Arquivos caráter - Blog do Saber https://blogdosaber.com.br/tag/carater/ Cultura e Conhecimento Tue, 10 Oct 2023 11:37:34 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.4.3 Onda de separações: caráteres e personalidades https://blogdosaber.com.br/2023/10/10/onda-de-separacoes-carateres-e-personalidades/ https://blogdosaber.com.br/2023/10/10/onda-de-separacoes-carateres-e-personalidades/#respond Tue, 10 Oct 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=2655 Ler mais]]> Separações e divórcios 

Ultimamente, temos recebido diversas notícias de separações de famosos bem como de casais dos nossos próprios círculos sociais. Uma onda de separações que assusta, que provoca curiosidade ou que começa a entrar para a normalidade?

No início deste ano, o IBDFAM (Instituto Brasileiro de Direito de Família) apresentou dados do IBGE que registram 16,8% de aumento no número de divórcios em 2021, em relação a 2020. Segundo a publicação Brasil registra alta de 16,8 por cento no número de divórcios em 2021, revela IBGE, houve uma redução do tempo médio entre as datas do casamento e do divórcio, de 15,9 anos para 13,6 anos, entre 2010 e 2021.

Ainda de acordo com o artigo do IBDFAM, os divórcios entre casais com filhos menores de idade representam 48,5% do total. O que converge com a queda da duração dos casamentos. 

Um outro artigo foi publicado pela IBDFAM, Brasil tem queda no número de divórcios em 2022, afirmando que o volume de divórcios teria diminuído 10% em 2022 em relação a 2021 e 3,8% em relação a 2020 (primeiro ano da pandemia de covid-19). Ou seja, parece que a pandemia teria contribuído para um aumento significativo desse número, porém, saindo dela, a redução desse número em relação ao do começo da pandemia não seria tão significativo assim. Certo?

Afinal, o que acontece?

Bom, várias coisas acontecem. A primeira delas, que não é novidade alguma, é a interação entre dois indivíduos que possuem caráter e personalidade definidos. Enquanto o caráter denunciaria uma estrutura comportamental, digamos, que se apresenta nas entrelinhas dos atos e discursos, a personalidade seria representada pelo jeito de ser, os hábitos, gostos e preferências, facilmente evidenciados no cotidiano. 

Casal cisgênero sobre uma bicicleta em meio à natureza

Assim, são construídas as combinações entre caráteres e personalidades dentro da unidade “casal”. Caráteres semelhantes e personalidades diferentes normalmente exigem um investimento maior de energia por parte dos indivíduos para manter a sua unidade. E quando se exige muita energia, o desgaste é maior. Então, sentimo-nos cansados, como se os problemas estivessem sempre se repetindo.  

Nesses casos, alguns trabalhos são possíveis para se tentar reduzir o investimento de energia no casamento e para que ele se torne mais leve. Em contrapartida, isso exige um maior investimento do indivíduo sobre si mesmo e uma abertura para o novo. Pois é comum desenvolvermos uma estrutura comportamental como forma de defesa. Defesa de pessoas ou ambientes que parecem ameaçadores. Dessa forma, a ideia seria encontrar, digamos, “a verdadeira essência”. 

Outra coisa que acontece é o avanço tecnológico. Esse sai em disparada e nós, simplesmente, não conseguimos acompanhar. Tentamos! As redes sociais e as facilidades em geral nos proporcionam infinitas oportunidades de experiência. O que faz com que tenhamos mais acesso não somente a informações, mas a outras pessoas. Seja no ambiente profissional seja no pessoal. 

Probabilidades

E, sim, para compreendermos isso, é preciso “des-romantizar” um pouco o amor. Porque o “único” e o “para sempre” começam a se tornar menos prováveis em meio às infinitas oportunidades de experiência. Torna-se, então, cada vez mais provável encontrar pessoas mais compatíveis conosco em termos de caráter e de personalidade. Assim como se tornam cada vez mais prováveis as mudanças de percepção. Se o amadurecimento já era intrínseco ao passar dos anos, mudar de ideia passa a ocorrer em questão de dias. Basta ler uns artigos, fazer análise ou um curso online, descobrir um novo talento ou um novo formato de trabalho. 

Inúmeras outras questões podem estar envolvidas na separação de um casal, mas quando caráteres e personalidades se encaixam bem, os problemas pontuais que aparecem naturalmente em nossas vidas tendem a ser enfrentados também de maneira mais natural. Porque, visto que os perfis se correspondem, há chances de uma maior parceria, com trocas ou compartilhamentos mais constantes dentro da relação. 

Quanto maior o número de trocas e mais prazerosas elas forem, maiores as chances de manter a chama acesa. Afinal, vamos habituando as nossas células e pensamentos àquela pessoa e fazemos a ela uma associação de prazer ou satisfação. Processo vulgarmente conhecido por “se apegar”. Do contrário, se costumamos ficar emocionalmente distantes da pessoa “amada”, torna-se mais fácil imaginar uma vida sem ela.

]]>
https://blogdosaber.com.br/2023/10/10/onda-de-separacoes-carateres-e-personalidades/feed/ 0
O tal do diagnóstico: afinal, o que tenho? https://blogdosaber.com.br/2023/02/21/o-tal-do-diagnostico-afinal-o-que-tenho/ https://blogdosaber.com.br/2023/02/21/o-tal-do-diagnostico-afinal-o-que-tenho/#comments Tue, 21 Feb 2023 11:00:00 +0000 http://blogdosaber.com.br/?p=683 Ler mais]]> Todo mundo quer saber o que tem. Afinal, qual o meu problema? E quando finalmente descubro… e, agora, o que faço com isso? 

Sobre o diagnóstico

Pois é. De fato, o diagnóstico é importante para direcionar o tratamento, mas, à exceção dos casos que requerem acompanhamento médico, ele não é fundamental. Afinal, se fosse, só seria possível iniciar um tratamento psicanalítico a partir do diagnóstico. Mas, na prática, a história é outra. 

Em muitos casos, levam-se anos para identificar a qual estrutura psíquica pertence o sujeito. E isso a matemática explica: existem infinitas combinações de fatores que nos levam a perceber as coisas de diferentes formas. Tratam-se de pessoas, ambientes e experiências em muitos diferentes formatos e intensidades. Tudo isso compõe o indivíduo. Portanto, da mesma forma que os números racionais são infinitos, ou seja, eu tenho 1 e 2, mas também 1,999999, as bordas entre uma estrutura e outra são extremamente estreitas. 

Uma neurose obsessiva, por exemplo, pode beirar uma psicose. E é por isso que mesmo pessoas não psicóticas, podem vivenciar eventos de delírio ou momentos de negação da realidade. 

A fuga do real

Bom, se parássemos para analisar minuciosamente a nossa psique, perceberíamos que, mesmo num indivíduo neurótico, a fuga do real é constante. E, que, alias, somos especialistas em desenvolver e viver fantasias. Mas, pasmem, não é isso que define um indivíduo paranoico! A fantasia, na verdade, é um recurso que barra a paranoia… Opa, que confusão! Pois é, chegar a um diagnóstico, de fato, não é moleza. Mas qual a lição dessa história, afinal? 

As fases e os seus sintomas

A estrutura ou o diagnóstico não pode ser aquilo que define o sujeito. Aliás, nada define o sujeito. Até porque, como diria Heraclito, não se entra duas vezes no mesmo rio. Estamos em constante transformação. Mais ou menos evidentes, dependendo de quem se trata. 

As fases pelas quais o indivíduo vai passando durante a sua vida podem alterar os sintomas. Mas a questão principal aqui é que o sujeito pode transitar entre diferentes estruturas, apresentando traços de caráter distintos: são as formas que o indivíduo encontra para lidar com suas angústias, com o simples intuito de sobreviver. No final das contas, é isso que importa: como o sujeito lida com os seus sintomas. Não importa quais recursos ele utilizou. Quanto mais recursos ele utilizar, maiores serão as suas chances de sobreviver.

]]>
https://blogdosaber.com.br/2023/02/21/o-tal-do-diagnostico-afinal-o-que-tenho/feed/ 6