Arquivos abusivo - Blog do Saber https://blogdosaber.com.br/tag/abusivo/ Cultura e Conhecimento Sun, 03 Sep 2023 23:22:16 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.4.3 Relacionamento abusivo na maturidade https://blogdosaber.com.br/2023/09/04/relacionamento-abusivo-na-maturidade/ https://blogdosaber.com.br/2023/09/04/relacionamento-abusivo-na-maturidade/#respond Mon, 04 Sep 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=2349 Ler mais]]> Da culpa ao aprendizado

Ao iniciar a escrita deste arquivo foi que me dei conta do contrassenso no título (Relacionamento abusivo na maturidade), ora, relacionamento abusivo não “combina” com maturidade! Será?

Vamos partir da premissa que na maturidade já vivemos situações que nos propiciaram uma visão de mundo e das pessoas que certamente nos deixaram mais “espertos (as)” para não cairmos em armadilhas que um relacionamento afetivo possa nos apresentar, certo?

Não, errado! E sabe porquê?

Porque somos seres humanos, falhos, frágeis, cheios de expectativas, sonhos e otimismo para vivermos um relacionamento minimamente saudável e isso não é um privilegio geracional. Assim como a sabedoria não é um privilégio dos mais velhos, as decepções amorosas não são privilégios dos mais novos. É claro que com a experiência o nosso repertório emocional vai crescendo e vamos ficando mais sensíveis as armadilhas amorosas. E talvez seja justamente aí, onde o equivoco faça sua morada e nos deixe vulnerável para crer nas “boas” intenções dos parasitas afetivos.

Então se você já se deparou com um relacionamento abusivo, está na maturidade e quer aprender em como transitar da culpa para o aprendizado, este texto pode te ajudar. Aqui vamos analisar cinco passos para recuperar a sua força interior, dignidade e vontade de viver: Reconhecimento, Aceitação, Acolhida, Perdão e Atitude

Reconhecimento

Reconhecer onde estamos nos dá a noção de responsabilidade com o nosso percurso, é a partir dele que podemos compreender como chegamos onde estamos, sem julgamentos, para não sermos paralisados pela culpa ou vergonha, esses sentimentos devem pertencer a quem covardemente usou da sua confiança, boa fé e credibilidade para tirar proveito em benefício próprio sem pensar no que aconteceria com você.

Aceitação

Agora que você já sabe onde está é momento de aceitar a situação de maneira clara, objetiva e realista, desta forma você vai buscar as possibilidades para seguir em frente apesar de, e ao invés de ficar preso(a) na teia do vitimismo, você terá condições para traçar um novo percurso considerando as suas fragilidades e potencialidades. Levante-se!

Acolhida

Nessa fase é quando juntamos os pedaços e seguimos em frente, de cabeça erguida e começamos a entender que aquela história não precisa ser o livro da sua vida, ela deverá ser apenas um capítulo. Quando nos acolhemos estamos encarando as nossas fragilidades e reconhecendo os nossos limites, trazendo para a consciência os fantasmas que nos assombraram durante toda uma vida porque demos a eles o poder de nos paralisar. É no acolhimento que encontramos o conforto necessário para recuperarmos as forças e reacendermos a nossa luz.

Perdão

No perdão recuperamos a nossa paz, nossa vontade de viver, de seguir de recomeçar… é através do perdão que vamos cicatrizando todas as feridas que um relacionamento abusivo nos provoca. Por vezes, algumas pessoas ancoram o seu poder na dor, no desejo de vingança, mas é no perdão que encontramos a liberdade. Como bem disse Harriet Rubin: “O poder diz respeito ao que você pode controlar. A liberdade ao que você pode desatar”.

Atitude

A atitude diz respeito a fazer o que precisa ser feito! Não se trata de vingança e sim de justiça, de fazer o que precisa ser feito para recuperar a sua dignidade e auto respeito. E aqui trago a citação de Vitor Hugo: “Se quem por compaixão poupa o lobo, condena as ovelhas “

Paz e bem!

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O luto de um relacionamento tóxico https://blogdosaber.com.br/2023/04/03/o-luto-de-um-relacionamento-toxico/ https://blogdosaber.com.br/2023/04/03/o-luto-de-um-relacionamento-toxico/#respond Mon, 03 Apr 2023 11:19:08 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=1189 Ler mais]]> Por que não dá pra pular de fase?
Sobre o luto

O luto acontece quando perdemos alguém importante para nós. Não importa se foi via morte ou via separação. No inconsciente, ambos os tipos de perda têm o mesmo valor. Afinal, era alguém que estava ali e que não está mais. Alguém que não atende mais as minhas expectativas, que não vai mais me ouvir, me admirar, me proteger ou ajudar a me auto afirmar.

Quando perdemos alguém de valor, é simplesmente o fim. Nada mais importa. O que pode durar alguns dias, meses ou até anos, dependendo da intensidade do envolvimento e de com quantas mais pessoas estou envolvida em níveis similares.

Sobre os objetos de amor

Na Psicanálise, referimo-nos à pessoa amada como objeto amoroso. Lembrando que quem ama também pode ser objeto de amor, no caso, da pessoa amada. É só pensar no sentido inverso. Tratamos de objetos pois são pessoas que normalmente estão ali para atender as nossas expectativas, não importando o tipo. Para entender um pouco mais sobre as nossas escolhas amorosas, leia também https://blogdosaber.com.br/2023/03/21/guerra-ao-amor-por-que-insistimos-no-erro-do-lado-obscuro-do-amor/.

O motivo da objetalização está justamente no fato de que, enquanto pessoas, ou seja, seres racionais, ficamos dependentes da satisfação do outro, em vez de seguirmos a lógica do livre pensar, livre agir, enfim, da liberdade. Trata-se de sentimentos semelhantes que temos aos objetos de fato: uma roupa bonita, um sapato sexy, um carrão, uma casa nova, tudo isso alimenta o nosso ego, certo?

Entretanto, engana-se quem pensa que esses objetos se restringem ao parceiro ou parceira. Pode-se incluir aqui ainda o pai, a mãe, os irmãos, os amigos, os filhos ou até mesmo a empresa em que você trabalha. Tudo vai depender do seu nível de envolvimento com esses objetos.

A perda

Desvincular-se de algo que nos satisfaz de alguma forma não é tarefa fácil. A princípio, não aceitamos. Questionamo-nos “por que?” inúmeras vezes. Estamos tão apegados, tão habituados àquela pessoa, que todas as memórias se voltam para ela. E, neste momento, trata-se apenas de boas lembranças. O medo da perda, do novo, do “o que será de mim sem ela?”, do “o que faço agora, que tudo eu fazia com ela?”. Pois é, aí entra o perigo do foco em um único objeto.

Quando temos outras ligações sólidas, a perda não parece total. Fica mais claro que temos outros propósitos, outras utilidades e, principalmente, que não estamos sós. Que ainda restam objetos para atender as nossas expectativas, para nos admirar, nos proteger ou ajudar a nos auto afirmarmos.

A perda de algo que não nos fazia bem e suas fases
Fases do luto: alternâncias de humor

A etapa melancólica é igual para todos, variando apenas o tempo de permanência. No entanto, quando falamos de relacionamentos abusivos, depois da melancolia, vem a fúria. A fúria ocorre, primeiramente, em função da rejeição. Ninguém quer ser rejeitado, colocado em segundo plano ou substituído, certo? Não, nós somos importantes demais para isso!

A segunda parte da fúria ocorre quando, em consequência do escanteio, procuramos finalmente respostas para aqueles porquês. Catamos argumentos contra o ex-objeto amado para que possamos nos satisfazer, pelo menos, um pouco. Ficam, enfim, evidentes todos os seus defeitos, na tentativa inconsciente de justificar o porquê de não estarmos mais juntos. Afinal, os defeitos que encontrei na outra pessoa fazem muito mais sentido do que qualquer outro motivo que tenha nos levado ao fim do relacionamento.

Bom, depois da fúria, vem a euforia. Essa, eu diria particularmente, é a melhor fase. É o período em que já estamos praticamente descolados do ex-objeto e procuramos, digamos, desesperadamente, por algo ou alguém para substitui-lo. Lançamo-nos novamente ao mercado do amor ou procuramos fazer coisas diferentes: uma viagem, um novo corte de cabelo, um novo trabalho, uma nova atividade de lazer, um novo apartamento para decorar, enfim, um novo entretenimento. Tudo se torna extremamente animador.

A importância de cumprir o luto

Passadas essas três fases, sem, de fato, ter havido um envolvimento fecundo com um novo objeto amoroso, entramos na etapa de reparação. Aqui, é onde vai ocorrer seguramente a elaboração ou, podemos dizer também, a ressignificação do relacionamento anterior. Já não há mais fúria ou euforia. Já não há mais pensamentos fixos ou qualquer necessidade de substituição. É o momento de entender o que aconteceu e de dar respostas apropriadas àqueles porquês. Na reparação, já não há mais um culpado. Há, talvez, responsáveis. Claro, o que não se aplica a situações de ameaças de morte.

Acontece que quando nos sentimos desconfortáveis, é natural que recorramos àquilo que é mais acessível: a fuga. A tendência é que tentemos pular de fase. Você pode até conseguir inicialmente, mas, se seguir sem um envolvimento fecundo com um novo objeto amoroso, invariavelmente, você vai voltar para lá. O luto é intenso, dolorido, porém funciona como um chá de boldo: é amargo, mas resolve.

Você pode até encontrar alguém interessante no meio do luto, com quem ficará tentado a se relacionar. Se cair em tentação, os porquês não serão respondidos e a probabilidade de cair em outra cilada é altíssima. Portanto, muita calma nessa hora!

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