Ministros da União Europeia buscam resposta à ameaça energética da Rússia
Moscou cortou o abastecimento dos países que se negaram a pagar em rublo, apesar de contratos estabelecidos em euro e dólar
Os ministros de Energia da União Europeia discutiram nesta segunda-feira (2) uma resposta ao corte do fornecimento de gás russo à Polônia e Bulgária, além de alternativas para reduzir a dependência de hidrocarbonetos da Rússia, como parte de um novo pacote de sanções pela guerra na Ucrânia.
A reunião é a primeira do setor desde que Moscou cortou o abastecimento a estes países que se negaram a pagar em rublos, uma nova exigência russa.
“Pedimos um embargo imediato sobre o petróleo e gás russos. Chegou o momento do petróleo, logo será do gás”, disse a ministra polonesa Anna Moskwa.
No entanto, Moskwa afirma que as reservas de seu país estarão a 100% de sua capacidade “neste inverno” boreal.
“O gás americano começou a chegar através da Lituânia e vamos obter gás da Noruega através da Dinamarca”, afirmou.
A União Europeia alega que os contratos celebrados por empresas europeias são acordados, em regra, em euros ou dólares, por isso a Comissão Europeia considera que o mecanismo de conversão imposto por Moscou justifica a imposição de sanções.
Com base neste entendimento, Polônia e Bulgária pagaram suas compras na moeda prevista em seus contratos com a Gazprom e se negaram a abrir uma segunda conta em rublos. Em retaliação, a companhia de gás russa considerou que não recebeu os pagamentos e suspendeu as entregas.
Nesta reunião, os ministros devem decidir se há algum problema com a abertura de uma segunda conta em rublos e se a Gazprom deve aceitar o pagamento em euros ou dólares, como determinam os contratos, informou uma fonte europeia.
“Nenhuma empresa ou país pretende abrir uma conta em rublos”, disse a comissária europeia de Energia, Kadri Simson.
“Os ministros também devem acordar um encerramento gradual das compras de petróleo e derivados russos, mas nenhuma decisão é esperada para o final desta reunião”, disse a ministra francesa Barbara Pompili.
Já a ministra espanhola Teresa Ribera destacou que a questão “das sanções não é competência dos ministros de Energia”.
Chefe alemão da mesma pasta, Robert Habeck, destacou que “reduzimos significativamente nossa dependência de petróleo russo e estamos criando as condições necessárias para suportar também um embargo”.
Em 2021, a Rússia forneceu 30% do petróleo e 15% de seus derivados, comprados pela União Europeia.