{"id":3500,"date":"2023-12-19T06:30:00","date_gmt":"2023-12-19T09:30:00","guid":{"rendered":"https:\/\/blogdosaber.com.br\/?p=3500"},"modified":"2023-12-18T16:33:02","modified_gmt":"2023-12-18T19:33:02","slug":"a-felicidade-enquanto-delirio","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/blogdosaber.com.br\/2023\/12\/19\/a-felicidade-enquanto-delirio\/","title":{"rendered":"A felicidade enquanto del\u00edrio"},"content":{"rendered":"\n
Sa\u00edda de emerg\u00eancia<\/h5>\n\n\n\n

Passados os meados de dezembro, se a gente n\u00e3o foi feliz nos outros meses, ent\u00e3o, essa \u00e9 a nossa \u00faltima oportunidade! M\u00eas de festas, f\u00e9rias, muitas postagens no Instagram e de criar muitas expectativas para o ano que vem. Se, ao longo do ano, n\u00e3o foi f\u00e1cil esconder os problemas, em dezembro, temos os festejos para usarmos de distra\u00e7\u00e3o at\u00e9 para n\u00f3s mesmos. No entanto, distrair \u00e9 uma esp\u00e9cie de al\u00edvio vazio, ou seja, ausente de significado. O que, inclusive, deveria nos fazer atentar para o maior n\u00famero de suic\u00eddios durante esse per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n

A felicidade, que j\u00e1 foi tema de artigo<\/a>, aqui na coluna De Ponta Cabe\u00e7a, este ano, \u00e9 a pe\u00e7a-chave fake<\/em> das vidas que todos tentamos construir. Em outras palavras, \u00e9 a pe\u00e7a do quebra-cabe\u00e7a que o sistema capitalista tenta vender em forma de produtos, mas que, em mensagem decodificada, significa \u201cfuga da morte\u201d. Que \u00e9 o que v\u00ednhamos refletindo no texto da semana passada, A experi\u00eancia est\u00e9tica do homem-deus<\/a>.<\/p>\n\n\n\n

A dor no capitalismo<\/h5>\n\n\n\n

Byung-Chul Han \u00e9 o fil\u00f3sofo sul-coreano que escreveu Sociedade paliativa – a dor hoje<\/strong>. Neste livro, Han se debru\u00e7a sobre o tema dor, que, em termos psicanal\u00edticos, \u00e9 algo da ordem da sensa\u00e7\u00e3o de morte. Ou seja, o capitalismo tenta nos vender cada vez mais solu\u00e7\u00f5es para as dores que sentimos: comidas ultra processadas, artigos de luxo, bebidas e drogas (l\u00edcitas e il\u00edcitas). Tudo, para mascarar as nossas dores. A fim de refor\u00e7ar essa ideia, cito passagem de resenha<\/a> do livro de Han na Revista Cronos, peri\u00f3dico de divulga\u00e7\u00e3o cient\u00edfica vinculado ao Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Ci\u00eancias Sociais da UFRN:<\/p>\n\n\n\n

\n

<\/p>\nNa intelec\u00e7\u00e3o de Han, h\u00e1 associa\u00e7\u00e3o da sociedade paliativa com a sobreviv\u00eancia, que absolutiza o sobreviver a qualquer custo. Han trabalha com a ideia de que, para sobreviver, \u00e9 sacrificado voluntariamente tudo o que faz a vida digna de ser vivida. Afirma que falta ao capitalismo a narrativa da vida boa. O capitalismo absolutiza a sobreviv\u00eancia que nutre a cren\u00e7a inconsciente em que mais capital significa menos morte. O capital \u00e9 acumulado contra a morte.<\/cite><\/blockquote>\n\n\n\n

Como num passe de m\u00e1gica <\/h5>\n\n\n\n