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A necessidade de ser especial

Desde crianças, demonstramos a necessidade de ser ou se sentir especial, mesmo sabendo que há bilhões de pessoas como nós por aí.

As grandes empresas, cientes disso, apostam em produtos e siglas para atrair clientes. A exemplo das companhias aéreas com aqueles “embarques” por categorias, o que rende muitas piadas. Entretanto, não é sobre esse “sentimento de ser especial criado pelo marketing” que falo, mas nas ações do dia a dia, espontâneas, com a qual nos deparamos e que nos faz tão bem.

Onde sou especial?

Em qualquer lugar podemos nos sentir especiais, por exemplo, em nossa casa através do cuidado conosco e com o ambiente em que estamos. As mães, são experts nesse assunto, por nos conhecerem muito bem. Depois, a gente acaba transferindo essa expectativa para quem está ao nosso redor, e, da mesma forma, abraçando a responsabilidade de fazer o outro se sentir especial também.

É um café ou uma comida, que alguém faz para você… Um mimo, uma mensagem sincera, uma gentileza – tudo de forma natural, sem forçar – faz nos sentir verdadeiramente especiais. Engana-se quem pensa que portar itens caros a faz se sentir especial.

Uma atitude, uma mensagem.

Na semana passada, quando sentamos para jantar, Vemba, o sommelier que vem nos atendendo, trouxe nosso vinho preferido. Eu tomei um pouco e elogiei, dizendo que não sabia o motivo, mas que nessa noite, o vinho estava mais saboroso.

Ele, rindo timidamente, justificou dizendo que, por saber que gostávamos daquele vinho, abria a garrafa um pouco antes do jantar e deixava respirando, para que ficasse agradável ao nosso paladar.

Vocês podem pensar “ah, ele diz isso para todos os clientes” ou “pode ser conversa para ganhar uma gorjeta extra”. São possibilidades, mas pelo que tenho observado (e eu observo mesmo as pessoas, pois faz parte de minha profissão), Vemba é um cara muito simples e reservado. Sua demonstração de cuidado não foi forçada, o que nos fez sentir especiais. E eu, mais uma vez, agradeci, com sinceridade.

Cena em Paris

Uma cena puxa a outra, isso me lembrou uma vez que estávamos passeando em Paris, nas imediações da Livraria Shakespeare and Company, quando percebemos que estava perto da hora do jantar. Como não queríamos ir para o hotel, tomar banho, pegar metrô e sair de novo, resolvemos comer onde estávamos.

Bem, locais onde comer em Paris não faltam. A dificuldade é escolher. Entramos numa rua paralela e deparamo-nos com vários restaurantes pequenos. Como estava frio, optamos por uma fondue de queijo e escolhemos um restaurante, cuja especialidade, era o referido prato.

Sentamos naquelas mesinhas apertadas, comuns na Europa e uma garçonete veio, muito alegre com seus olhos pintados de lápis preto, um tanto borrados (deve ter sido a pressa). Ela anotou nossos pedidos e foi receber uma leva de turistas que chegava.

Depois, ela voltou com uma cestinha de baguete rasgada nas mãos mesmo (coisa de restaurante pequeno), uma garrafa de água e duas taças de vinho da casa.

A leva de turistas era uma família latina numerosa. Sentaram, e pediram uma garrafa de vinho. A garçonete trouxe, toda feliz, tentando se comunicar com eles, em espanhol. Assim que ela despejou o vinho nas taças, um dos homens já ia se apropriando de uma, quando sua mão foi estapeada por ela. Enquanto batia na mão dele, ela dizia para ele esperar um pouco, para que o vinho tomasse um ar. Foi uma cena muito divertida que arrancou a risada de todos.

Uma visão jurista e especial das partes

Minha veia jurista compreendeu os dois lados: ele, por estar passeando no frio, teve pressa em tomar um pouco de vinho para se aquecer e ela, por ser garçonete E francesa, achou que ele sabia desse pequeno detalhe. Ao perceber que não, atalhou sua ação da maneira que pode (estapeando-o). Só assim, ele poderia aguardar e apreciar melhor o vinho. Não sei se ele se sentiu especial por isso!

Enfim, deu tudo certo no final. Todos estavam comendo e bebendo felizes sob a constante inspeção da garçonete, que, de vez em quando, vinha checar se todos estavam satisfeitos.

Há lugares em que o garçom, depois que lhe atende, vem só ao final com a conta, sem se preocupar se o cliente queria algo mais. Tal atitude demonstra descaso e, nessas ocasiões, não tem como se sentir especial de forma alguma.

Cuidar-se é ser especial

Entretanto, a consciência em “se sentir especial” é algo que deve ser intrínseca e transcender para o nosso redor. Somos especiais e não é preciso que alguém lhe fale ou faça algo para se sentir assim. É claro que uma gentileza sempre vai aquecer nosso coração e nos fazer acreditar que a humanidade não está perdida.

Se pararmos para pensar na corrida (pior que a São Cristóvão) de espermatozoides que enfrentamos para nascer, já podemos olhar no espelho e dizer “Nossa você é incrível.” Afinal, foi um verdadeiro “mata-mata” e saímos vencedores.  

Mas, como qualquer pessoa, temos nos altos e baixos diariamente. A coisa boa é que podemos demonstrar a nós mesmos o quão especiais somos: fazendo algo que gostamos, ouvindo a música que amamos, saboreando nossa comida preferida, cuidando-se, melhorando nosso ambiente para que a gente se sinta bem.

Enfim, a mensagem principal, que vos trago hoje é que sim, você é especial, só por ser quem você é!

Agora, me conte, quando você está “para baixo” o que te faz sentir especial?

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