Arquivos redes sociais - Blog do Saber https://blogdosaber.com.br/tag/redes-sociais/ Cultura e Conhecimento Tue, 20 Feb 2024 00:41:07 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.4.3 Redes Sociais https://blogdosaber.com.br/2024/02/20/redes-sociais-relacoes-amizades-virtuais-encontros-roda-de-conversa/ https://blogdosaber.com.br/2024/02/20/redes-sociais-relacoes-amizades-virtuais-encontros-roda-de-conversa/#comments Tue, 20 Feb 2024 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=4133 Ler mais]]>

Redes sociais, vilãs ou mocinhas?

Longe de mim vir aqui fazer aqueles discursos contra as redes sociais. Fato é que através delas, os relacionamentos mudaram, o mundo mudou. Tudo ficou mais acessível, e ao mesmo tempo, sem graça.

Antes, víamos as notícias através das lentes de determinadas redes de comunicação, como exemplo, a Globo, SBT, Record (as mais tradicionais). Hoje, podemos ver tudo em tempo real e sem edições (aqueles cortes que fazem, muitas vezes, manipulando o fato).

Não precisamos mais esperar o jornal “X” para saber de tal acontecimento. Agora, as notícias estão em nossas mãos.

As vitrines nas redes sociais

Entretanto, ainda precisamos de um pouco de bom senso ao utilizarmos as redes sociais. Outro dia, li no Facebook, que antes, as pessoas pagavam para não serem vistas. Hoje, é o contrário. Todos querem ser vistos, elogiados e admirados. Para isso, fazem verdadeiras loucuras e postam. Alguns se arriscam tanto, que perdem a dignidade e até a vida.

Um amigo, debochadamente, falou que não precisa mais comprar Playboy, pois só o que tem é foto de mulheres seminuas nas redes sociais e se você não dá um like, “pega mal.”

Vamos combinar que não é somente as mulheres. Os rapazes também gostam de exibir o físico, dançarem e fazer poses. É uma verdadeira vitrine humana de muitas embalagens bonitas, mas muitos, com conteúdo que deixa a desejar.

O lado bom das redes sociais

As redes sociais são realmente democráticas, pois a variedade de perfis atende a todos os gostos. Há quem as use para diferentes objetivos: vendas, negócios, política, memes (meu pecado, confesso), educação e o principal, a influência.

Uma pena que os influenciadores (de grande audiência) não nos tragam conteúdos transformadores. Muitos deles, apenas exibem bens materiais e mostram a parte boa da vida.

Mas há quem tenha tempo para passar o dia assistindo aquela pessoa fazendo uma refeição, indo para o supermercado, para a academia, para um encontro, ou seja, vivendo e gerando entretenimento. Do outro lado da tela, há um expectador parado com um celular na mão, sem viver, apenas assistindo a vida alheia. Não é esquisito isso?

Eu sigo alguns que ensinam coisas do meu interesse: perfis cristãos, finanças, receitas, dicas sobre saúde e minimalismo. Ah, e vejo memes, pois se eu passar um dia sem sorrir, para mim, foi um dia perdido.

Enfim, as redes sociais são um campo vasto e tem espaço para tudo e todos os assuntos. Tenhamos sabedoria em escolher os conteúdos que estamos consumindo.

Sobre o que postar

A vida é sua, mas poste com moderação. Não dê ferramentas para outros usarem contra você.

Depois que inventei de escrever, sigo perfis de escrita e vejo que os “coaches” falam que precisamos estar mais perto dos nossos leitores e se mostrar mais para gerar conexões. Eu fico pensando: “no tempo de Machado de Assis, Graciliano Ramos e Clarice Lispector não tinha nada disso, e eles se tornaram lidos e conhecidos.” Mas, estamos noutra época. Vamos dançar conforme a música.

As relações nas redes sociais

É bem verdade que as redes sociais conectam, promovem reencontro. Outro dia, encontrei pessoas conhecidas que conviveram comigo na escola, trabalho e gostei de vê-las, mesmo que virtualmente.

As relações entre pessoas mudaram. Eu, por exemplo, converso com gente que que nunca vi na vida, mas que viraram “amigos virtuais.” Geralmente, são escritores e a gente troca informações sobre o mundo da escrita, concursos e cursos. Por vezes, entro na página de algum artista e ele responde, como o simpático Antônio Fagundes, que recita lindos poemas para os seguidores.

Não sei se “ao vivo” ele continua simpático, pois já encontrei com algumas “celebridades” e asseguro-lhes que são completamente diferentes daquelas “amáveis” pessoas que a gente vê através das telas.  São criaturas taciturnas e não gostam de conversas, querem ficar na delas, e tudo bem.

Essa é uma das grandes armadilhas das redes sociais, pois não sabemos de verdade quem é quem. Só se posta o que querem que as pessoas vejam. E convenhamos, ninguém vai postar suas falhas e fraquezas, pois isso não gera “engajamento.”

As verdadeiras redes sociais

Sou cria do interior, meus amigos e sinto muita falta das rodas de conversa na calçada, de dormir na casa das tias e ficar conversando até tarde com a parentela, dos passeios a pé pela zona rural, de se reunir na pracinha para jogar conversa fora… Também tenho saudades dos encontros para estudar, dos cafés com as amigas, isso para mim, sempre serão as verdadeiras redes sociais.

E creio, que temos a obrigação de resgatar ou manter esses bons costumes. Não podemos permitir que as redes sociais virtuais substituam o sorriso, o calor do aperto de mão e do abraço, o som da voz amiga no nosso dia a dia. Vamos criar um lema; Menos virtual e mais presencial, que assim seja!

E vocês, acham que as redes sociais ajudam ou atrapalham?

]]>
https://blogdosaber.com.br/2024/02/20/redes-sociais-relacoes-amizades-virtuais-encontros-roda-de-conversa/feed/ 9
Normose https://blogdosaber.com.br/2023/10/06/normose/ https://blogdosaber.com.br/2023/10/06/normose/#respond Fri, 06 Oct 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=2751 Ler mais]]> A Influência das Pressões Sociais em Nossas Escolhas

Vivemos em uma sociedade e em tempos, que muitas vezes nos empurram para padrões e normas sociais, mesmo quando eles podem ser prejudiciais à nossa saúde física, mental, emocional e espiritual. Esse fenômeno é conhecido como “normose” e merece nossa atenção.

Vamos refletir sobre esse tema, e como ele molda nossas escolhas cotidianas.

A influência das pressões sociais em nossas escolhas é um fenômeno conhecido como normose.

A origem do termo

O termo foi cunhado pelo psicólogo e antropólogo brasileiro Roberto Crema, pelo filósofo, psicólogo e teólogo francês Jean-Ives Leloup e pelo psicólogo francês Pierre Weil, na década de 1980. Esse termo surge da fusão entre “norma” e “patologia”. Ele representa a tendência de seguir cegamente padrões sociais considerados normais, muitas vezes sem questionar se essas normas são realmente benéficas para nós. Essas normas podem ser encontradas em diversas áreas de nossas vidas, incluindo nossa aparência, carreira, relacionamentos e hábitos de consumo. Para ilustrar a normose, vejamos alguns exemplos reais.

Na busca incansável pela perfeição física, muitos se submetem a dietas extremamente restritivas, cirurgias estéticas e regimes de exercícios intensos, muitas vezes em detrimento de sua saúde. No âmbito profissional, a normose pode nos levar a buscar uma carreira que não nos realiza verdadeiramente, mas que é considerada “prestigiosa” pela sociedade. Nos relacionamentos, a pressão para se encaixar em modelos idealizados pode levar a escolhas que não refletem nossos verdadeiros desejos e necessidades.

A influência das redes sociais

Atualmente as mídias sociais desempenham um papel significativo na disseminação da normose. A cultura contemporânea de comparação constante, alimentada por plataformas de redes sociais, frequentemente nos leva a medir nosso próprio valor com base nas vidas aparentemente perfeitas que vemos online. A pressão para se adequar a essas normas irreais pode ter consequências prejudiciais para nossa autoimagem e autoestima.

Pesquisas revelam um aumento alarmante nos casos de ansiedade, depressão e transtornos alimentares associados à normose. As mídias sociais muitas vezes promovem uma versão idealizada da vida, levando as pessoas a acreditarem que devem atender a esses padrões inatingíveis. A necessidade de validação constante nas redes sociais pode minar nossa saúde mental e emocional.

Reconhecer os sinais da normose é crucial. Quando nos forçamos a seguir normas que não estão alinhadas com nossos valores e necessidades, podemos acabar prejudicando nossa saúde mental. É fundamental buscar apoio psicológico e aprender a tomar decisões mais conscientes.

Desafiando as normas sociais

Como indivíduos, podemos adotar práticas que nos ajudem a tomar decisões mais conscientes em vez de ceder à pressão da normose. Isso inclui refletir sobre nossos valores pessoais e priorizar nossa saúde e bem-estar em nossas escolhas diárias.

Histórias inspiradoras de pessoas que desafiaram as normas sociais podem nos mostrar que a felicidade e a realização pessoal muitas vezes vêm quando somos autênticos e fiéis a nós mesmos.

A normose é uma realidade em nossa sociedade, mas não precisamos ser vítimas dela. Reconhecer sua existência e os impactos que ela pode ter em nossas vidas é o primeiro passo para tomar decisões mais conscientes. Promover uma cultura de aceitação, autoaceitação e escolhas alinhadas com nossos valores pessoais é essencial para nosso bem-estar.

Ao questionar as normas sociais e buscar autenticidade em nossas escolhas, podemos construir vidas mais significativas e saudáveis. Lembre-se de que cada um de nós tem o poder de tomar decisões que nos beneficiem, independentemente das pressões externas.

Sarita Cesana

Psicóloga CRP 17/0979

Contato (84) 98169-1884                         @saritacesana_

]]>
https://blogdosaber.com.br/2023/10/06/normose/feed/ 0
Ansiedade: Por que o Brasil lidera o número de casos? https://blogdosaber.com.br/2023/07/04/ansiedade-por-que-o-brasil-lidera-o-numero-de-casos/ https://blogdosaber.com.br/2023/07/04/ansiedade-por-que-o-brasil-lidera-o-numero-de-casos/#comments Tue, 04 Jul 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=1864 Ler mais]]> Tentando captar uma cultura

Segundo a Organização Mundial da Saúde, o Brasil é o país com mais casos de ansiedade no mundo. Em média, uma em cada cinco pessoas, aqui, é acometida pela doença. É interessante pensar: por que o Brasil está em primeiro lugar nesse ranking?

O país tropical é uma das maiores economias do mundo. Mas, apesar de estar na 13ª posição dos países com maior PIB, o Brasil ainda é um Estado subdesenvolvido, apresentando-se na 87ª posição do ranking de desenvolvimento humano. Essa é uma contradição interessante e significa que a concentração de riquezas se encontra com uma fina fatia da população.

Claro que a pobreza aliada à insegurança do que há por vir – violência, instabilidade financeira, saúde precária etc – já podem por si sós serem grandes contribuintes para esse mal-estar. Mas, venhamos e convenhamos, esse é um problema que já enfrentamos há séculos, certo? Sem falar que diversos outros países passam pelas mesmas situações. E, então, mais uma vez eu pergunto, o que faz do Brasil o maior caso de ansiedade do mundo?

Sobre o tempo de processamento

O que vem mudando recorrentemente em nossas vidas? O tempo, talvez? Mais especificamente, a noção de tempo. “Meu Deus, o tempo está voando”, “gente, mas já chegou o natal novamente?”: esse é o novo papo de elevador. Chega de falar do clima! O negócio, agora, é falar do cansaço acumulado, do “graças a Deus, é sexta” ou “estou só pelas 17h”. Mas e o que faz criarmos essa relação com o tempo?

Bom, à medida em que a tecnologia toma mais conta das nossas vidas, mais informações chegam até nós em espaços de tempo cada vez menores. Pensemos em um computador ou um smartphone. Quanto mais informações guardamos neles, mais lentos eles vão ficando, certo? Porque é muito conteúdo para processar. E os processadores vão ficando obsoletos e sendo substituídos por novos e mais rápidos.

Nós somos como processadores. Mas, em vez de sermos substituídos, afinal nossa vida útil é bem extensa, vemo-nos obrigados a nos adequar às novas quantidades de informações que vão chegando. Então, dá o ‘tilti’, que nem quando a ampulheta fica girando na tela do computador. Só que, dadas as devidas proporções, os nossos ‘tiltis’ devem durar mais do que os virtuais.

Se dando conta…

A grande sacada é que as informações que entram em nós passam pelo filtro da psique, ou seja, nada que importa para nós passa desapercebido. Nada. Tudo é processado, analisado e convertido em sentimentos. E, tendo em vista que vivemos em um mundo onde o dinheiro, não somente garante a sua sobrevivência, mas define o que você é na sociedade, a vida das pessoas passa a girar em torno disso.

Quantas mais informações recebemos, mais temos noção das diferenças sociais. Mais sabemos o quanto o outro ganha e o quanto eu estou deixando de ganhar. Afinal, o que o outro está fazendo que eu poderia estar fazendo também? A percepção de tempo gira em torno das possibilidades. Hoje, há muitas mais opções do que já se teve uma vez. Opções de trabalho, de lazer, de estudos. E nós queremos experimentar todas. Ou, pelo menos, uma boa parte, para, enfim, aumentar as nossas chances de sermos ‘bem sucedidos’.

Sucesso: um projeto ambicioso

Sucesso é o que todos procuram. O que seria, em outras palavras, a própria felicidade. Mas, afinal, o que é ter sucesso? Naturalmente, o sucesso é atribuído a um montante de dinheiro. Mas que montante é esse? Muito, pouco, caro, barato são termos subjetivos e que necessitam de um referencial. Ninguém, na verdade, sabe muito bem sobre as cifras. Algumas delas estão tão fora da nossa realidade que fica até difícil saber o que fazer com tanto dinheiro. O que sabemos é que queremos mais, cada vez mais. Porque sempre que atingimos um objetivo, imediatamente criamos outro para perseguir.

E se alguém ganha dinheiro “fácil”, por que vou me esforçar pra ganhar o meu? Também quero fácil! Com o escancaramento da vida social das pessoas nas redes, a inveja vai sendo atiçada – para entender mais sobre a inveja, leia o artigo A arte do divertimento – Por que se divertir parece tão fácil, mas sentimos como se não fosse? – e o que sinto como vazio vou tentando preencher com o que a internet me oferece. Se você não tiver filtro, vai querer tudo o que aparecer na frente.

Outro ponto é que no Brasil os salários em empresas privadas, especialmente nas familiares, não costumam acompanhar a formação e, muitas vezes, o potencial do empregado. A ausência de planos de carreira e as avaliações de desempenho mal executadas podem acabar contribuindo para as insatisfações no trabalho.

Em outros casos, escolhe-se um cargo público em busca de um salário mais rentável e de uma carreira estável, mas o sujeito corre o risco de acabar caindo no tédio. O resultado é que temos uma população que em sua maioria não está feliz com as suas ocupações. E estamos falando de empregos de 40 a 44 horas semanais. O ambiente de trabalho é onde passamos a maior parte do nosso tempo. Quando colocamos tudo isso na ponta do lápis, é frustrante. Parece não valer a pena. Para entender mais sobre frustrações no trabalho, leia o texto Por que fazem corpo mole? Entendendo a dialética do reconhecimento.

Fazendo escolhas

Bom, então, seja por um motivo seja por outro, temos basicamente três possíveis saídas: desistir e deixar como está, persistir no mesmo lugar ou persistir em outro lugar. Quando a gente desiste, a gente se entrega, é como se a gente morresse por dentro. Então, aqui, surge um foco de melancolia e possível depressão.

Por outro lado, quando a gente persiste, existe uma tendência de que o pensamento não acompanhe as ações. Daí, o foco, a princípio, é de ansiedade. Porém, persistir no mesmo lugar lhe gera um cansaço maior, pois não há formas de alívio: é uma frustração atrás da outra. Já, quando persistimos em lugares alternados, enchemo-nos de gás a cada novo ambiente, a cada novo desafio. E aí está a diferença entre ter esperança e não ter. Afinal, já dizia Eclesiastes 9:4 “enquanto há vida, há esperança”.

Mas persistir nos interesses do vizinho pode nos levar por um caminho muito mais extenso e frustrante. Por isso a importância do indivíduo entender o que ele quer, o que o atrai, o que, de fato, o satisfaz, independente do outro. Não que ele esteja livre de todo o mal. Mas o mal pode durar mais ou menos, pode ser mais ou menos doloroso.

]]>
https://blogdosaber.com.br/2023/07/04/ansiedade-por-que-o-brasil-lidera-o-numero-de-casos/feed/ 2