Arquivos jardim - Blog do Saber https://blogdosaber.com.br/tag/jardim/ Cultura e Conhecimento Fri, 07 Jul 2023 23:15:36 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.4.3 O Assassinato de Cristo https://blogdosaber.com.br/2023/07/07/o-assassinato-de-cristo/ https://blogdosaber.com.br/2023/07/07/o-assassinato-de-cristo/#respond Fri, 07 Jul 2023 23:15:35 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=1895 Ler mais]]> A humanidade comete esse crime diariamente há milhares de anos e ainda não percebeu

A Bíblia é um livro complexo e vasto, com muitas histórias e ensinamentos. A queda do homem é uma dessas histórias e é contada no livro de Gênesis. A história da queda do homem é uma das mais conhecidas da Bíblia e é frequentemente citada como uma explicação para o pecado e a morte no mundo. O assassinato de Cristo data dessa época remota e vem sendo replicado geração após geração, sem que a humanidade perceba. O assassinato de Cristo aconteceu quando o homem diante do livre arbítrio escolheu escolheu o caminho do mal. Quando Caim matou Abel ou quando a sociedade resolveu sodomizar os convidados de Ló.

A origem do pecado

A história da queda do homem começa com Adão e Eva no Jardim do Éden. Deus lhes dá uma única proibição: não comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. A serpente engana Eva para que ela coma o fruto e ela, por sua vez, dá a Adão para que ele coma também. Quando Deus descobre o que aconteceu, ele expulsa Adão e Eva do Jardim do Éden2.

A Bíblia não fala muito sobre como o homem caiu na armadilha porque a história da queda é apenas uma parte da história maior da Bíblia. No entanto, a história da queda é importante porque explica como o pecado entrou no mundo e por que precisamos de um Salvador.

A serpente, ainda bela e sutil, conhecia melhor as coisas. Mas ela disse à mulher: “Bem podeis estar seguros que não haveis de morrer. Mas Deus sabe que, em qualquer dia que comerdes desse fruto, se abrirão vossos olhos, e vós sereis como deuses, conhecendo o bem e o mal.”

Por que então, comendo o fruto do conhecimento que faz de você ser igual a Deus, você deve perder o paraíso? A Bíblia não diz muito sobre isso, mas a história da queda do homem é uma explicação para o pecado e a morte no mundo. A árvore em questão é a árvore do conhecimento do bem e do mal. Deus proibiu Adão e Eva de comer do fruto dessa árvore porque ele sabia que isso traria a morte. A serpente enganou Eva para que ela comesse do fruto e ela, por sua vez, deu a Adão para que ele comesse também. Quando Deus descobriu o que aconteceu, ele expulsou Adão e Eva do Jardim do Éden.

Mea-culpa

Compreende-se agora porque não se encontra, nos milhares de livros escritos sobre Cristo, uma só referência ao fato de que foi o próprio homem que matou Cristo, porque Jesus representava a vida. Mas o mesmo homem que assassinou Cristo e depois fez dele o seu Deus mais amado guardou, de uma certa maneira, através dos tempos, a noção de seu erro trágico, mas lógico. Como prova temos as igrejas magníficas, as grandes obras de arte, a música esplêndida e os sistemas de pensamento extremamente elaborados que ele criou em honra de Cristo para glorificá-lo. O homem faz um mea-culpa que, em hipótese alguma consegue justificar, pois Jesus veio nos ensinar a amar. O amor incondicional, que é totalmente antagônico as atitudes cotidianas do homem de vingança, inveja, ódio, desprezo, soberba e egocentrismo.

De acordo com a Bíblia, Jesus foi morto pelos líderes judeus e romanos com o apoio do povo. Ele foi traído por Judas e preso. Testemunhas falsas o acusaram de blasfêmia e o Sinédrio decidiu que ele era culpado, mas na verdade toda vez que alguém nega o pão ao irmão ou se recusa a ajudar o mais necessitado está cometendo o assassinato Cristo.

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No Jardim das Feras https://blogdosaber.com.br/2023/05/04/no-jardim-das-feras/ https://blogdosaber.com.br/2023/05/04/no-jardim-das-feras/#respond Thu, 04 May 2023 22:18:15 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=1427 Ler mais]]> Intriga e sedução na Alemanha de Hitler

A nossa DICA DE LIVRO desta quarta-feira é No Jardim das Feras, intriga e sedução na Alemanha de Hitler, de Erick Larson. O romance de não ficção histórica mais incrível que eu já tive a oportunidade de ler. Conta o dia a dia da embaixada dos Estados Unidos em Berlim, nos idos de 1933. O autor, mestre da narrativa de não ficção, reconstitui com incrível precisão o ambiente cada vez mais opressivo de Berlim durante a ascensão do 3º reich. Ele também descreve de forma irretocável personagens históricos, como o bizarro Herman Göring, o sinistro Joseph Gobbels e o próprio Hitler. Nos apresenta os principais atores do cenário vivido nos anos que precederam o regime Nazista na Alemanha. Narra o envolvimento amoroso da filha do novo embaixador americano em Berlim, com algumas das figuras mais expressivas do Staff de Hitler.

A ascensão do 3º Reich

De forma inesperada, o professor William E. Dodd, da Universidade de Chicago, é convidado para assumir a embaixada dos Estados Unidos na Alemanha em 1933. Junto com a esposa e os dois filhos adultos, ele parte para Berlim, decidido a manter-se neutro em relação ao governo de Adolph Hitler. A animada vida social e o charme dos homens do Terceiro Reich a princípio encantam sua jovem filha Martha. Mas o deslumbramento não dura. Com o tempo, a família Dodd testemunha a crescente perseguição aos judeus, a censura à imprensa e a implantação de assustadoras leis. Em No jardim das feras, o escritor Erik Larson reconstitui o ambiente cada vez mais opressivo de Berlim pela perspectiva dos Dodd. Tudo registrado em cartas, diários e documentos. O livro também revela uma era de surpreendentes nuances e complexidades.

Por isso você não pode deixar de adquirir e ler, No Jardim das Feras, esse livro fascinante, de leitura rápida e empolgante, que mistura romance, com história, ficção e política.

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O novo jardim https://blogdosaber.com.br/2022/11/30/o-novo-jardim/ https://blogdosaber.com.br/2022/11/30/o-novo-jardim/#respond Wed, 30 Nov 2022 20:43:52 +0000 http://blogdosaber.com.br/?p=89 Ler mais]]> Nesta quinta-feira, excepcionalmente teremos, aqui na coluna crôncas, mais uma canja da nossa colaboradora ana madalena, cujo título é “o novo jardim”. O tema gira em torno de como ficou o nosso cotidiano depois da pandemia de covid-19, convivendo com as constantes perdas, físicas, materiais e emocionais. Portanto convido você para ler a bem contada crômica sobre perdas e ganhos em tempos de covid-19.

Foi como um efeito dominó. Fomos caindo um por um, o que de certa forma não foi tão ruim. Pior seria se caíssemos todos de uma só vez! Quem cuidaria de quem? Melhor assim, com pausa para se acostumar, tanto com os sintomas, quanto com os olhares desconfiados; será que aquele inocente espirro era apenas um espirro inocente?

O primeiro a ficar doente é sempre o que anuncia o porvir e vira uma espécie de espelho para os outros. Como num ballet, faz iniciar uma coreografia de atração e repulsão: penalizados com o doente, os “saudáveis” têm a empatia de querer cuidar mas,  por outro lado, denunciam o medo, legitimo, de não querer se infectar! Isso, claro, quando o inimigo não tem o nome e sobrenome de Covid-19. A impressão que tenho é que o mundo está todo infectado! E assim, depois de dois anos nos escondendo atrás de máscaras e face shields, o vírus entrou na nossa casa, só não sei se pela porta, janela, ou se pelos dois. Meu tio disse categoricamente que o vírus tinha entrado pelo elevador. Do jeito que falava, com riqueza de detalhes, parecia que podia enxergá-lo a olho nu!

A primeira pessoa que tive conhecimento de ter sido infectada pelo Covid foi minha vizinha de rua; adoeceu no começo da pandemia, quando ainda não havia vacina e o medo era uma constante. Me preocupei, pois soube pelos porteiros que ela vivia sozinha; os filhos, já casados, moravam noutra cidade e o marido há muito havia “sumido”, para nunca mais voltar. Do meu apartamento, podia ver sua casa, a única de muro baixo, com portas de vidro e cortinas sempre abertas, o que me permitia ver parte da sua rotina. Todas as manhãs ela acordava bem cedo e se dirigia ao jardim; acho que conversava com suas plantas, principalmente as orquídeas, que ficavam ao lado do conjunto de jardim, uma mesa e quatro cadeiras de ferro, pintadas de branco, com almofadinhas azuis. Ali, ela tomava seu cafezinho e pegava sol, sua vitamina diária. Aos poucos, ela se tornou parte da minha vida, pois era a primeira visão que eu tinha pela manhã.  E, por isso mesmo, estranhei quando passados três dias, não a vi.

Mesmo apreensiva, resolvi me dirigir à sua casa. Abri o portãozinho e percebi que as plantas estavam sofrendo sem água e sem as conversas diárias. Descobri, no canto do muro, uma mangueira e comecei a aguar o jardim. As roseiras, murchas, logo se recuperaram!. A cada dois dias, eu ia cedinho para aquela casa e permanecia meia hora, absorta na tarefa que eu nem sabia que me fazia tão bem!

Até que um dia ela voltou, depois de quase um mês internada. Suas sobrancelhas arquearam quando me viram, no início da manhã, conversando com suas “amigas”. Disse-me que estava feliz,  não imaginava que alguém fosse cuidar de seus tesouros. E a partir daquele dia, combinei de, vez por outra, visitá-la.

-Venha sempre que puder! Vamos tomar um café juntas; eu gosto de conversar, trocar ideias! Voce sabe, quando se tem uma ideia, no mínimo se sai com duas. Pense em alguma coisa e vamos aprender juntas!

No início da semana passada pensei estar gripada, depois a garganta  começou a fechar e uma moleza foi tomando conta de mim.  Foram três dias péssimos, sem conseguir comer, beber, sequer falar. Só me restou ler, olhar minha amiga pela janela e escrever. Confesso que essa foi a primeira vez que pensei, de fato, na finitude da minha vida e como isso afetaria  minha família e amigos. No balanço geral, percebi que eles não estão preparados para me perder. Nem eu a eles.  Esse momento mais introspectivo credito às incertezas que vivemos. Desisti de ouvir tudo que me deixasse triste e resolvi fazer uma imersão nas séries. Coincidentemente, ou não, escolhi uma que trata do luto; apesar do tema, confesso que me rendeu boas risadas. Virei a noite maratonando “After life”, uma das melhores coisas que vi recentemente.

E, para minhas noites, adotei uma prática que Aristóteles fazia uso para permanecer acordado. Não, não eram energéticos, nem café! Vi a foto de uma escultura onde ele está sentado, lendo um livro, com uma bola na mão. Uma bola pequena, como as de tênis, mas com peso, com massa, como dizem os físicos. O objetivo era, quando estivesse lendo e, caso pegasse no sono, a bola cairia, fazendo barulho. Eu comprei umas bolas de gude e presenteei à minha vizinha, que por muitas vezes presenciei  dormindo profundamente, no seu horário de leitura. Na hora que falei  desse “truque”, me perguntou  o porquê de não usarmos essa bolinha para diversas situações da vida, como quando estivéssemos com alguém…. Ficaríamos concentrados somente naquela pessoa, sem nos preocuparmos com o entorno. A bola acordaria o coração!

Aquela observação me fez pensar… Infelizmente as pessoas não se concentram mais em nada, nem nelas próprias. Uma pena, até porque a atenção é a forma mais pura de generosidade. Hoje, as redes sociais vendem atenção e nós, bobos que somos, compramos essa atenção o tempo todo.

Tive um sonho recorrente nesse período de Covid; eu dirigia por uma estrada a beira mar, com os vidros abertos. Um dos meus braços e meu rosto ficavam para fora da janela, como se eu nunca tivesse sentido uma brisa na vida. Já tentei interpretá-lo, mas talvez não signifique nada, a não ser meu desejo que o calor, insuportável, dê lugar para temperaturas mais amenas. Por alguma razão, lembrei de olhar as plantinhas da minha amiga. Levei um susto quando vi as cortinas fechadas e nenhum jarro no jardim. Como que adivinhando meus pensamentos, o porteiro interfonou; disse que tinha uma notícia triste para dar… A minha amiga tinha partido dormindo, uma morte tranquila. E, sem ter noção da minha dor, começou a falar sem parar:

– Ela estava com problemas no coração e a filha veio passar uns dias com ela. Já levaram tudo da casa, acho que venderão para uma construtora. A rua agora vai ter prédio que nem presta! Era tão tranquilo quando vim trabalhar aqui… Agora é um entra e sai de carro nessa rua, uma zoada… Ah, deixaram uma encomenda para a senhora, foi a filha dessa senhorinha que faleceu. São umas plantas, estão no jardim daqui do  prédio. O rapaz da limpeza disse que na sua casa estão todos com Covid e ele tem medo até de recolher o lixo daí … Desculpe, mas foi o que ele disse…

O porteiro ainda falou mais alguma coisa, mas não escutei. Ele é desses que adora uma conversa, acho que por passar o dia numa guarita, isolado, confinado nos seus pensamentos, interrompidos aqui e ali pelo interfone.

Nós estamos saindo do covid. Agora o efeito dominó é ao contrario; todo dia um de nós fica cada vez melhor. Nesse período, refletimos muito sobre a vida e, realisticamente, concluímos que teremos de conviver por muitos anos com os vírus. Vamos redobrar nossos cuidados, tanto físico, quanto emocionalmente. E carregaremos bolinhas imaginárias para aproveitar cada momento das nossas vidas. Não vamos economizar na atenção e no amor!

Dedico essa crônica a uma grande amiga que partiu essa semana e, devido ao meu estado de saúde, não pude dar o último adeus. Ela, que adorava plantas e pessoas, deve agora estar  cuidando de um novo jardim!

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