{"id":1057,"date":"2023-03-21T06:30:00","date_gmt":"2023-03-21T09:30:00","guid":{"rendered":"https:\/\/blogdosaber.com.br\/?p=1057"},"modified":"2023-03-22T18:54:18","modified_gmt":"2023-03-22T21:54:18","slug":"guerra-ao-amor-por-que-insistimos-no-erro-do-lado-obscuro-do-amor","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/blogdosaber.com.br\/2023\/03\/21\/guerra-ao-amor-por-que-insistimos-no-erro-do-lado-obscuro-do-amor\/","title":{"rendered":"Guerra ao amor: por que insistimos no erro?"},"content":{"rendered":"\n
Baita amor rom\u00e2ntico!<\/h5>\n\n\n\n
Na psican\u00e1lise, costumamos dizer que voc\u00ea se apaixona basicamente por dois motivos: ou voc\u00ea encontrou algu\u00e9m que admira e gostaria de ter sido ou \u00e9 algu\u00e9m com quem voc\u00ea se identifica de alguma forma. \u201cAh, n\u00f3s somos iguaizinhos: pensamos da mesma forma, gostamos das mesmas coisas\u201d.<\/p>\n\n\n\n
\u201cE, afinal, o que ela tem que me faz querer ficar nesse relacionamento?\u201d. A resposta \u00e9 sempre a mesma: algo de familiar. Ela te lembra algu\u00e9m que voc\u00ea muito admirou. Talvez, at\u00e9 voc\u00ea mesmo. E esse \u00e9 o motivo pelo qual naturalmente insistimos em algumas rela\u00e7\u00f5es que, muitas vezes, s\u00e3o infrut\u00edferas, cansativas e, at\u00e9 mesmo, abusivas. Esse \u00e9 o lado obscuro do amor!<\/p>\n\n\n\n
Mas abusivas pra quem?<\/h5>\n\n\n\n
\u00c0 exce\u00e7\u00e3o dos casos em que o indiv\u00edduo \u00e9 amea\u00e7ado de morte, todos continuamos em relacionamentos abusivos porque temos um ganho em algum ponto. Ou o seu parceiro \u00e9 seu \u00eddolo (seja pelo que voc\u00ea gostaria de ser seja pela similaridade entre voc\u00eas), ou voc\u00ea n\u00e3o consegue ficar sozinho ou depende dela financeiramente. Ah, e, claro, tem tamb\u00e9m o \u201cachar que depende\u201d.<\/p>\n\n\n\n
O fato \u00e9 que quando nos comprometemos com algo, n\u00e3o queremos falhar. Afinal, n\u00e3o se trata somente de voc\u00ea e da outra pessoa com quem est\u00e1, trata-se tamb\u00e9m de toda a comunidade, todas as pessoas que te cercam. V\u00e3o questionar e, por mais que o problema seja realmente \u00fanica e exclusivamente do casal, voc\u00ea vai querer se explicar. Que trabalheira, n\u00e3o?<\/p>\n\n\n\n
Assim, ficamos \u00e0 procura de argumentos: \u201cmas ela \u00e9 linda\u201d, \u201cmas ele cozinha t\u00e3o bem\u201d, \u201cmas o sexo \u00e9 o melhor que j\u00e1 tive\u201d, \u201cmas ele d\u00e1 tanta aten\u00e7\u00e3o \u00e0 minha fam\u00edlia\u201d, \u201cmas ela \u00e9 t\u00e3o carism\u00e1tica, todos os meus amigos a acham incr\u00edvel\u201d, \u201cmas ele at\u00e9 me ajuda com as atividades dom\u00e9sticas!\u201d. E seguimos empurrando o relacionamento com a barriga, sem perceber o lado obscuro do amor.<\/p>\n\n\n\n
The check, please!<\/h5>\n\n\n\n
No final das contas, basicamente, permanecemos num relacionamento, digamos, ca\u00f3tico ou entediante, por dois motivos: ou porque n\u00e3o nos suportamos e precisamos de algu\u00e9m para nos dizer, pelo amor de Deus, o contr\u00e1rio, que \u201csim, eu sou suport\u00e1vel\u201d ou porque eu me admiro tanto que preciso estar cercada de pessoas como eu. Ou seja, sempre h\u00e1 um ganho. Mesmo que o saldo n\u00e3o seja positivo. Sim, pois amamos e odiamos. E, nesses casos, o \u00f3dio \u00e9 sempre maior que o amor.<\/p>\n\n\n\n
Cego em tiroteio<\/h5>\n\n\n\n<\/figure>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
No entanto, quando estamos no relacionamento, n\u00e3o conseguimos enxergar os problemas claramente. \u00c9 como uma pessoa que sofre de astigmatismo sem os seus \u00f3culos: ela v\u00ea que h\u00e1 algo ali, v\u00ea formato, cor, tamanho, mas est\u00e1 tudo emba\u00e7ado e fica imposs\u00edvel dizer exatamente do que se trata. Estamos envolvidos, h\u00e1 for\u00e7as internas e pessoas querendo nos influenciar a seguir no sentido contr\u00e1rio, cada vez que for\u00e7amos a vista e tentamos enxergar melhor.<\/p>\n\n\n\n
Por isso sofremos tanto ao final de um relacionamento, mesmo sendo aquele abusivo. Mesmo sendo aquele babaca ou aquela pilantra. E por isso, nas fases do luto, passamos pela f\u00faria e, em seguida, pela euforia, logo ap\u00f3s a desvincula\u00e7\u00e3o com o ‘ex-objeto amoroso’. Sa\u00edmos do envolvimento e, finalmente, conseguimos ver.<\/p>\n\n\n\n
E, afinal, \u00e9 erro ou n\u00e3o \u00e9?<\/h5>\n\n\n\n
Bom, para a Psican\u00e1lise, n\u00e3o existe certo ou errado. Existe, sim, o \u201cat\u00e9 que ponto voc\u00ea banca isso?\u201d. Se, para compreender uma situa\u00e7\u00e3o, \u00e9 preciso passar por ela, como podemos chamar de erro a trajet\u00f3ria do conhecimento? Um amor s\u00f3 acaba quando se torna insustent\u00e1vel para pelo menos um dos integrantes. E, para que se torne insuport\u00e1vel, \u00e9 preciso primeiro faz\u00ea-lo valer.<\/p>\n\n\n\n
Insistir no erro do amor \u00e9 t\u00e3o natural quanto nascer pelado. Mas o tempo que leva para nos darmos conta do \u201cat\u00e9 que ponto eu banco isso?\u201d vai depender do n\u00edvel de entendimento de cada indiv\u00edduo sobre o seu pr\u00f3prio desejo.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
![\"\"](\"https:\/\/blogdosaber.com.br\/wp-content\/uploads\/2023\/03\/blindfold-1732539_1920-1024x809.jpg\")
<\/figure>\n\n\n\n