{"id":1006,"date":"2023-03-16T13:34:56","date_gmt":"2023-03-16T16:34:56","guid":{"rendered":"https:\/\/blogdosaber.com.br\/?p=1006"},"modified":"2023-03-16T21:01:43","modified_gmt":"2023-03-17T00:01:43","slug":"https-blogdosaber-com-br-2023-03-16-a-nora","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/blogdosaber.com.br\/2023\/03\/16\/https-blogdosaber-com-br-2023-03-16-a-nora\/","title":{"rendered":"A Nora"},"content":{"rendered":"\n
O destaque de hoje aqui na coluna CR\u00d4NICAS \u00e9 mais um maravilhoso conto da nossa querid\u00edssima Ana Madalena. Que contribui mais uma vez com a nossa modesta coluna, com uma cr\u00f4nica inigual\u00e1vel chamada \u201cA nora\u201d. Portanto n\u00e3o perca tempo! Assuma a sua condi\u00e7\u00e3o de espalhado.<\/p>\n\n\n\n
N\u00e3o sei voc\u00ea, mas na casa dos meus pais, em dia que chegava visita, era como se fosse domingo. <\/p>\n\n\n\n
Minha m\u00e3e servia salgados, refrigerante e sobremesa. <\/p>\n\n\n\n
Eu adorava ficar escutando as conversas dos adultos e, por \u00f3bvio, beliscar uma coisinha aqui outra ali.<\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 na pr\u00e9-adolescencia, eu dei um passo maior; milagrosamente eu fiquei com a voz igual a da minha m\u00e3e e todas as amigas dela, quando telefonavam, geralmente nos confundiam. <\/p>\n\n\n\n
E eu, que n\u00e3o era boba nem nada, ficava de papo, escutando o que elas tinham para falar (e sempre era muito assunto) e quando eu cansava, dizia que ia chamar a minha m\u00e3e. <\/p>\n\n\n\n
As amigas riam:<\/p>\n\n\n\n
-Menina, voc\u00ea enganou direitinho!<\/p>\n\n\n\n
Com o tempo, escutando atenta \u00e0s conversas, peguei at\u00e9 o jeito e as express\u00f5es que elas diziam, aprimorando minha \u201ct\u00e9cnica\u201d.<\/p>\n\n\n\n
Nunca imaginei que um dia pudesse usar esse conhecimento a meu favor.<\/p>\n\n\n\n
Eu acho que fui uma crian\u00e7a que n\u00e3o gostou de ser crian\u00e7a. <\/p>\n\n\n\n
Toda a minha inf\u00e2ncia eu sempre quis ficar rodeada de adultos, de longe um \u201cpessoal\u201d muito mais interessante do que uma por\u00e7\u00e3o de pirralhos, que ficavam correndo e jogando queimada! <\/p>\n\n\n\n
Meus irm\u00e3os eram um grude, brincavam juntos de um tudo, em compensa\u00e7\u00e3o viviam pegando piolhos.<\/p>\n\n\n\n
Sim, porque crian\u00e7a pega piolhos num piscar de olhos! <\/p>\n\n\n\n
Eu n\u00e3o chegava nem perto deles; preferia ficar na tranquilidade do meu quarto, lendo romances, de longe um lazer bem mais tranquilo e enriquecedor.<\/p>\n\n\n\n
Minha m\u00e3e dizia que eu era implicante e do contra, at\u00e9 admito que possa ter sido um pouco disso! S\u00f3 um pouco.<\/p>\n\n\n\n
Eu tinha um sonho: crescer para ficar mocinha. <\/p>\n\n\n\n
No col\u00e9gio, eu olhava para as mo\u00e7as do \u201censino m\u00e9dio\u201d e pensava: um dia serei alta e terei peitos iguais aos delas, usarei batom e sand\u00e1lias com saltos altos! <\/p>\n\n\n\n
Algumas at\u00e9 fumavam, e eu achava aquele ritual de aspirar e soltar fuma\u00e7a uma coisa fant\u00e1stica. <\/p>\n\n\n\n
Nada como o tempo para apagar certas ideias de jerico.<\/p>\n\n\n\n
Na hora do recreio eu costumava sentar perto de um grupinho de mo\u00e7as, s\u00f3 para ouvir as conversas, que geralmente eram sobre rapazes. <\/p>\n\n\n\n
Eu ainda n\u00e3o tinha despertado esse lado rom\u00e2ntico e ficava impressionada quando via algumas delas falando em paix\u00e3o, quase aos prantos.<\/p>\n\n\n\n
Que horror! Tanto drama por causa de um rapaz? <\/p>\n\n\n\n
Pior que escutar aquelas baboseiras, era v\u00ea-las, na sa\u00edda do col\u00e9gio, aos beijos, em pleno sol do meio dia. Eles suados, os cabelos pregando na testa, as espinhas reluzindo\u2026 Eca!<\/p>\n\n\n\n
Um dia minha m\u00e3e disse que eu me arrumasse, pois tinha sido convidada para ir \u00e0 casa de uma amiga de trabalho. <\/p>\n\n\n\n
Era anivers\u00e1rio do filho dela e haveria um lanche para as crian\u00e7as. <\/p>\n\n\n\n
A men\u00e7\u00e3o da palavra \u201ccrian\u00e7a\u201d quase me fez desistir de ir ao tal anivers\u00e1rio; eu n\u00e3o tinha paci\u00eancia para ficar brincando de cobra cega e corrida de saco.<\/p>\n\n\n\n
Toda festa era a mesma coisa! <\/p>\n\n\n\n
Eu terminava sempre sentada ao lado da minha m\u00e3e, s\u00f3 para ouvir aquela troca entre as mulheres, embora a conversa n\u00e3o fosse t\u00e3o animadora. <\/p>\n\n\n\n
Elas reclamavam da trabalheira das crian\u00e7as, da lida com a casa, da tripla jornada de trabalho.<\/p>\n\n\n\n
Eu dizia a mim mesma que s\u00f3 ficaria com a parte boa de crescer\u2026 <\/p>\n\n\n\n
Nem pensar em casar, ter filhos e ficar arrumando casa. Meu sonho era ser aeromo\u00e7a, viver arrumada e conhecer o mundo, ir a lugares que s\u00f3 conhecia pelos livros!<\/p>\n\n\n\n
\u2013 Est\u00e1 na hora do parab\u00e9ns! Todos para a mesa do bolo.<\/p>\n\n\n\n
Um intervalo na narrativa: eu passei anos da minha vida detestando anivers\u00e1rios.<\/p>\n\n\n\n
N\u00e3o sei de onde veio a implic\u00e2ncia, at\u00e9 porque na inf\u00e2ncia meus pais fizeram festas lindas, de encher os olhos. <\/p>\n\n\n\n
Acho que eu simplesmente n\u00e3o achava gra\u00e7a em ter que ficar em frente a um bolo, cantando uma musiquinha enjoada, e ainda ter que soprar velas.<\/p>\n\n\n\n
Para qu\u00ea? Revendo as fotos dos meus anivers\u00e1rios, n\u00e3o foi dif\u00edcil imaginar o porqu\u00ea de eu estar sempre olhando para o teto.<\/p>\n\n\n\n
Voltando a festinha:<\/p>\n\n\n\n
O aniversariante ainda n\u00e3o tinha dado o ar da gra\u00e7a. <\/p>\n\n\n\n
Soube depois que ele tamb\u00e9m n\u00e3o gostava de anivers\u00e1rios, muito menos completando catorze anos, j\u00e1 praticamente um adulto ( pelo menos naquela \u00e9poca, quando aos dezoito j\u00e1 t\u00ednhamos responsabilidades. <\/p>\n\n\n\n
Hoje a adolesc\u00eancia dura uma eternidade\u2026 ) <\/p>\n\n\n\n
Ele, totalmente sem gra\u00e7a, participou do ritual do parab\u00e9ns, mas n\u00e3o olhou para cima como eu. <\/p>\n\n\n\n
Ficou olhando de um lado para outro, talvez procurando por uma t\u00e1bua de salva\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n
E foi numa dessas passadas de olhos que os nossos se encontraram\u2026 <\/p>\n\n\n\n
Sim, senhoras e senhores, nossos olhos se encontraram e ficamos meio esquisitos, tentando desviar o olhar, num misto de vergonha e descoberta.<\/p>\n\n\n\n
Est\u00e1vamos nesse magnetismo quando ele soprou a velinha. <\/p>\n\n\n\n
Depois, ele sumiu e eu fiquei sentindo uma coisa estranha.<\/p>\n\n\n\n
Os dias se passaram e eu fui ficando cada vez mais quieta, diria at\u00e9 que triste. <\/p>\n\n\n\n
N\u00e3o conseguia esquecer o aniversariante, que soube depois chamar-se Pedro.<\/p>\n\n\n\n
Meus cadernos eram cheios de cora\u00e7\u00f5es com nossos nomes dentro: <\/p>\n\n\n\n
Pedro e Ana. Estava exatamente desenhando um cora\u00e7\u00e3o quando o telefone tocou; eu sai correndo para atender, que era uma das minhas obriga\u00e7\u00f5es de casa. <\/p>\n\n\n\n
Fun\u00e7\u00e3o que eu exercia com muita cautela, desde o dia que minha irm\u00e3 mais nova atendeu e a pessoa do outro lado da linha perguntou:<\/p>\n\n\n\n
\u2013 Al\u00f4, quem est\u00e1 no aparelho?<\/p>\n\n\n\n
Ela, ing\u00eanua, entrou no banheiro, causando espanto em quem estava no \u201ctrono. <\/p>\n\n\n\n
E quando explicou o porqu\u00ea de estar ali, foi imediatamente proibida de atender qualquer liga\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n
E eu assumi a fun\u00e7\u00e3o de telefonista, para mim um feito e tanto.<\/p>\n\n\n\n
Adorava dizer: aqui \u00e9 da residencial dos Albuquerques!<\/p>\n\n\n\n
O nosso telefone ficava na parede, no hall de acesso aos quartos. <\/p>\n\n\n\n
O fio era enorme e dava para eu andar pela sala, deitar no sof\u00e1, ir a cozinha, tomar \u00e1gua, mas quando queria falar algum segredo, eu entrava no lavabo, que ficava exatamente na porta ao lado do telefone. <\/p>\n\n\n\n
E foi exatamente o que fiz quando D. Carmem, m\u00e3e de Pedro ligou.<\/p>\n\n\n\n
Para variar, ela confundiu a voz; ficou conversando comigo pensando ser minha m\u00e3e. <\/p>\n\n\n\n
E foi quando eu tive a brilhante ideia\u2026<\/p>\n\n\n\n
\u2013 Carmem, querida ( minha m\u00e3e sempre tratava as amigas chamando-as de querida), vou fazer um lanche no fim da tarde do pr\u00f3ximo s\u00e1bado. <\/p>\n\n\n\n
Gostaria que voc\u00ea viesse com as crian\u00e7as.<\/p>\n\n\n\n
\u2013 \u00c9 anivers\u00e1rio de algum dos seus filhos?<\/p>\n\n\n\n
\u2013 N\u00e3o, \u00e9 s\u00f3 porque as crian\u00e7as v\u00e3o entrar em f\u00e9rias e seria bom ver os amiguinhos.<\/p>\n\n\n\n
\u2013 Ah, \u00f3timo! Iremos com prazer!<\/p>\n\n\n\n
\u2013 Que bom, minha querida! Diga a Pedrinho, que mesmo ele sendo mais velho do que meus filhos, que venha tamb\u00e9m.<\/p>\n\n\n\n
Desliguei o telefone com o cora\u00e7\u00e3o batendo tanto que se soubesse \u00e0 \u00e9poca o que era infartar, acharia que estava tendo um infarto. <\/p>\n\n\n\n
A coisa s\u00f3 piorou quando, do quarto, minha m\u00e3e perguntou de quem era a liga\u00e7\u00e3o. <\/p>\n\n\n\n
Imediatamente disse que era engano, mas foi quando me dei conta que eu estava com um problem\u00e3o. <\/p>\n\n\n\n
Como \u00e9 que ia ser quando D. Carmem chegasse s\u00e1bado e minha m\u00e3e ficasse sem entender o motivo da visita?<\/p>\n\n\n\n
A primeira coisa que eu tinha que pensar era em rela\u00e7\u00e3o ao que servir. <\/p>\n\n\n\n
Minha m\u00e3e ficaria chateada em n\u00e3o ter nada especial, nem um refrigerante. <\/p>\n\n\n\n
O jeito foi eu quebrar meu porquinho e comprar eu mesma os refrigerantes. <\/p>\n\n\n\n
Mas, e para comer? Lembrei que sempre que fic\u00e1vamos doentes minha m\u00e3e fazia o nosso bolo favorito; resolvi ficar doente numa quinta-feira e piorar bastante na sexta.<\/p>\n\n\n\n
Como que advinhando meus pensamentos, minha m\u00e3e acordou cedo no s\u00e1bado e bateu um bolo.<\/p>\n\n\n\n
Do meu quarto eu ouvi a batedeira.<\/p>\n\n\n\n
Minha expectativa ficava maior a medida que o fim da tarde se aproximava. <\/p>\n\n\n\n
Por volta das 16.30h meus pais e irm\u00e3os come\u00e7aram a se arrumar para ir \u00e0 missa; minha m\u00e3e disse que eu poderia ficar em casa para n\u00e3o piorar, mas insisti que estava melhor, que queria ir. <\/p>\n\n\n\n
Qual a desculpa que daria para botar meu vestido de domingo? <\/p>\n\n\n\n
E foi quando estava penteando meus cabelos que as visitas chegaram.<\/p>\n\n\n\n
Minha m\u00e3e, surpresa, recebeu sua amiga e mesmo sem entender nada, ficou super feliz! <\/p>\n\n\n\n
Do meu quarto, escutei a voz de Pedro, quando disse que n\u00e3o queria jogar mem\u00f3ria com os irm\u00e3os. <\/p>\n\n\n\n
Um par\u00eantesis: era comum, quando \u00edamos a casa de amigos dos meus pais, que lev\u00e1ssemos jogos de tabuleiro para brincar com os filhos deles, pois algumas das crian\u00e7as sequer conhec\u00edamos.<\/p>\n\n\n\n
Eu nunca participava desse momento, para desespero da minha m\u00e3e. E pareceu que Pedro tamb\u00e9m n\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n
Apareci na sala com o meu melhor sorriso. <\/p>\n\n\n\n
D. Carmem elogiou meu vestido, pegou minha bochecha ( odiava quem fazia isso, mas naquele momento fiz a \u201cfina\u201d) e disse que eu estava ficando uma mocinha linda. <\/p>\n\n\n\n
Meu pai, que estava na varanda com o marido de D. Carmem, olhou para mim e piscando o olho, falou:<\/p>\n\n\n\n
\u2013 Aninha \u00e9 uma princesa!<\/p>\n\n\n\n
Eu fiz o tipo envergonhada, baixei a cabe\u00e7a e tentei um certo rubor. <\/p>\n\n\n\n
Minha m\u00e3e, sabendo que eu n\u00e3o gostava de brincar com as crian\u00e7as, me puxou num canto e disse:<\/p>\n\n\n\n
\u2013 Filha, fa\u00e7a companhia a Pedro, sei que voce n\u00e3o tolera os papos dos meninos, mas \u00e9 o jeito. <\/p>\n\n\n\n
Por sorte, seu pai deve ter comprado refrigerantes e tem o bolo que fiz pra voc\u00ea. J\u00e1 pensou n\u00e3o ter o que servir \u00e0s visitas?<\/p>\n\n\n\n
Eu, quase explodindo de rir por dentro, fiz cara de contrariada e respondi:<\/p>\n\n\n\n
-T\u00e1 bom, m\u00e3e, mas n\u00e3o me pe\u00e7a mais isso. Preferia ir para a missa\u2026<\/p>\n\n\n\n
Minha m\u00e3e, compadecida, deu um beijo na minha testa e agradeceu.<\/p>\n\n\n\n
\u2013 Voc\u00ea \u00e9 uma boa menina!<\/p>\n\n\n\n
Chamei Pedro para ir para o jardim. Ele, meio sem gra\u00e7a, pediu licen\u00e7a aos adultos. Ainda pude ouvir quando D. Carmem disse:<\/p>\n\n\n\n
\u2013 Eles s\u00e3o uma gracinha juntos\u2026<\/p>\n\n\n\n
Mentalmente eu agradeci \u00e0 minha futura sogra. Nessa hora Pedro perguntou se eu gostava de ler e eu, imediatamente respondi:<\/p>\n\n\n\n
\u2013 Voc\u00ea est\u00e1 perguntando a um macaco se ele gosta de banana!<\/p>\n\n\n\n
Para minha sorte ele riu, disse que eu tinha um jeito engra\u00e7ado e que preferia estar comigo do que brincando com os irm\u00e3os. <\/p>\n\n\n\n
E foi assim que come\u00e7ou nossa hist\u00f3ria. Por sorte, D. Carmem nunca mencionou o telefonema, nem minha m\u00e3e perguntou sobre os refrigerantes a meu pai. E o bolo salvou a noite!<\/p>\n\n\n\n
-Filha, n\u00e3o quero parecer rude, mas voc\u00ea ter ficado doente foi providencial\u2026<\/p>\n\n\n\n
E eu, sonsa como nunca, respondi:<\/p>\n\n\n\n
\u2013 Nem me fale m\u00e3e\u2026 Alguns males v\u00eam para o bem!<\/p>\n\n\n\n
S\u00f3 para constar, eu e Pedro ficamos grandes amigos; o que nos uniu foi o gosto pela leitura. <\/p>\n\n\n\n
At\u00e9 que tentamos namorar, mas morremos de rir diante dessa possibilidade.<\/p>\n\n\n\n
D. Carmem at\u00e9 hoje n\u00e3o se conforma em n\u00e3o me ter como nora! Como na vida nada \u00e9 definitivo, quem sabe um dia, n\u00e3o \u00e9 mesmo?<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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