Arquivos psique - Blog do Saber https://blogdosaber.com.br/tag/psique/ Cultura e Conhecimento Mon, 12 Jun 2023 01:32:47 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.4.3 O homem que desafiou a linguagem https://blogdosaber.com.br/2023/06/13/o-homem-que-desafiou-a-linguagem/ https://blogdosaber.com.br/2023/06/13/o-homem-que-desafiou-a-linguagem/#respond Tue, 13 Jun 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=1702 Ler mais]]> Simplificar para melhor se relacionar?

O engenheiro químico Karl Kasiel Blitz desenvolveu uma nova linguagem, através de símbolos, com o intuito de reduzir o ódio no mundo e promover a paz mundial em meados do século XX. Ele teria nascido em meio a muitas diferentes nacionalidades, onde as pessoas não se entendiam e só havia discórdia. Para entender mais sobre a história de Karl e sua linguagem, acesse O homem que quis eliminar a palavras para nos comunicarmos melhor.

Bom, apesar da maioria de nós ter nascido e crescido em contato com uma única nacionalidade, quem nunca se sentiu não compreendido ou em meio à discórdia dentro de sua própria casa? Quem dirá, dentro de uma nação!

A discórdia nasce com a ambiguidade da linguagem. E é verdade que tudo se tornou mais ambíguo quando a civilização começou a tomar forma. Porque dentro de uma sociedade, surgem leis que moldam os impulsos selvagens de nós humanos. E, segundo a história da evolução do homem, ele não teria nascido para seguir regras, mas acabou se vendo obrigado. Tudo em prol da perpetuação da espécie.

Obedecer para multiplicar, mas ao que devo renunciar?

Com a evolução do cérebro humano, nós somos levados a procurar alternativas ou a nos adaptarmos. E, por sinal, somos os seres mais adaptáveis entre todos os outros de existência conhecida!

Com a busca pela fuga, nós somos capazes de tudo. E como nas legislações sempre há brechas, advogamos até pelo diabo! O que quero dizer com isso? Que tendemos a procurar saídas constantemente e que podem ser a qualquer custo. Inclusive, ao custo da perda do sentido da palavra. A distorção, a ambiguidade.

A complexidade da linguagem

A intenção é sempre a mesma: sobrevivência. Como desde dormir com o inimigo para poder matá-lo na hora certa, nas antigas civilizações, até sustentar um relacionamento em ruínas para poder não se sentir sozinho, nos dias atuais.

Mas substituir uma linguagem seria de fato um possível caminho para a paz? Se falamos, por exemplo, de uma linguagem mais simples, que não dá brecha para duplos sentidos? A história da evolução do homem é acompanhada de uma transformação da linguagem. O desenvolvimento psíquico também acompanha a transformação da linguagem.

Nós temos uma história, que começa com a linguagem simplificada, através de pinturas rupestres, por exemplo, e segue até algo mais complexo. Com duplo sentido, triplo, quádruplo. O que somos hoje só é possível porque existe uma linguagem tão complexa como a que temos.

O fato é que nós somos seres controversos, contraditórios, pela atual natureza. E isso ninguém pode tirar de nós. E se nos tiram o complexo e trocam pelo simples, damos o jeito de complicar novamente. Porque nós sempre damos um jeito.

Já não somos mais os mesmos

Não se trata mais somente da linguagem. A psique já não é mais a mesma de quando existiam apenas pinturas rupestres. Hoje, somos seres muito mais complexos. Seres que se apaixonam, que se decepcionam, sádicos, masoquistas, perversos, submissos, obsessivos, histéricos, psicóticos. Tantas são as possíveis categorias.

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O tal do diagnóstico: afinal, o que tenho? https://blogdosaber.com.br/2023/02/21/o-tal-do-diagnostico-afinal-o-que-tenho/ https://blogdosaber.com.br/2023/02/21/o-tal-do-diagnostico-afinal-o-que-tenho/#comments Tue, 21 Feb 2023 11:00:00 +0000 http://blogdosaber.com.br/?p=683 Ler mais]]> Todo mundo quer saber o que tem. Afinal, qual o meu problema? E quando finalmente descubro… e, agora, o que faço com isso? 

Sobre o diagnóstico

Pois é. De fato, o diagnóstico é importante para direcionar o tratamento, mas, à exceção dos casos que requerem acompanhamento médico, ele não é fundamental. Afinal, se fosse, só seria possível iniciar um tratamento psicanalítico a partir do diagnóstico. Mas, na prática, a história é outra. 

Em muitos casos, levam-se anos para identificar a qual estrutura psíquica pertence o sujeito. E isso a matemática explica: existem infinitas combinações de fatores que nos levam a perceber as coisas de diferentes formas. Tratam-se de pessoas, ambientes e experiências em muitos diferentes formatos e intensidades. Tudo isso compõe o indivíduo. Portanto, da mesma forma que os números racionais são infinitos, ou seja, eu tenho 1 e 2, mas também 1,999999, as bordas entre uma estrutura e outra são extremamente estreitas. 

Uma neurose obsessiva, por exemplo, pode beirar uma psicose. E é por isso que mesmo pessoas não psicóticas, podem vivenciar eventos de delírio ou momentos de negação da realidade. 

A fuga do real

Bom, se parássemos para analisar minuciosamente a nossa psique, perceberíamos que, mesmo num indivíduo neurótico, a fuga do real é constante. E, que, alias, somos especialistas em desenvolver e viver fantasias. Mas, pasmem, não é isso que define um indivíduo paranoico! A fantasia, na verdade, é um recurso que barra a paranoia… Opa, que confusão! Pois é, chegar a um diagnóstico, de fato, não é moleza. Mas qual a lição dessa história, afinal? 

As fases e os seus sintomas

A estrutura ou o diagnóstico não pode ser aquilo que define o sujeito. Aliás, nada define o sujeito. Até porque, como diria Heraclito, não se entra duas vezes no mesmo rio. Estamos em constante transformação. Mais ou menos evidentes, dependendo de quem se trata. 

As fases pelas quais o indivíduo vai passando durante a sua vida podem alterar os sintomas. Mas a questão principal aqui é que o sujeito pode transitar entre diferentes estruturas, apresentando traços de caráter distintos: são as formas que o indivíduo encontra para lidar com suas angústias, com o simples intuito de sobreviver. No final das contas, é isso que importa: como o sujeito lida com os seus sintomas. Não importa quais recursos ele utilizou. Quanto mais recursos ele utilizar, maiores serão as suas chances de sobreviver.

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