{"id":2594,"date":"2023-09-26T06:30:00","date_gmt":"2023-09-26T09:30:00","guid":{"rendered":"https:\/\/blogdosaber.com.br\/?p=2594"},"modified":"2023-09-25T17:51:59","modified_gmt":"2023-09-25T20:51:59","slug":"quando-a-novidade-e-tudo-de-velho","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/blogdosaber.com.br\/2023\/09\/26\/quando-a-novidade-e-tudo-de-velho\/","title":{"rendered":"Quando a novidade \u00e9 tudo de velho"},"content":{"rendered":"\n
A tal da novidade<\/h5>\n\n\n\n

Cada vez que fala comigo, a minha tia Bebeta questiona \u201cquais s\u00e3o as novidades, Debinha?\u201d. E n\u00f3s brincamos, quando n\u00e3o h\u00e1 novidade alguma, de responder \u201ctudo de velho!\u201d. Bom, por mais que voc\u00ea queira assim, tudo velho \u00e9 normalmente uma ilus\u00e3o. Afinal, a n\u00e3o ser que voc\u00ea esteja isolado de tudo e de todos, a cada dia que se passa, sabemos algo que n\u00e3o sab\u00edamos antes. Seguindo o racioc\u00ednio de Her\u00e1clito, de que nenhum homem entra no mesmo rio duas vezes.<\/p>\n\n\n\n

Ent\u00e3o, a resposta \u00e9 \u201ctudo de velho\u201d e acabamos n\u00e3o entrando nos pormenores da nossa sabedoria. Porque pressupomos que n\u00e3o \u00e9 isso que o outro quer ouvir quando pergunta \u201cquais s\u00e3o as novidades?\u201d. Ser\u00e1? \u00c0s vezes, as pessoas s\u00f3 querem puxar assunto e n\u00e3o sabem por onde come\u00e7ar, n\u00e3o? E, se voc\u00ea diz \u201ctudo de velho\u201d, pode acabar colocando fim a um poss\u00edvel di\u00e1logo.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

E, assim, for\u00e7amo-nos \u00e0 novidade. Afinal, queremos ser interessantes o suficiente para incitar no outro o desejo de conversar conosco. Fruto do prim\u00f3rdio dos desejos: o de reconhecimento. Para ser reconhecido, ent\u00e3o, vale tudo. Vale se sujeitar \u00e0s redes sociais e buscar fofocas, vale repassar informa\u00e7\u00f5es \u00e0s quais nos \u00e9 pedido segredo, vale at\u00e9 mesmo se sujeitar ao desejo dos outros enquanto n\u00e3o sabemos o que queremos. Vale se excitar ou criar dezenas de expectativas sobre algo que at\u00e9 \u00e9 desejo, mas que n\u00e3o \u00e9 a \u00fanica op\u00e7\u00e3o aceit\u00e1vel para n\u00f3s. Vale transformar o aceit\u00e1vel em inaceit\u00e1vel. Ou vice-versa.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

O nada<\/h5>\n\n\n\n

Tudo por uma novidade! A novidade de um emprego, de uma promo\u00e7\u00e3o, de um carro, uma viagem, uma casa, um namoro, um noivado, um casamento, um filho, outro filho, outro\u2026 Um neto? E, ent\u00e3o, esgotam-se as novidades e lhe dizem que voc\u00ea precisa de um prop\u00f3sito. Precisa? Voc\u00ea sai do emprego ou de um relacionamento e, no outro dia, j\u00e1 est\u00e3o lhe perguntando \u201ce, ent\u00e3o, o que voc\u00ea vai fazer?\u201d. Que tal.. nada?<\/p>\n\n\n\n

Que tal n\u00e3o fazer ou n\u00e3o pensar em nada? Inaceit\u00e1vel, n\u00e9? Mas e quando a filosofia do yoga te apresenta a op\u00e7\u00e3o de meditar? Parece uma ideia melhor? \u00c9, vinte ou trinta minutos por dia n\u00e3o ser\u00e3o impactantes em sua rotina t\u00e3o atribulada, n\u00e3o \u00e9 mesmo? Pois \u00e9, mas a\u00ed \u00e9 que est\u00e1.. se esse tempo de medita\u00e7\u00e3o nessa rotina atribulada n\u00e3o \u00e9 impactante, estar\u00e1 havendo algum efeito da pr\u00e1tica em sua vida, afinal de contas?<\/p>\n\n\n\n

Pasmem, pois h\u00e1 quem tire um ou dois anos sab\u00e1ticos para “meditar”! Afinal, se pensarmos em todas as informa\u00e7\u00f5es que hoje chegam at\u00e9 n\u00f3s, na velocidade do som (para n\u00e3o sermos t\u00e3o injustos com a luz), que nos tocam, nos influenciam, nos afetam, \u00e9 muita coisa para, \u201cde repente\u201d, nos encontrarmos em um lugar ou em uma posi\u00e7\u00e3o completamente estranha, avessa, indesejada.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

O tempo<\/h5>\n\n\n\n

Ent\u00e3o, sim, \u00e0s vezes, \u00e9 preciso parar. Parar para repensar o que estamos fazendo e o que, de fato, queremos fazer. E, \u00e0s vezes, n\u00e3o \u00e9 f\u00e1cil se achar nesse labirinto. Assim, \u00e9 preciso se permitir se dar o tempo necess\u00e1rio para isso. E, \u00e0s vezes, para isso, \u00e9 preciso se permitir retornar para alguma posi\u00e7\u00e3o da qual voc\u00ea investiu tanto para sair. Mas que, agora, talvez, n\u00e3o tenha mais o mesmo valor que tinha. Porque as coisas mudam. As ideias, os desejos, os preconceitos e as necessidades.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

\u00c9 engra\u00e7ado isso\u2026 Temos que ter novidades todos os dias, mas n\u00e3o podemos mudar de ideia nem depois de anos! Sendo que a pr\u00f3pria mudan\u00e7a de ideia j\u00e1 poderia ser uma grande novidade! Que contradi\u00e7\u00e3o, n\u00e3o?!<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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