Ao nascer entramos no contexto das pessoas ao nosso redor. Pode ser que tenhamos uma família que ama e cuida; uma família que odeia e destrata tudo e todos ao redor; uma família em que impere o amor/ódio ou reine a paz. Quando crescemos ouvimos que “somos a média das cinco pessoas com quem convivemos”. Se olharmos ao redor, poderemos ficar felizes com essa notícia ou entrarmos em desespero. É aí que começa a caminhada do despertar da consciência e as perguntas que nos levarão a nos questionar: Eu me conheço?

   Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados. Mateus 5:4

A abundância e a carência convivem juntas

Eu estava no Centro Comercial, super lotado, sob sol forte. As pessoas passavam preocupadas com suas compras, sem olhar para mais nada, que não fosse o seu celular. Tinham crianças e mulheres sujas nas ruas, pedindo dinheiro, algumas crianças choravam dizendo que a barriga estava doendo de fome. Em frente, lanchonetes com pessoas obesas comendo desesperadamente até não aguentarem mais e deixarem nos pratos. Essas crianças saíam correndo pedindo para o dono não jogar fora e dar para elas, mas ele gritava mandando aqueles “nojentos” saírem de perto do estabelecimento deles para não afastar as pessoas com o mau cheiro deles.

Quem já fez ou faz parte de grupos que ajudam moradores de rua SABE que eles não têm como tomar banho, fazer as suas necessidades, escovar os dentes, trocar as suas roupas, se quer ter um calçado. Eles não fedem porque querem, mas porque não tem como se limpar. E o quanto eles sofrem diariamente para conseguir um copo de água limpa (gelada é sonho de consumo!) e um parto de comida que seja. Tudo aquilo me deixou tão desconcertada! Cada pessoa que estava ali não era um ser HUMANO? Será que as pessoas não se conhecem mais? Perderam a sua essência? São robôs em corpos humanos? Então se pergunte: eu me conheço?

A penitência de uma mãe dedicada

Quando fui atravessar a rua percebi uma moça com uma criança menor em carrinho, tentando atravessar a rua. Os carros não paravam, ninguém a ajudava. A criança tinha paralisia cerebral, ela era jovem, bonita, com faces de sofrimento. Logo me lembrei das mães que se tornam invisíveis para a sociedade, quando elas deixam de ser produtivas. Neste caso, como tantas mães que convivi nestes 21 anos de exercício profissional, que quando nasce a criança especial, o marido vai embora, os amigos, a família… Ela não consegue trabalhar porque a criança requer cuidados especiais 24h por dia. Não é chamada mais para nenhuma festa ou lazer, por carregar “o peso” e ninguém querer “isso” por perto. E a mulher passa a ficar dependente de doações dos outros para se manter, entra em depressão e a evolução por aí vai.

‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Mateus 22:39.

A gratidão transforma as pessoas

Nas duas situações eu fiz o que minha essência manda fazer. Então, comprei o lanche para quem estava com fome. Parei o trânsito para que a moça passasse com o carrinho e atravessasse a rua. O “obrigado” que recebi encheu meu coração de alegria e transformou o meu dia. Dormir com a consciência tranquila do dever cumprido (seja nas grandes, seja nas pequenas coisas) é o melhor remédio para a saúde física/psíquica/mental/espiritual. E o fato de eu me conhecer verdadeiramente permite-me viver no modo consciente, não esquecer do por que vim a este mundo e o porquê estou nele e, mais do que isso, lembra-me que quando eu partir daqui vou prestar contas de exatamente TUDO que eu fiz enquanto por aqui eu estive. Então esse é mais um motivo para você se perguntar: eu me conheço?

Então, você se conhece?

Qual dos personagens acima você é? Você se conhece? E sabe de onde veio, para onde vai? Você sabe quem são as pessoas ao seu redor? O que elas estão contribuindo para você chegar aonde tanto almeja? Mais do aquela famosa frase “diga-me com quem andas, que lhe direi quem és” eu concluo que as suas atitudes revelam quem você é! Portanto nunca é demais se perguntar! Eu me conheço?

Quando a Medicina e a Espiritualidade se encontram os resultados são extraordinários!

Gisele Leite

Já morei num paraíso,

Foi minha melhor morada;

Tinha tudo em abundância,

Comida e roupa lavada,

Era meu berço de ouro,

Uma mansão calculada.

Lá, não pagava aluguel,

Toda via não tinha financiamento;

Não pagava prestação,

Não pediam documento;

Nem cobravam alvará,

E nem um licenciamento.

Já morei num paraíso

Lá, eu morei quase um ano,

Nem pensava em me mudar;

Havia muita harmonia,

Não via o tempo passar;

E muita saúde eu tinha,

Um astronauta a flutuar.

Das casas que já morei,

Aquela foi a melhor;

Não havia nenhum barulho,

Nem sentia calor ou suor;

Um perfeito meio ambiente,

E o conforto era melhor

Sentia não era um ser só,

Sabia que eu era uma soma;

Eu era um fruto, um resultado,

Quando duas pessoas se amam;

Quando dois se transforma em um,

A matemática da Divina chama.

Sentia umas mãos passando,

Alisando pra cá e pra lá;

Protegendo todo meu corpo,

Ouvia uma voz a cantar;

Era uma voz feminina

Uma beleza de escutar.

Toda água que o mergulho,

Seja o rio ou o mar;

Na piscina ou no chuveiro,

Me lembro daquele lugar;

Vivi o REINO DE DEUS,

A água é espetacular.

Você também morou lá,

Viveu essa infinita alegria

Todo ser humano morou,

Provou dessa feliz moradia;

No útero somos todos iguais,

O CRIADOR não nos diferencia.

Aqui fora é diferente,

Tudo é medido e pesado;

Ninguém dá nada a ninguém,

Há um preço a ser cobrado;

Onde o homem põe a mão,

Tudo fica limitado.

Todavia Nossa, terra, “A CASA GRANDE”,

É a casa que moro agora;

Contudo, minha missão e a sua,

É mantê-la como outrora;

Gentileza e fraternidade,

Deus quer de nós sem demora.