real e o que \u00e9 feito para \u201cpegar turistas,\u201d o que \u00e9 comum em todo lugar, inclusive, em nosso Estado (RN), basta observar.<\/p>\n\n\n\n

A cena dos pescadores, literalmente, tratando e vendendo o peixe em voz alta, os clientes – em sua maioria, os donos de restaurantes e Caf\u00e9s ou moradores dos arredores \u2013 escolhendo os mariscos, polvos e pescados mais vistosos, negociando, saindo satisfeitos, prenderam minha aten\u00e7\u00e3o por um bom tempo. <\/p>\n\n\n\n

Umas mo\u00e7as de branco, brigando entre si.<\/h4>\n\n\n\n

De repente, ouvi um barulho peculiar e me virei na dire\u00e7\u00e3o de onde vinha, ou seja, para o ch\u00e3o, ao lado das bancas de peixes: algumas gaivotas, muito matreiras, aguardavam algo cair para bicarem. Duas delas come\u00e7aram a brigar como duas mo\u00e7as sem educa\u00e7\u00e3o, vociferando e se peitando. Eu me aproximei e bati com o p\u00e9 no ch\u00e3o para apartar aquela briga. Como pode, duas senhoritas, t\u00e3o bonitas, duelando por causa de um peda\u00e7o de peixe, tendo o mar \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o e at\u00e9 mesmo, os pescadores, que ainda tinham muitos peixes a limpar?<\/p>\n\n\n\n

Pelo visto, nenhuma delas era paciente. E por vezes tamb\u00e9m n\u00e3o agimos assim, com imediatismos, querendo tudo agora, sem sabedoria, sem esperar por algo melhor?<\/p>\n\n\n\n

Pouco depois, um pescador, desprezou um monte de peixes menores que n\u00e3o dava para vender e aquelas daminhas de branco (e outras) fizeram a festa. Com certeza ainda levaram para casa para fazer a famosa bouillabaisse<\/em>, a sopa de peixes sortidos com vegetais e ervas, tradicional em Marselha (j\u00e1 estou criando uma hist\u00f3ria dentro de uma cr\u00f4nica. Perdoem-me, \u00e9 coisa de escritor). Como eu disse, s\u00e3o as f\u00e1bulas acontecendo sob nosso nariz.<\/p>\n\n\n\n

Aves, No\u00e9, F\u00e1bulas…<\/h4>\n\n\n\n

E assim, deu a hora de voltar para o navio, e fui inspirada por aquelas gaivotas briguentas. Hoje, da minha cabine, vendo as aves pescadoras mergulhando por entre a espuma do mar, causadas pelo quebrar das ondas no casco desse gigante navio, resolvi escrever sobre as aves e suas li\u00e7\u00f5es, tais como nas f\u00e1bulas.<\/p>\n\n\n\n

E falando em No\u00e9, vou passar quase quarenta dias dentro de uma gigante arca, cheia de entretenimentos, tecnologia e da coroa da cria\u00e7\u00e3o de Deus, que s\u00e3o os seres humanos. Amanh\u00e3, ao parar nas Bahamas, vou sair e estirar as pernas, lembrando das aves que estiraram suas asas depois de tantos dias navegando.  <\/p>\n\n\n\n

Agora, me falem quais f\u00e1bulas voc\u00eas conhecem:<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

O que as aves marinhas podem nos ensinar? A cr\u00f4nica hoje \u00e9 bem leve, como as aves pescadoras que vejo durante o caminho mar\u00edtimo para o Caribe. Elas, com grande desenvoltura, passam bem perto do navio em voos rasantes, em dire\u00e7\u00e3o ao mar, onde mergulham para capturarem seus alimentos. A m\u00e1gica de aprendermos com os … Ler mais<\/a><\/p>\n","protected":false},"author":13,"featured_media":3794,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[6],"tags":[1895,1941,76,2151,2155,2157,2150,2148,2154,2149,2156,2153,2152,195],"yoast_head":"\nAves marinhas e seus comportamentos que nos trazem reflex\u00f5es.<\/title>\n<meta name=\"description\" content=\"O texto fala das aves marinhas e seus comportamentos que trazem reflex\u00f5es. 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