O espiritismo nos diz que estamos aqui para passar por provas e expiações. E o que seria isso? Bem, primeiro precisamos entender o que são provas. As provas são experiências pelas quais somos testados ao longo da nossa caminhada, que nos ajudam a expandir a consciência e nos permitem passar para um plano mais elevado de consciência. Tal qual numa escola ou numa universidade somos testados constantemente, através de provas que são aplicadas para medir o nosso avanço cognitivo, psicológico e emocional. Quando nos damos bem nessas provas somos convidados a passar de ano e vamos para um grau mais elevado de ensino.

No caso da nossa jornada espiritual acontece a mesma coisa. Estamos sendo testados o tempo todo através de provações, que muitas vezes achamos que não merecemos, o porquê de tanta dor e sofrimento e não entendemos o que realmente viemos fazer aqui. E ainda não temos ideia do que realmente sejam provas e expiações.

Entendendo o significado de expiação

Agora vamos falar sobre expiação. Expiação, segundo o dicionário, é um substantivo feminino que significa:

1. purificação de crimes ou faltas cometidas;
2. meio usado para expiar(-se); penitência, castigo, cumprimento de pena; sofrimento compensatório de culpa.

Portanto expiar-se é uma forma de purificar-se dos erros e pecados cometidos em experiências passadas. Eu prefiro utilizar as Leis Universais para explicar esse tipo de pensamento.

Pelas lentes das Leis Universais

Partindo do princípio e da Lei da Unicidade Divina sabemos que tudo está interligado. Cada pensamento nosso, sentimento, crenças, nossos atos e palavras afetam os outros, afeta a consciência coletiva e o mundo ao nosso redor.

Segundo a Lei da Causa e Efeito, “Existe uma causa para cada efeito e um efeito para toda causa” (Caibalion – Hermes Trimegistro). Alguns também chamam de carma.

Partindo desse princípio toda ação tem uma reação apropriada. Tudo que você “envia” para o Universo, retorna para você. Tudo na vida é governado por leis universais. Você é o único responsável pelo que acontece em sua vida e atrai exatamente o que acredita merecer. Toda ação que você tomar, cedo ou tarde, retornará para você.

Também temos a Lei do Retorno ou da Compensação que trabalha junto com a lei de causa e efeito. Nada acontece por acaso e tudo o que você faz tem uma consequência. Você é o único responsável por criar sua própria realidade e atrair o que acredita merecer. Tudo o que você pensa, sente, fala ou faz em algum momento retornará para você, cedo ou tarde.

Pagando as dívidas

Dito isto, fica fácil entender que a tal da expiação funciona como a resposta às nossas atitudes do passado desta vida e de outras. Não enxergo como castigo ou carma, mas como pagamento de dívidas que só são pagas quando tomamos consciência dessa pendência. Por isso a importância da expansão da consciência, pois de que adianta pagar uma conta que você não tem ciência dela?

Pense nisso e deixe nos comentários a sua opinião. Ela é muito importante para o nosso debate!

Quantas vezes a gente já quis se doar? Quantas vezes a gente quis ajudar alguém? Quantas vezes a gente já quis ser voluntária? Ser solidária?

E quantas vezes foi pra valer? Quantas vezes a gente realmente quis? E não sentiu que devia algo a alguém, ao universo?

Quantas vezes foram genuínas? Sem esperar absolutamente nada em troca?

Nem mesmo esperar que a gente pudesse se sentir melhor depois daquela doação? Quantas vezes altruísmo, de fato, significou altruísmo?

A gente não percebe, mas quase sempre, quando nos dedicamos a “uma causa nobre”, a gente espera receber muito mais do que contribuir.

A gente espera ser reconhecido.

A gente espera que alguém nos agradeça.

A gente espera alguém nos congratular pelo belo feito. “Isso é muito bonito da sua parte”. Parece alimentar bastante o nosso ego, não é mesmo?

Estudos realizados em todo o mundo apontam os mais diversos motivos para a iniciação nos trabalhos de voluntariado. Eis alguns dos depoimentos de voluntários:

• Para ser reconhecido
• Para sentir-me melhor como pessoa
• Para aumentar a minha autoestima
• Para me sentir importante
• Para aprender a lidar com pessoas
• Para aprender novos conhecimentos
• Para buscar novos desafios
• Para aprender algo
• Para pertencer a um clube
• Para ser respeitado
• Para sentir que cumpro uma missão
• Para ocupar o tempo livre
• Para fazer contatos e amizade
• Para melhorar habilidades profissionais e sociais
• Para me divertir
• Para viajar
• Para ser bem aceito na comunidade

E você, já se perguntou por que ajuda mensalmente determinada instituição? Você sabe o que é a instituição?

Quais são as suas atividades? Quem são as pessoas envolvidas? Quantas pessoas ela atende?

A instituição que você ajuda é transparente? Apresenta-lhe números? Você sabe em que o  dinheiro que você doou está sendo investido?

E o cara do semáforo? Aquele que vem lhe pedir dinheiro todas as vezes que o sinal fecha.

Aquele que, através do vidro da janela do seu carro, transmite-lhe um gesto de fome. É fome de comida que ele tem?

Certa vez, ouvi um pastor dizer que é errado cobrar ou manipular o uso das ofertas que damos às pessoas.

Segundo ele, quem ofertou será julgado pela quantidade e qualidade das ofertas, já quem recebeu, pelo que fez com as ofertas.

Mas se o meu papel na Terra é ofertar de olhos fechados para ser bem julgada por Deus, eu estou pensando nos outros ou em mim mesma?

É fato que toda boa ação provoca uma onda de boas energias e pode nos trazer diversos benefícios, inclusive para a nossa saúde física e mental.

Disso, não podemos fugir. Nem devemos!

Mas se estamos resolvidos a nos doar a uma causa, por que não garantir que essa causa tenha sentido tanto para você quanto para todas as demais pessoas envolvidas?

Por que não garantir que a causa e você têm valores em comum? Por que não garantir que você não está investindo, por exemplo, em tráfico, depredação, degradação, depreciação?

Onde está você que toma a dor dos outros mas não se responsabiliza por garantir que esses outros melhorem ou sejam melhor tratados? Onde está você consciente em ser solidário?

Qual o seu real propósito ao se doar?