Arquivos HISTÓRIA - Blog do Saber https://blogdosaber.com.br/tag/historia/ Cultura e Conhecimento Fri, 01 Sep 2023 19:59:00 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.4.3 Do Palácio ao Bordel https://blogdosaber.com.br/2023/08/16/do-palacio-ao-bordel-de-antonio-carlos-seidl/ https://blogdosaber.com.br/2023/08/16/do-palacio-ao-bordel-de-antonio-carlos-seidl/#respond Wed, 16 Aug 2023 12:18:53 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=2182 Ler mais]]> Crônicas e segredos de um jornalista brasileiro em Londres

A coluna DICA DE LIVRO de hoje, traz a crítica do jornalista Euler de França Belém sobre a obra Do Palácio ao Bordel, do autor Antônio Carlos Seidl, que relata suas melhores experiências vividas em Londres e na Europa na era da guerra fria.

O jornalista brasileiro Antônio Carlos Seidl.

Correspondente estrangeiro em Londres, de 1985 a 1992, pelo jornal Folha de São Paulo, Antônio Carlos Seidl viveu o presente de fatos hoje considerados históricos.

Com rigor e leveza, ele descreve o ofício de correspondente estrangeiro naquele mundo ainda em telex, mas em profunda transformação.

Acompanhou a visita da ministra da fazenda do governo Collor, Zélia Cardoso de Mello, a Londres e as reações dos banqueiros europeus; viu o fim do Partido Comunista Inglês;

Conversou com o então jovem Kazuo Ishiguro que três décadas depois receberia o Nobel de Literatura, e com um indignado Thomas Hammarberg, Nobel da Paz de 1977;

Testemunhou o primeiro brasileiro a jogar no Campeonato Inglês de Futebol; entrevistou o diretor Giuseppe Tornatore antes e depois de seu já clássico Cinema Paradiso ganhar o Oscar de melhor filme estrangeiro;

Recebeu um bilhete do físico Stephen Hawking.

Do palácio, passou despercebido pela segurança e trocou palavras com o príncipe Charles, do bordel, entrevistou a candidata ao parlamento Lindi St Clair.

Entre esses e outros fatos e pessoas, Antonio Carlos Seidl nos dá não apenas um recorte da história, mas um panorama do dia a dia da profissão. O apuro preciso da informação, a percepção daquilo que pode ser notícia, a rapidez da decisão do que é ou não importante, o furo jornalístico que dá a primeira página, o detalhe que ninguém enxerga. Tudo isso e muito mais você vai ter a oportunidade tomar conhecimento e entender melhor como funciona os bastidores do jornalismo profissional.

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Despedaçados: a dor da perda de um filho https://blogdosaber.com.br/2023/08/15/despedacados-a-dor-da-perda-de-um-filho/ https://blogdosaber.com.br/2023/08/15/despedacados-a-dor-da-perda-de-um-filho/#respond Tue, 15 Aug 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=2153 Ler mais]]> Uma mulher aos pedaços

O filme Peaces of a Woman, de 2020, que rendeu à protagonista o Volpi Cup do Festival de Veneza e acabou sendo adquirido pela Netflix, traz o drama de uma família durante um parto caseiro e após a perda do recém-nascido. Bom, na verdade, de acordo com o título do filme, o trauma é focado na mãe que vê o filho morrer em seus braços, nessa mulher que se despedaça enquanto enfrenta o luto. 

É bem verdade que a forma de sentir dor proveniente da perda em uma mãe e em um pai é diversa. Afinal, uma carrega a criança em seu próprio útero e o outro, não. Uma sente literalmente o bebê dentro de si, todas as suas necessidades, e o outro, não. Uma vê seu corpo transformado pelo desenvolvimento de um feto e o outro, não. Uma sente as consequências da liberação de hormônios que o outro jamais sentirá. E apenas o fato de uma se tratar de uma mulher e o outro, de um homem, já supõe backgrounds completamente diferentes e, portanto, expectativas em relação a um filho provavelmente bem distintas também. Quando pensamos nas suas classes sociais, então, tão opostas: dois pesos, duas medidas.

O peso da dor

Mas, quando falamos de quantidade de dor, estamos tratando de algo extremamente subjetivo, sendo proporcional ao quanto de exposição alguém é submetido ao tema. Pela falta ou pelo excesso. Quando somos recebidos no pronto-socorro de um hospital, por exemplo, é protocolo nos questionarem o quanto de dor sentimos numa escala de um a dez. Agora, imaginemos um homem e uma mulher, ambos envolvidos na gravidez, vivendo a doce espera todos os dias daqueles nove meses. Eles acabaram de perder o seu bebê no parto. Quanto você acha que cada um vai indicar de dor se lhes perguntarem? 

Um pai segurando o seu bebê

O relacionamento do casal antes e durante a gravidez não é evidenciado, mas o filme deixa claro que existe um companheirismo entre os dois e uma entrega à maternidade/paternidade até o momento do parto. Também é possível observar que ambos sofrem e que ele segue tentando manter uma parceria com a companheira, que não consegue dar uma resposta à altura.

As formas do luto

A protagonista se fecha, não dialoga com o parceiro e acaba optando por sofrer calada, sozinha. Sem resposta, ele, cujo passado o filme vai revelando que foi um tanto quanto conturbado, acaba não conseguindo sustentar a superação do seu antigo vício. Outras problemáticas vão se desencadeando a partir daí, envolvendo agressão, traição e suborno.  Assim, vemos as diferentes formas de viver o luto. 

Apesar de uma gravidez ocorrer no corpo de uma mulher, isso não quer dizer que outras pessoas não possam se envolver e sofrer junto com essa futura mãe. A gente acaba evocando um maior respeito pela mulher nessas situações, talvez, porque ela sofra de uma maneira mais aceitável pela sociedade: calada, quieta, “deserotizada”. Mas a maneira como a mulher sofre, em geral, conta muito da sua história dentro dessa sociedade, conta da sua natureza. Da mesma forma, a maneira como o homem sofre também mostra a sua história, a sua natureza.  

Talvez seja preciso desconstruir algumas ideias, reconhecermos a importância de cada indivíduo independentemente de seu sexo ou de suas escolhas. No final das contas, estamos todos no mesmo barco, todos desesperados para acertar, para viver a vida da melhor maneira possível. 

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Cuidado para não se reinventar demais https://blogdosaber.com.br/2023/03/24/cuidado-voce-pode-acabar-se-perdendo/ https://blogdosaber.com.br/2023/03/24/cuidado-voce-pode-acabar-se-perdendo/#respond Fri, 24 Mar 2023 19:20:31 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=1104 Ler mais]]> Você pode acabar se perdendo!

Hoje eu passei o dia pensativa, porque o que a gente mais escuta ultimamente é essa história de que “tem que se reinventar!” Quase como se fossemos máquinas preparadas para trocar o programa, todas ao mesmo tempo. Cuidado! Nessa onda de atender aos apelos de se adequar às novas exigências, esteja atenta para não acabar se perdendo de quem você é e do que te identifica. Preserve a sua essência, cuide das suas raízes.

Nem você e nem eu precisamos correr, ir nessa onda da ansiedade, seguir receitas prontas, opiniões alheias…

O que toda essa crise mostra é que antes de sairmos em disparada para nos adequar a uma situação que a gente nem sabe direito qual é ou o que ainda está por vir, precisamos mesmo é nos reconectar e nos reestruturar.

Reconectar, pois a todo instante, se não estivermos ligados e focados precisaremos fazer essa reconexão. Reestruturar, porque a cada desconexão há uma perda natural da estrutura.

E só conseguiremos fazer isso se tivermos essa consciência desenvolvida e soubermos os nossos limites para não corrermos o risco de acabar se perdendo do que você é e do que te identifica, por tentar se reinventar demais.

Que tal aproveitar o momento para refletir sobre quem você é, o que você quer de verdade e para onde quer ir? Para só depois, se considerar necessário, pensar em reinvenção. E que tal criarmos uma corrente para falar isso para outras pessoas que podem se beneficiar com esse raciocínio?

Envie o post para suas amigas! E salve para quando vocês precisarem acessar novamente esse conteúdo Só assim é possível cumprir um objetivo, uma meta e um propósito de vida. Só assim é possível fortalecer as asas e voar um voo alto de águia e não um voo raso de galinha.

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Recomeços https://blogdosaber.com.br/2022/11/30/recomecos/ https://blogdosaber.com.br/2022/11/30/recomecos/#respond Wed, 30 Nov 2022 20:08:35 +0000 http://blogdosaber.com.br/?p=75 Ler mais]]> Quarta-feira é dia de crônica, aqui no blog do saber. A nossa mais nova coluna recheadas de boas e saudáveis crônicas da melhor qualidade. A nossa estreia, na semana passada foi com a bela história de paz e guerra, uma trégua no natal, escrita por Ana Madalena, que dá agora uma nova contribuição com a crônica “recomeços”. Então, vamos lá, faça uma boa leitura e tire suas conclusões!

Foi no início de julho de 2019, alguns dias antes do meu aniversário. Estava muito feliz e tinha planejado chegar bem cedo, mas chovia bastante e faltou energia o dia todo. Escolhi o meu apartamento pela vista, que é magnífica, mas o prédio, bem antigo, não tem gerador. Meus amigos disseram que foi uma compra por impulso, mas quando vieram para o “open house” entenderam o porquê da escolha. Meu apartamento de 35,7 metros quadrados era tudo que eu precisava para ser feliz.  E acredite, cada centímetro fez uma grande diferença no decorrer desse ano…

Sou o tipo básica, mas gosto de conforto e de beleza nas mínimas coisas. Decorei meu apartamento do jeito que sonhei. Infelizmente, pouco depois da minha mudança, a empresa onde trabalho resolveu me “promover” e eu passei a fazer viagens a cada quinze dias. O meu sonhado “lar doce lar” virou apenas um lugar para dormir. Até que…

Recordo quando meu supervisor ligou, já tarde da noite, cancelando minha viagem de março. Disse que seria por uns dias e que assim que tudo normalizasse, eu retomaria a agenda de trabalho. Desliguei eufórica, até abri um vinho para comemorar! Finalmente eu teria tempo para curtir meu cantinho!

Liguei a TV para saber da tal pandemia;  confesso que me assustei com o que ouvi. Telefonei para meus pais e irmãos e pedi para que não saissem de casa. Corri ao supermercado e fiquei impactada com as filas intermináveis; parecia que estávamos numa guerra. E era, só que invisível.

Preparei um roteiro para meus próximos dias. Não poderia ficar sem foco, sou movida à rotina. Tentei me exercitar, ter horário de leitura, de trabalho, fazer cursos online e outras tantas coisas que sempre reclamei não fazer por falta de tempo. Mas o tempo foi passando e a quarentena se prolongando… Veio a inquietação. De tudo. O mais estressante foi não saber quando isso acabaria.

Chegou julho, a Terra deu mais uma volta ao redor do sol e eu fiz aniversário sozinha. Não, minto! Comprei um hamster chinês, apesar da minha desconfiança de tudo que vem de lá. Nossas noites foram reservadas para os exercícios: eu na esteira e ele na rodinha. Tomei a resolução de cuidar de um ser vivo depois que vi todas as minhas plantinhas morrerem por descuido. Aquele planejamento de uma rotina saudável ficou no papel por meses, quando vestia pijamas e arrastava chinelos.

Agora falta pouco para esse ano ser mais um calendário jogado fora. Apesar de todos os percalços e das milhares de pessoas que perderam a vida, confesso que depois que peguei o ritmo, só tenho coisas positivas para levar comigo. Descobri que sou ótima companhia e que, apesar do caos do isolamento, fiz descobertas incríveis e aprendi novas habilidades. Também comprei uma estante de exatos 70 centímetros e já preenchi duas prateleiras dos livros que li, de longe o melhor programa cultural e à prova de aglomeração. Também escrevi um diário; quem sabe um dia eu venha a ter filhos e eles possam entender como alguém vive em meio a uma pandemia.

O ano de 2020 realmente ficará marcado na vida de todos nós. Aos amigos e familiares eu cito Oswaldo Montenegro, na música Sem mandamentos,  “hoje eu vou pedir desculpas pelo que eu não disse e até desculpo o que você falou”. Esse é o meu hino de esperança; deixemos rusgas e outros sentimentos incômodos para trás.  Vamos agradecer! Nós sobrevivemos!

Ana Madalena

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